terça-feira, 21 de maio de 2019

Samaris


O episódio caricato protagonizado por Coentrão, ao puxar os calções de Samaris, merece destaque, não por se tratar de um ex-atleta benfiquista que se desmultiplicou em juras de amor ao Benfica enquanto não percebeu que já não era desejado na Luz, nem sequer por se tratar de uma atitude só desculpável a quem, pela tenra idade ou por manifesta incapacidade intelectual, não consiga tirar a carta de condução, mas pela reacção do nosso jogador.

Samaris, ao recusar o auxílio a Coentrão para que este se erguesse do relvado, demonstrou saber o contexto em que está inserido. É jogador do Benfica e um digno representante, em campo, de milhões de benfiquistas, cuja disponibilidade para dar a mão a Coentrão seria nula no lugar do grego. E para que Coentrão percebesse a razão, não vá a compreensão lenta revelar-se novamente, Samaris indicou-lhe o símbolo que carrega na camisola, tão só o emblema do glorioso clube ao qual, por azedume, falta de carácter ou má educação, Coentrão teima em desrespeitar.

A eventual nota de rodapé dedicada a Coentrão no filme da temporada 2018/19 cairá no esquecimento certamente, ao contrário do gesto de Samaris, cujo valor extravasa o acontecimento em si, remetendo antes para a noção generalizada e provavelmente fiel à realidade de que o médio benfiquista se configura como um dos esteios do esperado sucesso, tanto pelas contribuições futebolísticas como pela liderança. Assim o indiciam várias atitudes em campo, a postura inatacável quando se viu afastado da ribalta e a provável influência no processo de aceitação, por parte do plantel, do novo treinador. Mais que merecida a renovação do seu contrato!

Jornal O Benfica - 17/5/2019

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