Novo fôlego para Artur no azar de Júlio César

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Júlio César volta a estar lesionado. Artur voltará a ser titular na baliza do Benfica. Termina aqui uma série de 11 jogos seguidos (num total de 12 participações sempre a titular) na Liga para aquele que se tornou a primeira opção no plantel. Artur tem como melhor registo uma série de quatro jogos (entre as oito presenças em jogos do campeonato – sete vezes titular e substituto do compatriota na última partida). Os números no campeonato ainda não estão muito distantes, mas o nº20 benfiquista foi ganhando vantagem.

O campeão do mundo pelo Brasil em 2002 já tem 1.072 minutos jogados e sofreu três golos em 12 jogos do campeonato repartidos por outros três encontros. Júlio César sofreu golos em duas vitórias do Benfica – com o Moreirense (3-1) e com o Nacioanl (2-1) – e na última derrota dos encarnados.

No campeonato, Artur tem cinco golos sofridos em oito partidas (utilizado) que lhe dão 638 minutos e em que o Benfica passou pelos três resultados possíveis: o nº1 dos «encarnados» sofreu dois golos na vitória sobre o Estoril (3-2), um no empate com o Sporting (1-1) e dois na derrota com o Sp. Braga (1-2).

Fazendo uma média entre os minutos jogados e os golos sofridos, Júlio César destaca-se ainda mais indo buscar a bola às redes da sua baliza a cada 357 minutos (três minutos menos do que três encontros com prolongamento). Já Artur, sofreu golos à média de 127 minutos cada (sete minutos acima de um jogo com prolongamento).

Envolvendo os números totais da época, os dados das comparações vão-se dispersando pois não só os dois guarda-redes começaram a época em alturas diferentes como há competições que já não fazem parte do calendário «encarnado». Mas, no que ficou, os dados concretos mostram que Júlio César jogou em 18 partidas em que o Benfica sofreu 10 golos e Artur esteve em 15 em que o clube da Luz foi batido nove vezes.



O Benfica oficializou a contratação de Júlio César no dia 19 de agosto do ano passado – dois dias depois da estreia benfiquista na Liga com um triunfo sobre o P. Ferreira. E as questões sobre o futuro titular na baliza dos encarnados começaram a fazer parte das conversas com Jorge Jesus.

Dois dias depois da confirmação, o internacional brasileiro já treinava com o plantel benfiquista, mas ainda fazia trabalho específico. A condição física de Júlio César ainda não era a ideal a 21 de agosto, um dia antes de o seu certificado entrar na FPF.

À terceira jornada, Júlio César ainda não era convocado, mas o guardião nº20 do Benfica também já foi ao Porto e participou no aquecimento da equipa no sintético do Bessa. Jogou-se a segunda jornada e o Benfica registou o segundo triunfo consecutivo na Liga com Artur na baliza sem sofrer golos em qualquer dos jogos.

Um dia depois, a 25 de agosto, Júlio César já trabalhou integrado. O Benfica começava a preparação para o dérbi com o Sporting, no fim de semana seguinte. Jorge jesus confirmou na conferência de imprensa de lançamento do jogo que, se tudo estivesse dentro da normalidade, o «imperador» estaria entre os convocados.

Assim aconteceu, com apenas dois guarda-redes chamados entre os 18 eleitos que fariam parte da ficha de jogo. Mas o brasileiro escolhido para o onze foi Artur. O nº1 do Benfica manteve a titularidade ao terceiro jogo no campeonato, que não lhe correu nada bem. Artur fez um mau passe que bateu em Carrillo sobrando a bola para Slimani fazer o golo com que ficou selado um empate na Luz.



Júlio César ainda não tinha sido opção. Com este erro de Artur, a questão da titularidade na baliza benfiquista tornou-se incontornável. E se reforço não ficou logo com o lugar passou-se a falar de pressão para até então titular.

«Do ponto de vista de nome, o Júlio César é um guarda-redes com um passado desportivo em relação ao qual que ninguém tem dúvidas sobre o seu valor. Mas é um motivo até para não dar instabilidade ao Artur. É motivo até para dar estabilidade», afirmou Jorge Jesus na noite do dérbi, a 31 de agosto.

Artur manteve-se de facto na baliza do Benfica. À quarta jornada, Júlio César voltou a estar indisponível e não esteve nos 5-0 do Benfica em Setúbal, a 12 de setembro, nem na estreia do Benfica na Liga dos Campeões. Frente ao Zenit, os «encarnados» perderam 2-0 na Luz. Artur sofreu um dos golos, foi expulso e foi Paulo Lopes (no 70 minutos jogados nesta época) a sofrer o segundo de penálti.

Seria só a 21 de setembro que Júlio César faria a estreia na baliza do Benfica. Foi à quinta jornada, numa vitória sobre o Moreirense (em que sofreu também o seu golo de estreia), com Artur no banco. Mas o «imperador» voltou a apresentar problemas físicos. Falhou as sexta e sétima jornadas conseguindo pelo meio ocupar a baliza na Liga dos Campeões (já em outubro) na suspensão do compatriota.

Artur seguiu para mais uma série de três jogos seguidos (dois para a Liga e outro para Champions) sendo o último deste em Braga, onde o Benfica foi batido pela primeira vez no campeonato. Jesus revelou na altura que Júlio César estava recuperado e deu-lhe o banco. A partir da nona jornada deu-se a inversão nas escolhas do treinador. Júlio César passou a ser o titular.

O «imperador» fez os onze jogos seguintes da Liga, passando pela derrota em Paços de Ferreira (na penúltima jornada) até à lesão com o Boavista na ronda anterior – série onde estiveram incluídos os dois jogos da Liga dos Campeões quando ainda havia objetivos, os dois da Taça de Portugal e o arranque na Taça da Liga. A Artur couberam já apenas o jogo para cumprir calendário com o Leverkusen (quando Jesus fez uma «revolução» nos convocados) e os dois últimos da Taça da Liga.



Até o nº1 ser chamado do banco para fazer os últimos oito minutos com o Boavista depois da lesão de Júlio César. Depois de na primeira volta, o nº20 passar a ser uma opção (que não foi utilizada) no dérbi com o Sporting, é Artur que volta, novamente em jogo com os leões, a ter a titularidade destinada.

Jesus já tratou de garantir a confiança no seu mais que provável titular na baliza: «Já ganhámos várias vezes em Alvalade com o Artur.» O que deve ser reformulado no singular. O Benfica de Jorge Jesus com Artur na baliza jogou quatro vezes em casa do Sporting: ganhou uma vez, empatou outra e perdeu duas.

Passando para a baliza contrária, Rui Patrício tem o dobro dos jogos contra o «eterno rival» em comparação com o seu (mais do que provável) adversário do próximo domingo. Mas tem resultados proporcionalmente melhores. Em Alvalade, contra o Benfica, Patrício ganhou duas vezes dividindo as outras seis entre empates e derrotas.

No seu histórico absoluto (num total de 17 confrontos) frente aos encarnados, juntam-se aos números de Rui Patrício os nove jogos disputados na Luz que deixam o nº1 dos leões com mais um empate e mais oito derrotas.

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