quinta-feira, 14 de abril de 2016

7 momentos mortais (ou como o Benfica poderia ter sido Campeão Europeu)

. o penalty claro de Lahm;

. o(s) falhanço(s) de Jonas vs Neuer;

. o fraco remate de Jiménez;

. o bloqueio de Ribery a Eliseu no segundo golo alemão;

. a não expulsão de Javi Martinez;

. o segundo livre de Talisca;

. aquela bola do Jovic...




Inferno. O da Luz, nestes momentos....não tem mesmo comparação. Incríveis os adeptos do Glorioso. Em qualquer parte. Em todo o lugar. Sempre!!

O Benfica discutiu o jogo, ou melhor a eliminatória, até ao fim com o provável vencedor da prova (sina nossa cair frente aos vencedores das competições europeias) e fez tremer o poderoso Bayern de Guardiola.

Com várias ausências importantes (os 2 melhores jogadores estiveram fora, por exemplo), pensei naquele Benfica-Man Utd onde, num 11 muito fustigado por lesões e castigos, atirámos o gigante inglês para fora da Champions (golos do Geovanni e do....Beto).

E o golo de Jiménez (mais um mal-amado...) parecia trazer vida ao meu déjà-vu. 



Mas logo de seguida, o mexicano falhou o k.o. aos bávaros e a possibilidade de passar para a frente da eliminatória ficou-se por isso mesmo, por uma possibilidade. Os alemães sentiram-se grogues mas não caíram, faltou-nos algum killer instinct.

O Bayern ressuscitou por Vidal (a grande figura do Bayern nesta eliminatória) e o intervalo chegou com empate a 1. Estava ainda mais difícil, mas os 60.000 benfiquistas recusavam deitar a toalha ao chão e os nossos atletas pareciam comungar desse sentimento colectivo: NUNCA NOS RENDEMOS!

Depois veio mais um dos muitos pormenores que desequilibraram a eliminatória. No 1-2, Ribery bloqueia Eliseu para que Javi Martinez se solte e cabeceie sem oposição (revejam as imagens). Aquilo foi estudado e saiu tal e qual como eles queriam, daí o festejo efusivo de Ribery com Guardiola, foi um golo de laboratório. O canto é batido longo para a zona de Ribery (que seria marcado por Eliseu, ambos jogadores de estatura média) que não fazia parte dos jogadores perigosos (e altos) naquela situação. Essa "desconsideração" natural por Ribery, face à sua estatura, neste tipo de lances, colocou Eliseu a marcá-lo e não um central ou um avançado altos. Até aqui tudo bem, a opção do Benfica é correcta. Mas quando Javi Martinez - que vem de trás - se liberta para ir disputar a bola (ele sabe onde ela vai cair), é Eliseu (mais baixo e menos possante no jogo aéreo) quem o tentará evitar. Só que Eliseu nem chega a entrar no lance porque é bloqueado e impedido por Ribery.

Não sei se é falta, mas já se fizeram capas de jornais neste país com os bloqueios do Benfica. Mais, já se marcaram faltas nesses movimentos (recordo-me de um outro jogo grande onde isso aconteceu).

Esse segundo golo afectou bastante o subconsciente dos jogadores, aquele sonho que pareceu tão à mão de semear estava agora bem mais longe. O público não se rendeu. Os jogadores continuaram a lutar. Mas era mais coração e menos cabeça.

Até que Gonçalo Guedes trouxe electricidade ao jogo e foi derrubado à entrada da àrea por Javi Martinez quando seguia isolado. Kuipers (o da marisqueira de Matosinhos e da final de Amsterdam frente ao Chelsea) tremeu e não expulsou o jogador espanhol do Bayern de Munique. Lance claro com decisão óbvia mas que o juíz holandês permitiu aos alemães continuarem a jogar 11 para 11.

Talisca faria um golaço nesse livre e o vulcão da Luz voltou a entrar em erupção. Guardiola olhou para o relógio. Como teriam sido esses minutos se estivessemos em superioridade numérica ? Nunca saberemos...

Até final houve outro livre de Talisca (bem a escolher outro ângulo oposto ao do golo) com Neuer, mesmo a bola saindo no seu lado, a chegar tarde, mas com a bola a passar agonizantemente do lado de fora do poste. E no último suspiro, Jovic, só com Neuer pela frente, rematou à figura. Teria sido a justa vitória no jogo e um marco na carreira de um menino sérvio que vai dar muito que falar.


O jogo não foi um massacre (nem cá nem lá), foi uma eliminatória equilibrada, e à superior posse de bola alemã (expectável) não houve correspondência num domínio tão absoluto do Bayern. Eles são melhores mas tiveram que suar muito, e com alguns pormenores poderiam ter sido eliminados por um Benfica sempre muito competente, que jogou 180 minutos olhos nos olhos com a máquina alemã de Guardiola mas com quem a sorte nada quis. Um golo em Munique teria feito tanta diferença...


Ver a euforia deles mostra como nos respeitaram e como perceberam que era difícil, muito difícil. Ver Pep Guardiola olhar para o relógio e apelidar-nos de super equipa, confesso, dá-me um certo gozo. Ouvir Vidal e Thiago (dois dos melhores médios do Mundo) elogiarem o Benfica, o Estádio da Luz e os adeptos benfiquistas é sinal do impacto que o Sport Lisboa e Benfica tem. No caso do chileno chegou mesmo a desejar que sejamos campeões nacionais este ano.

«O Benfica é muito forte, uma equipa muito organizada com jogadores muito fortes e fiquei surpreendido. Foi muito difícil mas felizmente conseguimos passar a eliminatória. Mas desejo-lhes muita sorte, oxalá possam ser campeões aqui em Portugal.»  - Arturo Vidal

«Parabéns ao Benfica pelo grande nível que demonstrou nos dois jogos.» - Thiago Alcântara

«O Benfica é uma super equipa e com as faltas do Gaitán, Jonas e Mitroglou seria claramente muito mais forte, pelo que nesse aspecto acho que tivemos alguma sorte.» - Guardiola


Orgulho, E PLURIBUS UNUM


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