terça-feira, 31 de agosto de 2021

Futebol português

O futebol português tem idiossincrasias que o tornam peculiar, tornando-o incompreensível a observadores menos atentos. Ora vejamos as mais recentes:

- Um guarda-redes distraído não prestou atenção à sinalética de um árbitro que, muito bem a seguir as recomendações em prol da maximização do tempo útil do jogo, assim como da rapidez e fluidez do mesmo, em suma, em defesa do espectáculo de acordo com as regras, não interrompeu a partida para a marcação de um fora de jogo. O guarda-redes soltou a bola como se o jogo tivesse sido interrompido, um avançado apercebeu-se e a reagiu e o guarda-redes acabou por jogar a bola com a mão fora da área e foi bem expulso. No dia seguinte, uma panóplia de ex-árbitros, agora analistas, ao invés de se limitarem a assinalar o mérito da decisão, enveredaram por críticas ao árbitro invocando o espírito do jogo e reclamaram por bom senso. Leia-se, segundo estas cabeças pensantes, o árbitro deveria ter decidido contra as regras em nome de supostos espírito do jogo e bom senso. Todos fizeram longa carreira na arbitragem, o que explica muita coisa;

- E temos mais uns candidatos a analistas de arbitragem num qualquer jornal daqui a uns 20 anos. Estes assumiram a sua candidatura no Famalicão – Porto. Com “bom senso” e respeito pelo “espírito do jogo”, o Porto não perdeu pontos;

- O cartão de adepto, além de ser uma panaceia, viola direitos consagrados na constituição. E é preconceituoso em relação aos adeptos… Talvez o Secretário de Estado do Desporto perceba melhor assim a gravidade do que promoveu: como já houve políticos condenados por crimes, a partir de agora deveria exigir-se aos cidadãos na política um cartão de político, pois são potenciais criminosos. É absurdo, não é?

Jornal O Benfica - 20/8/2021

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