Dar parcialmente a mão à palmatória

Ao contrário do que muitos parecem querer, felizmente, o Benfica é feito de discussão. Mais, fez-se grande por causa disso mesmo, isto é, mesmo em tempos de opressão, discussão havia, tornando o clube um símbolo da democracia, ainda que muitos adeptos rivais tentem deturpar a história com revisionismos sem sentido.

Serve isto de introdução para dizer que, após algumas trocas de argumentos com seguidores da página e não só no dia de ontem, consigo perceber que talvez não haja violação dos estatutos ao acolhermos uma convenção religiosa. Apesar de vários seguidores defenderem a mesma tese, foi o caríssimo Pedro Feiticeiro que me convenceu. De facto, tal como ele refere, o Sport Lisboa e Benfica não é promotor do encontro nem faz parte da organização, pelo que não se pode dizer que há proselitismo por parte da instituição Benfica. Obviamente, sendo o Estádio da Luz património do Benfica, é difícil de traçar uma linha que separa o Benfica do “não-Benfica”. Porém, mesmo com esta ambiguidade interpretativa, consigo compreender e aceitar quem defende o oposto do que escrevi ontem. Lá está, é a beleza de se ser aberto à discussão e de se ter espírito crítico.

Não obstante, este ponto aplica-se somente à parte do post que está relacionada com o aluguer do estádio para a convenção Jeová. No que toca à participação activa de Luís Filipe Vieira e por inerência do Benfica na campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 2017, houve claramente uma violação estatutária, pois a recepção de Assunção Cristas na Luz foi feita em ambiente de campanha e numa tentativa clara da mesma ganhar votos à custa das boas relações com o Sport Lisboa e Benfica, violando-se assim o ponto 3 do Artigo 3º dos Estatutos do Sport Lisboa e Benfica.