terça-feira, 1 de setembro de 2020

É o que temos

Proponho um desafio: será incompetência, amnésia selectiva, critério editorial, falta de assunto ou caça ao clique? Leia e decida (as hipóteses não são mutuamente exclusivas).

Vários órgãos de comunicação social, na sequência da publicação do prospecto de lançamento do Empréstimo Obrigacionista 2020-23, apressaram-se a “revelar” que a Benfica, SAD já tinha adiantado metade das receitas de direitos televisivos. Propositadamente ou não, e aproveitando a emissão do empréstimo obrigacionista, tentaram passar a ideia de que a Benfica, SAD estará a atravessar supostas dificuldades financeiras, o que contrastaria com a realidade apresentada nos últimos anos. A alguns, tal o afã e entusiasmo notórios, só lhes faltou escarrapacharem no título “Afinal não é só o Porto e o Sporting”.

É verdade que a Benfica, SAD já adiantara metade dessa receita. Fê-lo em fevereiro de 2018 e em abril de 2019. Ambas as operações foram objeto de comunicados à CMVM e amplamente noticiadas, além de, obviamente, constarem em todos os relatórios e contas, anuais e semestrais, publicados pela Benfica, SAD desde então. As contas são públicas e auditadas, nada disto é novidade, já nem sequer é requentado.

E o novo empréstimo obrigacionista? Folgo, antes de mais, que notícias de empréstimos obrigacionistas envolvendo a Benfica SAD versem unicamente emissões e reembolsos, há quem, pelo contrário, tenha de adiar pagamentos ou veja a emissão recusada. E a necessidade parece-me evidente: gestão de tesouraria cautelosa. Além da perda significativa de receitas devido à pandemia, alguém poderá garantir que, na próxima temporada, haja público nos estádios ou que as competições europeias sejam realizadas normalmente?

Jornal O Benfica - 26/06/2020

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