19 de Setembro de 1957 estreia benfiquista nas competições europeias

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A ESTREIA DO BENFICA NAS COMPETIÇÕES EUROPEIAS

 

Celebrou-se no passado dia 19 de Setembro, 55 anos que o Sport Lisboa e Benfica se estreou em competições da UEFA. Na quente tarde de uma quinta-feira, 19 de Setembro de 1957, o Benfica entraria em campo num jogo a contar para a Taça dos Clubes Campeões Europeus, num jogo que ficaria histórico por ser a antecipação de grandes glórias do clube na prova.

A bem da verdade, a estreia do Benfica deveria ter sido dois anos antes, na 1ª edição da competição, mas a primeira edição da prova, fortemente impulsionada pelo jornal deportivo francés L'Équipe, pelo seu editor Gabriel Hanot junto com o seu colega Jacques Ferran e o presidente do Real Madrid, Santiago Bernabéu, só apoiada à última hora pela UEFA, teve a particularidade dos seus participantes terem integrado a competição por convite e, o Sporting, em virtude do seu maior peso político junto da sociedade portuguesa derivado das suas estreitas ligações ao antigo regime, mas também do prestígio interno grangeado pela sua equipa dos 5 violinos, acabou por ser convidado, pese embora o Benfica ter sido a única equipa portuguesa até então a ter ganho uma competição internacional oficial, a Taça Latina, e uma das 5 equipas a possuirem o troféu no seu palmarés. Nessa 1ª edição, de 1955/56, o campeão português, Benfica não participaría na prova.

Teriamos, então, que aguardar pela conquista do titulo nacional de 1956/57 para que o Benfica se apurasse para a prova, tendo o sorteio ditado que o adversário da 1ª eliminatória seria o Sevillha FC e o jogo da 1ª mão, disputada na capital da Andaluzia, no Campo Nervion. O Sevilha era vice-campeão espanhol e, a razão para ter participado na prova é simples: naquela altura, os regulamentos previam que se o campeão europeu fosse igualmente campeão nacional do seu país, então o 2º cassificado desse campeonato participaria igualmente na Taça dos Clubes Campeões Europeus, em 61/62 o Sporting Clube de Portugal beneficiaria desta prorrogativa para participar na prova mesmo tendo sido 2º clasificado no nacional anterior.

A deslocação a Sevilha efectuou-se precisamente duas semanas depois de uma célebre vitória benfiquista no estádio do Restelo sobre o FC Barcelona por 4-0, ainda hoje a mais volumosa vitória do Benfica sobre os catalães.
Os benfiquistas entrariam em campo com uma bandeira gigante do Sevilha, conforme se pode ver na foto, sendo aplaudidos pelos cerca de 40 mil espectadores presentes. 

O jogo começa e notava-se algum nervosismo entre os portugueses, o Benfica não seria feliz. O Sevilha, com a tradicional “fúria” española, foi demasiado forte, valendo aos encarnados a grande exibição do guarda-redes José Bastos,  para que o resultado final não fosse mais ampliado. 

Na primeira parte, apesar do dominio territorial da equipa da casa o empate a zero manteve-se mas logo aos dois minutos do segundo tempo, os espanhois através de Pahuet, abriram o activo.
O Benfica ripostou de imediato e, dois minutos depois, Francisco Palmeiro obteria aquele que ficou para a história como o primeiro golo benfiquista nas competições europeias. Palmeiro que, fora também em 1954, o primeiro benfiquista a marcar no Estádio da Luz, realizou excelente jogada individual , conseguindo vencer a oposição do defesa espanhol Campanal e rematar com êxito.

O empate manteve-se por pouco tempo. Aos 59 e 79 minutos, Antoniet e Pepillo colocaram o resultado final em 3-1 para os andaluzes. 

Coube a honra a Fernando Caiado  de ser capitão de equipa do Benfica neste jogo, ele que seria o único jogador a sair da equipa da 1ª para a 2ª mão, cedendo o lugar a Zezinho.

Na segunda mão, uma semana depois, na Luz, os espanhois defenderam-se bem, perante um Benfica muito lutador, e mantiveram o 0-0 final, deixando a equipa benfiquista, orientada por Otto Glória, pelo caminho logo na 1ª eliminatoria.

Apenas mais uma vez, em 1976/77, ante o Dinamo de Dresden, o Benfica ficaria pelo camino logo à primeira ronda.

Depois desta eliminação antes os espanhois, a glória chegaria, na participação seguinte o Benfica conseguiría incrivelmente sagra-se campeão, revadilaria o feito logo na época seguinte e na outra chegaria ao jogo final, onde a pesar de ter estado em vantagem e, muito próximo do tri, acabaría, por factores diversos por baquear… estaba portanto prestes a iniciar-se a maior odisseia da história do clube que o tornaria no melhor da década seguinte em toda a europa, mais nenhum clube ganharia mais títulos europeus, 2, ou atingiría tantas finais, 5, como o Benfica durante essa década. O seu nome ficaria escrito para todo o sempre a Ouro na galería dos maiores. 

1ª mão: 

19 Setembro 1957 - Estadio de Nervión, Sevilha

Sevilha: 3
Busto, Campanal, António Valero, Manuel Romero, Herrera, Pépin, Arza, Ramoní, Antoniet, Pahuet, Pepillo

Benfica: 1
José BastosÂngeloSerraCalado, Pegado, AlfredoCaiadoColunaCavémJosé Águas e Francisco Palmeiro
Golos: 1-0 aos 47 ‘ por Pahuet, 1-1 aos 49’ por  Francisco Palmeiro, 2-1 aos 59’ por Antoniet, 3-1 aos 79’ por Pepillo

2ª mão: 

26 de Setembro 1957 – Estádio da Luz, Lisboa

Benfica: 0
José BastosÂngeloSerraCalado, Pegado, AlfredoZezinho , ColunaCavémJosé Águas e Francisco Palmeiro

Sevilha: 0
Busto, Campanal, António Valero, Manuel Romero, Herrera, Pépin, Ruíz Sosa, Arsénio Iglésias, Antoniet, Loren, Pahuet