terça-feira, 1 de setembro de 2020

Visita à capital

Já escrevi sobre a falta de pudor, quanto à instrumentalização do Presidente da República, com objectivos comunicacionais, pelo que não me alongarei sobre esse assunto. Que fique registada, no entanto, mais uma inscrição na longa lista de atitudes e actos que consubstanciam a ideia de que, lá para aqueles lados, não se olham aos meios para se atingirem os fins.

Centremo-nos, por agora, no fastidioso “centralismo” e na atoarda “promiscuidade com os governantes”.

Não obstante a obtenção do desejado palco para mais uma tentativa de condicionamento dos decisores, o que é certo é que o rei do “quem não chora, não mama” veio à “capital do império” ao beija-mão.

“Senhor Presidente, dê-nos uma ajudinha, somos uns coitadinhos a quem ninguém nos dá nada. Esqueça lá isso do centro de estágio, do estádio, do canal de televisão, dos investidores que só serão reembolsados sabe-se lá quando, das nomeações de árbitros locais, que isso até é para poupar nas deslocações... o nosso canal, que não é nosso, é da região, precisa de ajuda!”

Não se sabe o que Marcelo terá dito, nem sequer a sua postura corporal, dada a sua conhecida hipocondria e o seu interlocutor, mas hão-de ter sido abordadas coisas, o quê não interessa, não nos esqueçamos que o objectivo era o palco.

De qualquer das formas, o único canal de clube em Portugal – perdão, é regional – a receber uma ajuda do Estado em tempos de pandemia acabou mesmo por ser o (F.C.) Porto Canal. 23 mil euros podem não ser grande coisa, mas o canal também não o é. Afinal, alguém sabe para que serve o dito para além de uns jogos das modalidades e formação e a divulgação de correspondência privada truncada e adulterada?

Jornal O Benfica - 22/05/2020

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