O Benfica ganhou ao Vitória de Setúbal (3-2), é líder pelo menos por algumas horas, Mantorras marcou três vezes, enfim, está tudo bem na Luz? Não, nem por isso. Notou-se com o Salgueiros, confirmou-se com os sadinos. Nos «encarnados» há gente longe do melhor e isso pesa. Muito.
Mas não é justo começar a crónica, num jogo de um homem, a falar de problemas. Sim, que fique claro desde já, esta foi a partida de Mantorras. Ele decidiu. Ele, mais do que isso, estabeleceu a diferença entre um Benfica empolgante e um Benfica hesitante, a ver jogar, cheio de dúvidas.
Mantorras contribuiu, quase sozinho, para adiar a discussão sobre o que joga (e como pode jogar) esta equipa. Porque marcou três vezes, porque foi o único a conseguir inibir o Vitória de Setúbal. À terceira jornada, Mantorras começou a pagar as promessas que deixou na pré-época. Mesmo a tempo.
...E o Vitória até jogava bem
Antes da primeira vez de Mantorras, o Vitória esteve melhor. Por uma razão simples: tinha a bola. Aqui começa a perceber-se o dilema do Benfica. Toni e Jesualdo Ferreira voltaram a apostar em muita gente na frente. É isso que faz dos «encarnados» o melhor projecto da I Liga. Numa altura em que todos privilegiam o futebol defensivo, de combate, o Benfica propõe-se oferecer, todos os fins-de-semana, algo que pretende ser ópera. É de aplaudir.
Mas, até ver, continua por resolver um problema de base: quem garante a bola de que os artista precisam para jogar? Eles próprios não, de certeza, e é aí que começa a discussão. Com três centrais e dois médios, o Vitória de Setúbal conseguiu, de início, travar a força criativa do Benfica, o eixo Zahovic-Sokota-Mantorras. Depois apostou nas alas, sobretudo na direita. Paulo Ferreira, sempre muito melhor do que Drulovic, desequilibrou.
Com facilidade, o Vitória começou a ter a bola. E a aparecer na frente. Primeiro sem perigo, depois, bem cedo, com um golão de Marco Ferreira. O melhor momento da vida do jogador? Sim, sem dúvia, mas evidente sinal de que os sadinos queriam jogar.
Este Benfica não é equipa que se preocupe com um golo do adversário. Aliás, a filosofia em que se baseia o conjunto parece ser essa: desde que marque mais um do que o adversário, tudo está bem.
E para marcar lá esteve Mantorras. Um passe de Zahovic, velocidade, remate forte, golo. Seis minutos depois, de cabeça, 2-1. Com a sorte de ver a bola bater em quem passava por ali, mas a sorte costuma proteger os que sabem jogar. Foi o caso. Tudo bem outra vez? Nem por isso. A ganhar, o Benfica mais se convenceu de que era mesmo assim, o primeiro golo tinha sido uma inspiração passageira. Mentira. A poucos minutos do intervalo, só grande defesa de Enke impediu Hugo Henrique de empatar.
Agarrar Mantorras ou deixá-lo jogar, eis a questão
Ao intervalo, Jorge Jesus mexeu bem. Retirou Fernando Mendes e colocou alguém mais ofensivo na esquerda. Então sim o Vitóia começou a dar gosto. Fazia circular a bola, metia-se entre as linhas ofensivas e defensivas (sim porque o meio-campo do Benfica era terreno selvagem, despovoado) do Benfica e jogava. E jogava. E jogava.
Os «encarnados» viam. Aliás, este Benfica joga tão bem como deixa jogar. Percebe-se. Nada como artistas para apreciarem outros. Toni também gosta de futebol, por isso nos dá tantos homens de ataque a cada jornada, mas até para ele estava a ser de mais. Com 20 minutos de jogo na segunda parte, o filme começou a rodar depressa demasiado depressa. É verdade que os «encarnados» podiam chegar ao 3-1, mas o Vitória também andava por ali, a rondar o 2-2. Daí o banho de Sokota e a entrada de um médio, Andersson.
O Vitória não apreciou a ideia. De repente, com Meira, Andersson e Zahovic no meio, começou a ser mais difícil fazer a bola gostar do verde-e-branco. Parecia mais consitente, o Benfica, e mais equilibrado o jogo. Foi então que Mantorras apareceu de novo, vindo de outra partida. E fez mais um golo, um grande golo, um remate espantoso, resultado de um livre. Nas bancadas, os adeptos começaram a saltar, os cachecóis e bandeiras libertaram-se, quem viu respirou fundo, na certeza de ter vivido um momento único.
Era o fim? Parecia. O Vitória sentiu muito o golo. Não por ser o terceiro, provavelmente mais por ter sido assim, por ter sido outra vez Mantorras. Quer dizer, acentuava a ideia de que nada havia a fazer. Podiam jogar muito, fazer a bola cirular, que do outro lado apareceria sempre um extra-terrestre para desempatar.
O Benfica também pareceu convencido disso. Daí ter sofrido um golo incrível, quando até tinha mais um homem do que o Vitória de Setúbal. O jogo terminou com Costa, como Eliseu, expulso por agarrar Mantorras. Agora os sadinos tinham tentado mesmo tudo: primeiro a versão «deixem jogar Mantorras», por fim a versão «agarrem Mantorras». A culpa não é deles: este sábado, ninguém conseguiria melhor.
Por fim, o SL-BENFICA, elege como habitual, o melhor jogador em campo do Benfica e desta feita é MANTORRAS sem dúvida.
NOTA: Por problemas de horários por parte da área de informação do site, limitámo-nos a transcrever a notícia publicada em WWW.MAISFUTEBOL.IOL.PT
Em nome da equipa o pedido de desculpas e os agradecimentos ao MaisFutebol
Mas não é justo começar a crónica, num jogo de um homem, a falar de problemas. Sim, que fique claro desde já, esta foi a partida de Mantorras. Ele decidiu. Ele, mais do que isso, estabeleceu a diferença entre um Benfica empolgante e um Benfica hesitante, a ver jogar, cheio de dúvidas.
Mantorras contribuiu, quase sozinho, para adiar a discussão sobre o que joga (e como pode jogar) esta equipa. Porque marcou três vezes, porque foi o único a conseguir inibir o Vitória de Setúbal. À terceira jornada, Mantorras começou a pagar as promessas que deixou na pré-época. Mesmo a tempo.
...E o Vitória até jogava bem
Antes da primeira vez de Mantorras, o Vitória esteve melhor. Por uma razão simples: tinha a bola. Aqui começa a perceber-se o dilema do Benfica. Toni e Jesualdo Ferreira voltaram a apostar em muita gente na frente. É isso que faz dos «encarnados» o melhor projecto da I Liga. Numa altura em que todos privilegiam o futebol defensivo, de combate, o Benfica propõe-se oferecer, todos os fins-de-semana, algo que pretende ser ópera. É de aplaudir.
Mas, até ver, continua por resolver um problema de base: quem garante a bola de que os artista precisam para jogar? Eles próprios não, de certeza, e é aí que começa a discussão. Com três centrais e dois médios, o Vitória de Setúbal conseguiu, de início, travar a força criativa do Benfica, o eixo Zahovic-Sokota-Mantorras. Depois apostou nas alas, sobretudo na direita. Paulo Ferreira, sempre muito melhor do que Drulovic, desequilibrou.
Com facilidade, o Vitória começou a ter a bola. E a aparecer na frente. Primeiro sem perigo, depois, bem cedo, com um golão de Marco Ferreira. O melhor momento da vida do jogador? Sim, sem dúvia, mas evidente sinal de que os sadinos queriam jogar.
Este Benfica não é equipa que se preocupe com um golo do adversário. Aliás, a filosofia em que se baseia o conjunto parece ser essa: desde que marque mais um do que o adversário, tudo está bem.
E para marcar lá esteve Mantorras. Um passe de Zahovic, velocidade, remate forte, golo. Seis minutos depois, de cabeça, 2-1. Com a sorte de ver a bola bater em quem passava por ali, mas a sorte costuma proteger os que sabem jogar. Foi o caso. Tudo bem outra vez? Nem por isso. A ganhar, o Benfica mais se convenceu de que era mesmo assim, o primeiro golo tinha sido uma inspiração passageira. Mentira. A poucos minutos do intervalo, só grande defesa de Enke impediu Hugo Henrique de empatar.
Agarrar Mantorras ou deixá-lo jogar, eis a questão
Ao intervalo, Jorge Jesus mexeu bem. Retirou Fernando Mendes e colocou alguém mais ofensivo na esquerda. Então sim o Vitóia começou a dar gosto. Fazia circular a bola, metia-se entre as linhas ofensivas e defensivas (sim porque o meio-campo do Benfica era terreno selvagem, despovoado) do Benfica e jogava. E jogava. E jogava.
Os «encarnados» viam. Aliás, este Benfica joga tão bem como deixa jogar. Percebe-se. Nada como artistas para apreciarem outros. Toni também gosta de futebol, por isso nos dá tantos homens de ataque a cada jornada, mas até para ele estava a ser de mais. Com 20 minutos de jogo na segunda parte, o filme começou a rodar depressa demasiado depressa. É verdade que os «encarnados» podiam chegar ao 3-1, mas o Vitória também andava por ali, a rondar o 2-2. Daí o banho de Sokota e a entrada de um médio, Andersson.
O Vitória não apreciou a ideia. De repente, com Meira, Andersson e Zahovic no meio, começou a ser mais difícil fazer a bola gostar do verde-e-branco. Parecia mais consitente, o Benfica, e mais equilibrado o jogo. Foi então que Mantorras apareceu de novo, vindo de outra partida. E fez mais um golo, um grande golo, um remate espantoso, resultado de um livre. Nas bancadas, os adeptos começaram a saltar, os cachecóis e bandeiras libertaram-se, quem viu respirou fundo, na certeza de ter vivido um momento único.
Era o fim? Parecia. O Vitória sentiu muito o golo. Não por ser o terceiro, provavelmente mais por ter sido assim, por ter sido outra vez Mantorras. Quer dizer, acentuava a ideia de que nada havia a fazer. Podiam jogar muito, fazer a bola cirular, que do outro lado apareceria sempre um extra-terrestre para desempatar.
O Benfica também pareceu convencido disso. Daí ter sofrido um golo incrível, quando até tinha mais um homem do que o Vitória de Setúbal. O jogo terminou com Costa, como Eliseu, expulso por agarrar Mantorras. Agora os sadinos tinham tentado mesmo tudo: primeiro a versão «deixem jogar Mantorras», por fim a versão «agarrem Mantorras». A culpa não é deles: este sábado, ninguém conseguiria melhor.
Por fim, o SL-BENFICA, elege como habitual, o melhor jogador em campo do Benfica e desta feita é MANTORRAS sem dúvida.
NOTA: Por problemas de horários por parte da área de informação do site, limitámo-nos a transcrever a notícia publicada em WWW.MAISFUTEBOL.IOL.PT
Em nome da equipa o pedido de desculpas e os agradecimentos ao MaisFutebol