Golos só com Talisca no miolo

Fonte
ojogo
Os sete tiros certeiros que o Benfica fez na Liga aconteceram depois de o brasileiro saltar no banco, sempre a substituir Pizzi. A jogar na posição 8, o ex-Bahia tem ajudado a evitar desastres
Talisca tem rimado com talismã no início da época, com o médio-ofensivo brasileiro a ter de entrar em campo para os encarnados conseguirem marcar golos. Não um, mas todos os sete que as águias levam na I Liga (quatro ao Estoril e três ao Moreirense) apareceram depois de o brasileiro entrar em campo, no lugar de Pizzi. Contra os canarinhos, o internacional português deu lugar a Talisca aos 61" e os encarnados desbloquearam o nulo 13 minutos depois; frente aos de Moreira de Cónegos, Pizzi ficou nos balneários ao intervalo e, após 27 minutos, Jiménez empatava (1-1) o jogo, que acabaria com triunfo encarnado (3-2).

Objetivamente, com Talisca a 8 saído do banco e em situações de aperto no marcador, a equipa de Rui Vitória conseguiu reagir às adversidades, ganhando ambas as partidas. É verdade que o médio brasileiro não marcou nem fez assistências nos sete golos das águias no campeonato, mas a sua dinâmica foi determinante. Quem assim o analisa é Manuel José, treinador que já orientou o Benfica e que vê em Talisca mais-valias que contribuem para o crescimento da capacidade atacante da equipa da Luz. "Talisca tem mais bola no pé, apoia os avançados, tem capacidade de rutura no um para um, leva a equipa para o ataque e é um bom atirador de longa distância. Por isso, quando o Benfica precisa virar resultados adversos, entra Talisca e a pressão com bola melhora", afirma a O JOGO. Já João Alves, também treinador e antigo médio das águias, reconhece no internacional sub-23 do Brasil qualidades que podem explicar o sucesso de uma aposta mais firme de Rui Vitória no jogador. "Pizzi é um bom jogador, mais traquejado, que estabilizou o seu rendimento no meio-campo enquanto Talisca tem muito ainda por progredir. Mas é um miúdo de grande talento, capaz de marcar a diferença e descobrir soluções", diz o antigo luvas pretas.

Aposta sem sucesso como titular no primeiro jogo oficial da época, na Supertaça, embora como segundo avançado e não mais recuado, Talisca não ganhou ainda lugar no onze. Além dos jogos onde foi lançado, não saiu do banco contra o Arouca, vendo o Benfica perder em Aveiro (1-0). No entanto, as respostas positivas contra Estoril e Moreirense, ambas na Luz, fazem com que Rui Vitória coloque Talisca como hipótese no onze que receberá o Belenenses na sexta-feira. O que, mantendo-se fiel ao 4x4x2, significa que o ex-Bahia já aperta Pizzi, até porque a saída do português ao intervalo no último jogo pode ser encarada como um aviso ou indicador das intenções do treinador.

Tapado para jogar como segundo ponta de lança, face à concorrência de Jonas, e principalmente após as chegadas de Mitroglou e Jiménez, Talisca pode ter no meio-campo mais possibilidades de jogar. Até porque tem faltado capacidade de pressão, defensiva e ofensiva, naquela zona do terreno. "Na época passada, o Benfica ganhava por pressão e, quando perdia a bola, os seus jogadores caiam em cima dos adversários e não os deixavam pensar. Agora, ganha por exaustão, dá espaços e deixa jogar. A equipa joga de acordo com as ideias do treinador e a mentalidade mudou", garante Manuel José, que aposta em Talisca para a mudança. 
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