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sábado, 25 de março de 2017

Foguetes

"Há mais tempo do que o Sporting foi campeão nacional de futebol (ou seja, há mais de 15 anos), fui a uma festa de aldeia no Louriçal do Campo, ali para os lados de Castelo Branco. Era verão e fui com o amigo Faria e com a sua simpática família, que já fazem parte da moldura do Estádio da Luz, todos eles benfiquistas ferrenhos. Piores - leia-se melhores - do que eu, por isso podem imaginar o nível de devoção. Lá, à beira da serra da Gardunha, havia a tradição de lançar foguetes durante todo o fim de semana da festa de S. Fiel. De manhã, à tarde, à noite, à alvorada - havia foguetes para todos os gostos. Tudo em honra do padroeiro e para celebrar a ocasião de as famílias e os amigos estarem juntos depois de um ano de trabalho fora da terra. Pois é mesmo para isso que servem os foguetes - para festejar alguma coisa. Nunca vi ninguém lançar foguetes no dia 9 de Junho para celebrar o Dia de Portugal. Nem a 24 de Abril para comemorar a Revolução. Excepto quem tem saudades da Velha Senhora, e não estou a falar da equipa italiana tranquilamente apurada para os oitavos de final da Champions - numa eliminatória que juntou dois clubes com provas dadas no mundo da corrupção e dos resultados combinados.
Pois é, lançar foguetes antes do tempo dá sempre mau resultado, e isso viu-se no passado fim de semana. Os adeptos do 2.º e 3.º classificado vibraram com o empenho invulgar dos jogadores do P. Ferreira, mas esqueceram-se de, para chegar ao topo, ser preciso fazer mais pontos do que os adversários. Uns seguem a dez do topo. Os outros continuam, cabisbaixos, a apanhar as canas. Acredito que a sensação se vai manter depois do clássico de 1 de Abril. Curiosamente, o dia que melhor se ajusta à história dos dirigentes do FC Porto."

Ricardo Santos, in O Benfica

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