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domingo, abril 21, 2019

Desilusão

Perdemos em Frankfurt frente ao Eintracht (0-2) na passada 5ª feira e dissemos ingloriosamente adeus à Liga Europa. Depois do que vimos da 1ª mão, já se sabia que ia ser complicado, mas o que não se esperava é que déssemos uma tão pálida imagem daquilo que valemos.

O Bruno Lage lançou o Jardel, o Fejsa e o Gedson, como já tinha feito no jogo da Luz, mas o resto da equipa foram os habituais titulares. Apesar disto, cometemos o mesmo erro da Taça no WC: não entrámos para marcar um golo e ficámos na expectativa. Desde há muito tempo, e particularmente agora, que não temos equipa para estar à espera do que o adversário vai fazer. Quando entramos para ganhar, geralmente ganhamos. Foi assim no WC e em Mordor para o campeonato. Quando não fizemos, fomos eliminados de duas provas. Ao contrário do que eu esperaria, o Eintracht não entrou a todo o gás, parecendo temer o nosso contra-ataque que, diga-se de passagem, nunca existiu, até porque o Rafa terá feito dos piores jogos esta época. Obviamente que é mais fácil dizer isto a posteriori, mas colocá-lo na direita não terá sido grande ideia… Estava tudo a correr na modorra que pretendíamos, quando sofremos o primeiro golo aos 36’: remate ao poste do Gacinovic e o Kostic em claríssimo fora-de-jogo a marcar na recarga. Erro grosseiro da equipa de arbitragem do italiano Daniele Orsato que, como não há VAR na Liga Europa, não foi corrigido. Para piorar as coisas, o Bruno Lage foi expulso do banco por causa deste lance. A um golo da eliminação, ficou evidente que teríamos de mudar de atitude e tentar marcar.

E foi isso mesmo que tentámos fazer no início da 2ª parte, em que tivemos finalmente algumas oportunidades. Uma boa jogada pela esquerda do João Félix não encontrou o desvio pretendido na área e uma excelente abertura do Samaris para a cabeça do Seferovic deu a sensação que poderia ser golo, mas a bola não fez o arco suficiente para passar por cima do guarda-redes Trapp. Os alemães responderam e acabaram por marcar o golo da qualificação aos 67’: mau alívio da nossa defesa e remate do Rode à vontade à entrada da área, que fez a bola entrar no canto inferior direito da baliza. Tudo a dormir entre defesas e médios nossos! A necessitar de marcar um golo, o Bruno Lage começou a fazer substituições, mas a meu ver não foi feliz a escolher o Samaris para sair (estava a ser dos nossos menos maus jogadores) para entrar do Pizzi. Pouco depois, o Salvio regressou aos relvados desde o jogo de Istambul e saiu o Rafa. Na fase do desespero, ainda entrou o Jonas para o lugar do André Almeida. Os alemães foram defendendo bem, connosco a ter uma oportunidade ainda que relativa pelo João Félix de cabeça num livre e principalmente num remate de primeira do Salvio ao poste, após centro do Grimlado, com o guarda-redes a tocar muito ligeiramente na bola (nem canto foi), mas se calhar o suficiente para não entrar. Nos últimos minutos, não tomámos as melhores opções no ataque (muito mais coração do que cabeça) e não conseguimos criar mais perigo.

Em termos individuais, não vou destacar ninguém, porque a exibição foi fraca colectivamente. Quanto aos menos, se o Jardel começou mal, mas depois se recompôs, o mesmo não se poderá dizer do Fejsa: muito lento na reacção, os adversários passaram por ele com facilidade e as dificuldades habituais a fazer fluir o jogo. Neste momento, o jogador mais vezes campeão do plantel está completamente ‘fora dela’. Gosto imenso do Fejsa, mas até para ser protegido é melhor que só volte quando estiver em plena forma.

Jogaremos amanhã em casa frente ao Marítimo na única prova que poderemos ganhar este ano. Que é também o troféu mais desejado. Não podemos mesmo falhar, porque depois da recuperação que fizemos, morrer na praia seria inglório. Força Benfica!

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois eu estou de acordo com a gestão feita na Liga Europa. Vencer o campeonato é fundamental. É fundamental porque cada vez se torna mais difícil uma equipa portuguesa passar as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões. E estar na Liga dos Campeões ou na Liga Europa faz uma diferença enorme nas receitas. E sim, temos equipa para defender um resultado. Por exemplo contra o Porto estivémos à frente no marcador durante muitos minutos nos 2 jogos deste campeonato e soubémos defender o resultado, mesmo em inferioridade numérica. E os jogadores têm que saber defender resultados. A competição real é boa para dar experiência. Se é necessário correr riscos, então que se corra na Taça de Portugal ou na Liga Europa. Atenção que o jogo da Taça de Liga contra o Porto também serviu para os nossos jogadores sentirem que tinham equipa para vencer o Porto no estádio deles. Se o Benfica não perder mais do que um-dois jogadores, fica com uma equipa muito mais experiente para o próximo ano. E muito se deverá a esses jogos perdidos contra o Porto, contra o Sporting e contra o Frankfurt. Ganhando o atual campeonato temos condições para na próxima época começar a abrir um fosso de qualidade em relação aos principais rivais internos que pode permitir-nos gerir o plantel de modo a sermos muito mais competitivos nas competições europeias e com regularidade. Isso acontece por exemplo com o Bayern e com a Juventus, por exemplo. Mas na corrente época o Bayern teve mais complicações a nível interno e também saiu relativamente cedo das competições europeias. O Porto consegue sempre apresentar-se na máxima força nas competições europeias porque sabe que está bem protegido internamente, onde tem as coisas todas controladas (logo desde o sorteio dos jogos).
Sérgio.