Moreirense x Benfica: Uma vitória «arrancada a ferros»...

Submetida por K_POBORSKY em
O estádio 1º de Maio, em Braga não encheu para esta partida entre o Moreirense e o Benfica, mas ainda assim foram muitos os benfiquistas que durante 95 minutos sofreram até verem garantidos mais 3 pontos. A pouca afluência do público deveu-se ao elevado preço dos bilhetes, ao facto do jogo dar na televisão – ainda que em canal codificado - mas acima de tudo, devido às más condições climatéricas que se fazem sentir um pouco por todo o país.

O técnico Jesualdo Ferreira não fez alinhar dois pontas-de-lança de início e adaptou Ricardo Rocha ao sector esquerdo da defesa. Éder estreou-se a titular no “onze” benfiquista. Assim, o Benfica alinhou de início com Moreira na baliza; Éder no lado direito da defesa, Argel e João Manuel Pinto («cap.») ao centro e Ricardo Rocha no lado esquerdo. No meio-campo, com a ausência de Tiago, coube a Ednilson fazer dupla com Petit ao centro. Na ala direita esteve Roger, que ainda assim investiu mais em jogadas pelo centro, enquanto que Simão ocupou o sector esquerdo. Na frente, o avançado Nuno Gomes teve nas suas costas o apoio de Zahovic.

1ª Parte: Do lado do Benfica... Só o golo!

O árbitro para esta partida foi João Ferreira que apitou para um início de jogo onde o Benfica entrou a todo o «gás». O Benfica entrou a ganhar, dado que aos 2 minutos de jogo, Nuno Gomes inaugurou o marcador, mas também a sua conta pessoal na SuperLiga. O número 21 dos encarnados recebeu a bola, vinda de Simão e rematou rasteiro para o lado oposto da baliza moreirense.

O jogo parecia estar controlado pelo Benfica, mas os da casa – ainda que jogassem em Braga – pareciam não querer facilitar a vida ao Benfica e por diversas vezes tentaram o contra-ataque, mas sem êxito. O Benfica apostava somente no sector esquerdo para realizar os seus ataques, mas tal facto não pode ser consumado. O Benfica não pode depender apenas das «explosões» de Simão Sabrosa. Éder, que hoje se estreou a titular, teve como missão segurar todo o corredor direito e talvez por isso a equipa de Moreira de Cónegos tentasse por vezes entrar por esse mesmo sector.

O Benfica começava a perder o seu meio-campo e com um Ednilson muito apagado, o Moreirense chegou ao golo. Após a marcação de um pontapé de canto, a bola ressalta para o centro da área de Moreira onde, isolado aparece o jogador da equipa da “casa” para igualar a partida. Estava feito o 1-1 no 1º de Maio.

O Benfica jogava mal, com muitas perdas de bola e sem ritmo. O Moreirense não desistia e passava a tomar conta do jogo. Jesualdo Ferreira fazia prever alterações para o início da segunda parte, colocando em exercícios de aquecimento Féher e Miguel.
Aos 32 minutos de jogo, o Benfica fazia chegar, de novo o perigo à baliza adversária, por intermédio de um livre apontado sobre Simão Sabrosa, que no entanto passa por cima da barra.

Decorria o minuto 39 quando a equipa de Manuel Machado dá a volta ao resultado. João Manuel Pinto – que hoje não esteve bem durante toda a partida - perde «disparatadamente» a bola para Demétrios, Afonso Martins cruza para Armando, que de cabeça frente a Moreira não perdoou e colocou o Moreirense na frente do marcador.

Pouco mais houve no primeiro tempo onde de Benfica apenas houve um golo e com um Moreirense determinado a alcançar os primeiros três pontos da época. Para a segunda parte, previa-se que Jesualdo Ferreira colocasse em campo Féher em detrimento de Zahovic, dado que o esloveno já tinha um amarelo e até porque o Benfica estava em desvantagem no resultado.

2ª Parte: Moreirense fez sofrer um Benfica apagado...

Mas Jesualdo Ferreira retirou Roger no intervalo para colocar Féher. Uma má opção do técnico benfiquista que deveria ter retirado Zahovic, dado que o esloveno esteve bastante apagado em todo o jogo e dado que tinha um cartão amarelo. Quem também entrou no Benfica foi Miguel que regressou após uma lesão e estreou-se na SuperLiga.
Para dar lugar a Miguel saiu o jovem Éder.

O Benfica passava a jogar com Miguel a fazer o corredor direito e com Féher e Nuno Gomes apoiados por Zahovic na frente. Mas o Benfica tal como saiu para o intervalo, entrou mal na segunda parte. Para quem observou as duas jornadas anteriores, a questão colocava-se da seguinte maneira: «Mas onde está o Benfica?»....

Era a equipa da “casa” que dominava e só aos 54 min o Benfica fez chegar o perigo à baliza de João. Simão centra para a pequena área do Moreirense, onde Fehér surge a cabecear rente ao poste. Mas o Moreirense que estava em vantagem no marcador, jogava com precaução e tentava segurar a bola.

Jesualdo Ferreira não gostava do que via – os adeptos também não – e pedia aos seus jogadores calma e determinação nos lances de ataque. Aos 62 minutos, de novo o perigo para o Moreirense. Nuno Gomes falha o cabeceamento por pouco, tentando corresponder ao cruzamento de Miguel.

Aos 68 minutos o Moreirense vê-se reduzido a dez unidades, por expulsão de João Duarte que cometeu uma grande penalidade sobre Féher. Simão foi chamado a converter e fez o seu terceiro golo, o segundo do Benfica nesta partida. Estava feito o empate(2-2).

Finalmente, mas em jeito de aflição e já com Drulovic em campo que entrara aos 58 minutos de jogo, o Benfica parecia tomar conta do jogo. Aos 78 minutos Féher, de cabeça, coloca de novo o Benfica em vantagem, após cruzamento de Ricardo Rocha para o meio da área. O defesa benfiquista elabora uma excelente jogada que o húngaro viria a concretizar. Os adeptos benfiquistas podiam finalmente suspirar de alívio, mas ainda assim, não se podiam livrar do sofrimento, porque aos 82 minutos esteve de novo, o empate à vista. Altino atira de cabeça com perigo na transformação de um canto. Moreira evita o terceiro da equipa de Manuel Machado com uma grande defesa. Certamente um jogo impróprio para cardíacos...

O jogo chegaria finalmente ao fim, passados os 5 minutos de compensação concedidos por João Ferreira. Uma vitória, sem dúvida, «arrancada a ferros» pelos jogadores do Benfica (3-2).
Jesualdo Ferreira tem agora de reunir os seus «pupilos» e explicar-lhe que o que hoje se viu em Braga, não se pode voltar a repetir. Muitos erros foram cometidos pelos jogadores do clube da Luz.
O Benfica amealhou mais 3 preciosos pontos, mas tem esta semana, muitos trabalhos de casa Sr. Professor...

Nesta partida destaque para o melhor elemento benfiquista em campo, que desta feita foi Simão Sabrosa. O número 20 benfiquista obteve o seu 3º golo na SuperLiga e foi ele que praticamente andou com o Benfica «às costas».

Na próxima jornada, mais um teste difícil, mas desta feita na Luz, diante a União de Leiria, num jogo que se realiza dia 21, às 21 horas.

O SL-Benfica.com apresenta-lhe, em baixo, a táctica utilizada por Jesualdo Ferreira para esta partida que terminou com uma vitória difícil (2-3).