A época de 2013/2014 foi recheada de sucessos desportivos e todo o percurso efetuado nessa mesma época só eleva o nome do Benfica, devolvendo-lhe os devidos títulos e glória.
Olhando para trás, o Benfica começou essa época de 2013/2014 com o pesado legado de poder ter ganho tudo na época anterior, mas na realidade ter falhado em todos os momentos decisivos. A continuidade do treinador Jorge Jesus não era consensual e a opinião pública estava muito dividida no que dizia respeito à sua permanência. No entanto a posição do presidente Luís Filipe Vieira foi firme e prevaleceu a decisão que ditava a continuidade do técnico que já comanda o Benfica desde 2009.
Apesar de não ter havido muitas mexidas na equipa, as expetativas não eram muito altas e os resultados desportivos iniciais não foram os mais satisfatórios. No entanto o Benfica conseguiu estabilizar o bom rendimento coletivo e de uma forma natural a liderança no campeonato foi alcançada. Com o passar do tempo as expetativas foram aumentando, o Benfica foi seguindo em frente nas diversas competições, e a confiança ia aumentando de forma proporcional à consistência dos bons resultados desportivos. No final, uma época de sonho que podia ter sido perfeita caso tivéssemos trazido o caneco de Turim.
Mas nem tudo são rosas. Depois de uma época de sonho, 2014/2015 tinha tudo para ser iniciado com elevadas expetativas, no entanto isso foi algo que não se veio a suceder. As diversas saídas na equipa que obteve o triplete e uma pré-época recheada de maus resultados levaram à diminuição das expetativas e confiança. A esperança numa época de grandes êxitos foi, portanto, diminuindo. No Benfica saiam Rodrigo, Cardozo, Siqueira, André Gomes, Garay, Markovic, Oblak, entre muitos outros jogadores. Contrariamente, o FC Porto era a equipa que mais se reforçava no futebol português e a equipa sobre a qual recaiam mais expetativas e atenção face ao elevado investimento.
Comparando a época de 2013/2014 com a época de 2014/2015 vejo algumas semelhanças e sinais que me permitem encaram o resto da época com um sorriso de alguém que está confiante no sucesso deste grupo de trabalho. Passo a explicar: duas das semelhanças que encontro são as baixas expetativas e confiança para o início desta época fruto do desmembrar da equipa campeã nacional e duma inquestionável má pré-época. No entanto nem tudo é mau, e a continuidade de Luisão, Maxi Pereira, Enzo Pérez, Gaitán e Salvio, pode ser um fator chave, uma vez que foram peças fulcrais no sucesso da época transata. Os sinais que me levam a acreditar num futuro risonho é a atitude dos jogadores, equipa técnica, sócios e adeptos.
De uma forma geral, uma das principais condições para o sucesso de qualquer coletivo é acreditar nas suas qualidades e capacidade de atingir um objetivo. E os jogadores e equipa técnica preenchem essas duas condições. A forma de encarar os jogos, a garra e ambição demonstradas em campo, já cativaram os sócios e adeptos de uma forma singular, e a prova disso são as recentes receções ao Zenit e Moreirense.
Apesar de terem sido dois momentos e resultados distintos, a receção ao Zenit permitiu transmitir aos jogadores a confiança e crença que uma nação inteira deposita neles. No jogo seguinte, a receção e vitória frente ao Moreirense só foram possíveis graças à crença e confiança depositadas e transmitidas durante o jogo. A luta, o sacrifício, o apoio e a energia presentes naquele jogo levaram o Benfica à vitória e liderança isolada no campeonato à quinta jornada. Não tenho dúvidas disso.
E faço votos que esta época seja igual à da época passada: um começo incerto, bom rendimento e consistência adquiridos ao longo da época, uma onda vermelha a invadir os estádios de norte a sul, levando o Benfica às vitórias, e, no final, que venham os tão desejados títulos no mês de maio.