Rodrigo - entrevista ESPN - Filho de Adalberto, "primo" de Thiago Alcântara

Fonte
espn

Rodrigo Moreno é carioca, filho do lateral-esquerdo Adalberto do Flamengo dos anos 80, atacante da seleção sub-23 da Espanha. É o maior goleador da história da seleção espanhola sub 20. Conta-se que é primo de Thiago Alcântara, sobrinho de Mazinho. Não é bem assim. Nesta conversa em Seixal -- região metropolitana de Lisboa onde fica o Centro de Treinamento do Benfica --, ele conta por que saiu do Brasil para se tornar jogador espanhols. Também fala sobre o futuro e sobre jogar ou não pela seleção brasileira, fazendo o caminho inverso de Diego Costa.

PVC - Você é primo do Thiago Alcântara, sobrinho do Mazinho?

RODRIGO - Não exatamente. Acontece que quando o Mazinho parou de jogar e voltou a viver no Rio de Janeiro, ele foi estudar na minha sala, na escola Anglo Americana. Ficamos muito amigos por isso, porque minha irmã estudava na sala do Rafinha, seu irmão, e porque o Thiago e eu jogávamos juntos no Flamengo. Então, o Mazinho quis voltar a viver em Vigo, onde jogou pelo Celta. E fez uma proposta para o meu pai ser seu sócio. Mudei para a Espanha junto com o Thiago por causa disso. Não vim para a Europa pensando em ser jogador, mas porque minha família se mudou para cá.

PVC - Quem jogava com vocês no Flamengo?

RODRIGO - Nosso time tinha também o Diego Maurício e o Luís Antônio, que hoje continua na Gávea. Tinha também o Fabrício, zagueiro. Quer dizer: o Fabrício era mais velho, mas jogávamos juntos muitas vezes.

PVC - Você continuou sendo Flamengo?

RODRIGO - Ah, continuei sim. O Thiago também. Acompanho pelo rádio, pela televisão sempre que possível. Sei sempre o que está acontecendo. 

PVC - Do Celta para o Real Madrid, como aconteceu?

RODRIGO - O Real Madrid contratou o técnico da baes do Celta, o Ramon Martínez. E ele falou sobre mim. Ele gostava do meu futebol e me indicou. Cheguei ao Real Madrid e logo fui indicado para o Real Madrid  Castilla. Mais tarde, quando o Real Madrid contratou o Di Maria, eles me envolveram no negócio e vim para o Benfica. Cheguei sem jogar e, como havia o interesse do Bolton, passei um período de tempo na Inglaterra, antes de voltar para cá.

PVC - Eu li que foi na transferência do Fábio Coentrão...

RODRIGO - Não! O Fábio Coentrão foi para o Real Madrid uma temporada depois. Vim para o Benfica quando o Di Maria foi para o Real Madrid.

PVC - Você veio para o Benfica porque os jogadores da base do Real Madrid não jogam, diferente do Barcelona?

RODRIGO - Não foi por isso. Mas de fato há uma história de os jogadores da base entrarem pouco no time. Hoje mesmo há alguns na equipe pricnipal que jogaram comigo nas divisões de base. Morata, Jesé, Nacho...

PVC - Nesta temporada você tem 17 gols e oito assistências, vai ser campeão português e pode eliminar a Juventus na Europa League. Qual o próximo passo?

RODRIGO - Nosso objetivo no início da temporada era mesmo ganhar o Campeonato Português. O Benfica não vence desde 2010. Mas a Liga Europa dá um prestígio a mais. Não vai ser fácil jogar contra a Juventus, mas é um desafio para conquistar.

PVC - E o ano que vem? Fala-se em Zenit, Valencia, Liverpool...

RODRIGO - Não sei o que vai acontecer no ano que vem. Eu gosto muito do Benfica. Claro que há interesse em jogar outras ligas, de maior repercussão, mas jogar no Benfica, clube de que gosto demais, não seria nada mal também. Não aprendi a jogar futebol aqui. Mas aprendi a gostar daquio. 

PVC - O caso Diego Costa teve repercussão imensa. Você é atacante e, como ele, optou pela seleção espanhola. O que pensa desse assunto?

RODRIGO - Eu não vim para a Espanha para jogar. E não fui chamado pela seleção brasileira, acho que para segurar um pouco os jogadores que querem ir para o exterior e não têm propostas. Fui convocado pela Espanha, tornei-me o maior goleador da seleção sub-20 e me sinto espanhol, porque cheguei aqui muito menino, com 11 anmos. Claro que me sinto brasileiro, também. A seleção algumas vezes cogitou me chamar e acho que não chamou para não dar moral a jogadoes que foram para o exterior para serem jogadores. Acho que a CBF está certa nisso. Não tem de chamar o que está fora para inibir quem pensa em sair só para ter visibilidade. Não tem de convocar quem joga fora mesmo. Ou o garoto vai escolher um clube só por achar que vai ter mais chances. 

Eu não vim para a Europa para jogar, para ficar rico. Eu vim com minha família, porque meu pai veio trabalhar na Espanha.