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segunda-feira, agosto 30, 2021

A ferros

Vencemos o Tondela na Luz por 2-1 e, com o empate da lagartada em Famalicão (1-1), isolámo-nos na frente do campeonato à 4ª jornada. Estes jogos contra o Tondela na Luz têm sido quase sempre muito stressantes, porque já perdemos, já empatámos (e demos cabo de um campeonato com este empate) e já ganhámos perto do final. Neste caso, como esta época, dado que o golo da vitória só foi marcado a dois minuto do fim!
 
Apesar de já terem passado cinco dias desde o jogo em Eindhoven e vir a pausa das selecções, o Jesus voltou a fazer rotação da equipa e voltámos ao 4-4-2, com o Darwin e Gonçalo Ramos na frente. Como o Conselho de Disciplina nos fez o favor (sem itálico, nem ironias) de castigar o Taarabt por causa da expulsão na final da Taça, o meio-campo foi com o Meïté e o João Mário, com o Pizzi e Everton nas alas, enquanto que, na defesa, o André Almeida regressou à titularidade. No entanto, oferecemos 45’ ao adversário, já que a nossa 1ª parte foi péssima. Nunca encontrámos verdadeiro antídoto para ultrapassar a boa organização defensiva dos beirões, que não se limitaram a defender e abriram o marcador aos 22’ através do Salvador Agra, num remate cruzado em que o Vlachodimos eventualmente poderia ter feito mais. Com o Pizzi e o Everton completamente fora dela, as bolas quase não chegavam à frente. Um par de remates do Darwin e outro do João Mário para defesa do guarda-redes Babacar Niasse foi o melhor que conseguimos, mas tudo sem perigo eminente.
 
A 2ª parte começou logo com três alterações: Gilberto, Weigl e Rafa para os lugares do André Almeida, Meïté e Pizzi. E a transformação foi imediata, com uma cabeçada por cima do Gilberto, na sequência de um canto e alguns ressaltos, que deveria ter tido melhor direcção, já que foi feita praticamente em cima da baliza. Dez minutos depois do recomeço, foi o Gonçalo Ramos com um grande remate de primeira a proporcionar ao Niasse uma grande defesa. Logo a seguir, o Sr. Tiago Martins e o Sr. Hugo Miguel no VAR não consideraram falta um óbvio derrube ao Rafa na área. O habitual...! À passagem da hora de jogo, o Darwin foi substituído pelo estreante Rodrigo Pinho (o Jesus ainda me há-de explicar porque é que acha que este é melhor do que o Carlos Vinícius, mas enfim...) e pouco depois o João Mário e o Grimaldo ajudaram o Niasse a tornar-se o melhor em campo, com mais duas boas intervenções. Até que, aos 71’, finalmente conseguimos o golo num canto do João Mário na direita, desvio do Weigl ao primeiro poste e o Rafa no segundo a atirar lá para dentro. O primeiro obstáculo estava superado, mas faltava o segundo, porque uma oportunidade destas de colocar os rivais atrás não se podia desperdiçar. A quinze minutos do fim, o Jesus resolveu tirar o Gonçalo Ramos e colocar o Seferovic. Íamos para a parte final do jogo tendo como pontas-de-lança um jogador que fazia a estreia pelo Benfica e outro que só tinha feito cerca de meia-hora no primeiro jogo da época. Não é que o Gonçalo Ramos estivesse a fazer uma exibição de encher o olho, mas estava bastante esforçado e a mexer-se muito no ataque. Viu-se bem a diferença para o Seferovic, que naturalmente não pode ter o mesmo ritmo nesta altura. Enfim... Perdemos um bocado o ímpeto com que estávamos, mas aos 88’ o golo da vitória surgiu por um dos improváveis: jogada entre o Gilberto e o João Mário na direita, centro deste para a área, um corte atabalhoado de um defesa e o Gilberto muito bem, com a parte de fora do pé, a colocar a bola rasteiro no canto inferior direito da baliza. Grande golo de um jogador que incompreensivelmente tem tantos benfiquistas que não gostam dele. Está MUITO longe de ser dos piores laterais-direitos que passaram por cá. Até final, conseguimos gerir a posse de bola e selar uma vitória bastante importante para fechar este ciclo infernal de jogos.
 
Em termos individuais, destaque para os três jogadores que entraram no início da 2ª parte: os golos foram de dois deles e o Weigl colocou toda a equipa a rodar. O Meïté é bom para segurar jogos, mas perante este tipo de adversário o Weigl tem naturalmente outra técnica e classe que é muito mais útil. Para além dos golos, o Rafa e o Gilberto imprimiram uma velocidade ao nosso jogo que está milhas à frente do Pizzi e André Almeida. O João Mário enche-me cada vez mais as medidas, com um tipo de futebol muito simples, mas cheio de classe. Não é de grandes arrancadas para a frente, mas mete a bola a rolar para os companheiros. Que diferença em relação aos outros médios que jogam ali...! (Amanhã fecha o mercado. Não se arranja aí um clubezinho para o Taarabt...? Ou precisamos de pedir uma cunha ao Conselho de Disciplina para estender o castigo até... sei lá... final da temporada?). A defesa esteve algo insegura na 1ª parte, com o Vertonghen a ser batido em velocidade em alguns lances, mas na 2ª o Tondela mal passou de meio-campo. O Everton tem de rever rapidamente o que se passa, porque voltou à forma com que iniciou a época passada. Ou seja, completamente inconsequente, complicativo e a nunca tentar ganhar a linha.
 
Iremos agora parar duas semanas para as selecções. Felizmente, digo eu, que este mês de Agosto foi demasiado intenso, mas felizmente pleno de sucesso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não é assim tão incompreensível haver benfiquistas que não gostem do Gilberto. Lembra-te que um dos históricos, de seu nome Néné, era constantemente assobiado e invetivado com mimos tipo «és um maricas».

Outro exemplo prende-se com Pizzi. Um jogador de qualidade que já deu muito ao SLB. Neste momento está em baixo de forma, e tirando o atual momento, apenas noutra ocasião ele esteve em baixo. De resto tem sido um jogador bastante influente mas tem muitos haters...

joão carlos disse...

Pior do que mandar embora um ponta de lança melhor do que muitos dos que ficaram é mandar embora um dos que melhor sabe finalizar e sobretudo o único que tinhamos com caracteristicas para derrubar equipas fechadas, aliás ficamos só com avançados que jogam na profundidade e por isso a dificuldade contra equipas super fechadas que já vem do ano passado, mas considerando as declarações do treinador até me parece que a decisão de saida foi mais da direcção, para a receita, do que do treinador.
Tipico jogo do facilitismo do deixa correr, objectivo alcançado e eia que na cabeça dos jogadores já não é preciso fazer mais, aqui sim é culpa do treinador, ou da sua estrutura, isto era mais que previsível que acontecesse e das duas uma ou não viram, e era evidente, ou viram mas foram incapazes de resolver e ambas são igualmente más.
Existem determinados jogadores que nem pagando para os levarem alguém lhes pega quanto mais pedindo dinheiro por eles, e pelo que consta até se pede muito, que tenha ficado no plantel até percebo, por vezes agita o jogo, mesmo que seja um agitar mau, agora não se percebe é como é que é a primeira alternativa ao titular quando até temos outro jogador para essa posição o defeito é que é da formação e pelos vistos ainda só nasceu uma ou duas vezes.