VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Quinta-feira, 16 de Fevereiro de 2023

Encaminhados

Uma vitória importante na Bélgica, que nos deixa bem encaminhados para os quartos de final da Champions. O Benfica mostrou ser uma equipa claramente superior ao Brugges neste jogo, mas nem tudo foram facilidades. Mantendo o nível apresentado, deverá ser possível fechar a eliminatória sem grandes sobressaltos no próximo dia sete.

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Desta vez houve mudanças no onze, e foram duas: Rafa e Gonçalo Ramos regressaram, para os lugares do Gonçalo Guedes e do Neres. A entrada do Benfica no jogo não foi a melhor. Durante os primeiros vinte minutos o Benfica teve dificuldades para impor o seu jogo, com o Brugges a entrar com ímpeto e motivação e a conseguir empurrar o Benfica mais para trás do que aquilo a que está habituado. Não é que tenham causado grandes calafrios à nossa baliza - a melhor ocasião foi uma em que o canadiano Buchanan se escapou pela direita da nossa defesa, ganhou a linha de fundo e acabou por obrigar o Vlachodimos a defender o remate desferido quase sem ângulo - mas o Benfica durante essa fase foi incapaz de sair eficientemente quer em ataque organizado, quer em transição, parecendo que os belgas chegavam quase sempre primeiro às bolas e ganhavam quase todas as divididas. Mas a partir dos vinte minutos o Benfica começou a assentar o jogo, ganhou o controlo do mesmo e nunca mais o largou até ao apito final.  E com isso vieram as ocasiões de golo, pois com um pouco mais de acerto teríamos saído para intervalo já com um resultado bastante favorável. As oportunidades de maior relevo foram desperdiçadas pelo Gonçalo Ramos, que cabeceou por cima em frente à baliza, pelo Rafa, que acertou na esquina da baliza no seguimento de um 'lance de laboratório' na marcação de um livre, e acima de todas pelo António Silva: depois de um cruzamento largo do Rafa, o Otamendi ganhou a bola de cabeça ao segundo poste e colocou-a na zona central, onde o António Silva estava completamente à vontade (teve até que se baixar para cabecear) e atirou a bola por cima. Mesmo a acabar, o Brugges ainda chegou a marcar na sequência de um livre marcado do nosso lado esquerdo, mas foi anulado por posição irregular do marcador do golo.

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A segunda parte iniciou-se literalmente com um livre igual ao que tinha dado o golo anulado ao Brugges, mas a noss favor, e no qual o Gonçalo Ramos voltou a desperdiçar de forma incrível, desviando para fora quando surgiu mais uma vez sozinho em posição frontal. Mas não foi preciso ficar a lamentar o falhanço por muito tempo, porque aos cinco minutos foi ele quem sacou o penálti que nos deu vantagem no jogo. Numa jogada que parecia perdida, já que o defesa se preparava para a aliviar, ele acreditou e conseguiu antecipar-se, sendo ele a levar com o pontapé em vez da bola. O respectivo penálti foi devidamente assinalado e o João Mário converteu-o da forma do costume. Literalmente, porque marcou-o exactamente da mesma maneira que marcou todos os penáltis esta época na Champions: por alto, ligeiramente para a direita do guarda-redes. O Mignolet deve ter estudado isto, porque quase que lá chegou - ainda tocou na bola, mas ela acabou por bater na barra e entrar. Com vantagem no marcador e o jogo completamente controlado, passou a ser uma questão de saber se conseguiríamos trazer um resultado mais confortável para Lisboa. Para os últimos vinte e cinco minutos contámos com o Neres e o Gonçalo Guedes em vez do Rafa e do Gonçalo Ramos, e à medida que o tempo caminhava para o final o que víamos era o Benfica cada vez mais próximo da baliza adversária, e não qualquer tipo de reacção dos belgas à procura do empate. O segundo golo apareceu só a dois minutos do final, mérito da insistência do Neres. O lance começa numa bola recuperada pelo Chiquinho junto à linha lateral sobre a esquerda, depois o Aursnes tentou colocar a bola no Gonçalo Guedes na zona central com um passe longo e o Gonçalo apenas conseguiu desviar ligeiramente a bola, que seguiu na direcção dos defesas. A tentativa de controlar a bola não saiu bem e o Neres conseguiu meter o pé, isolando-se e marcando com um remate rasteiro à saída do guarda-redes. E nos descontos, o Gonçalo Guedes ainda poderia ter ampliado mais o resultado, mas o remate cruzado que ele fez à entrada da área acabou por passar ao lado.

1.jpg

Fizemos mais um jogo sólido como equipa, no qual após a dificuldade inicial em impor o nosso jogo acabámos por conseguir jogar da forma que nos é familiar e obrigar o adversário a submeter-se à nossa forma de jogar. Em termos de destaques, gostei muito do jogo do Florentino e do Aursnes, e o Chiquinho voltou a estar num nível muito agradável. A nossa dupla de centrais esteve também muito sólida, e só tenho pena que o António Silva não tivesse marcado aquele golo que resultaria de uma jogada entre os dois.

 

Em Portugal o mais provável é que o lance sobre o Gonçalo Ramos ou não fosse nada, ou até que fosse mostrado amarelo ao Ramos por entrar de pé em riste. Aliás, o cenário mais expectável até seria que nessa altura o Benfica já estivesse a perder, porque de alguma forma o artista de serviço ao VAR conseguiria encontrar uma linha que validasse aquele golo a fechar a primeira parte. Mas como isto era a Champions e o árbitro não era cá do burgo, tivemos direito ao que merecíamos. O nosso rácio de penáltis por jogo na Champions quando comparado com o que temos nas competições internas provavelmente daria um caso de estudo, ou até de polícia. Como as coisas se passaram com normalidade, regressamos a Lisboa com a eliminatória a pender fortemente para o nosso lado, em vez daquilo a que vamos ficando habituados a ver por cá. Agora é regressar à realidade que vai ser a liga portuguesa até final, talvez a única competição no mundo onde a equipa que segue com vários pontos atrás consegue dizer que vai ser campeão com toda a certeza, porque sabem muito bem que quem segue à frente tem outros adversários para derrotar para além dos que se apresentam em campo para jogar.

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publicado por D'Arcy às 01:05
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19 comentários:
De O apartidário a 16 de Fevereiro de 2023
Sim senhor. Mas agora (contando já com a passagem aos "quartos") convém sermos realistas, temos um modelo de jogo competitivo mas continuam a faltar os artistas em quantidade suficiente para nos batermos mano a mano com os restantes daqui para a frente, tirando uma ou outra equipa.
De Anónimo a 16 de Fevereiro de 2023
Já cá faltava o velho do Restelo como de costume...
De Pedro Qwara a 16 de Fevereiro de 2023
A história das equipas mais ou menos acessíveis e das mais ou menos favoritas, no futebol, não passa muitas vezes de mera retórica especulativa, que carece sempre de confirmação dentro das quatro linhas.
Na antevisão deste jogo, o Club Brugge publicou um daqueles vídeos promocionais / motivacionais, com alguma piada e com uma ligeira provocação ao Benfica, onde a mensagem subjacente era ; “ eagles may rule the sky, the farmer rules the field”, que é como quem diz, as águias podem dominar o céu, mas os agricultores dominam o campo.
Não sei se Gonçalo Ramos teve acesso ao vídeo dos belgas mas o que é certo é que entrou logo a dominar nas alturas e não fosse o cabeceamento ter saído á figura do guarda-redes, o Benfica poderia ter entrado no jogo a ganhar.
Só que após este ímpeto inicial e até algo precoce o Benfica demorou algum tempo a mudar o chip para o modo Champions, onde se exige mais intensidade e maior velocidade de raciocínio e de execução. Aproveitou então o Club Brugge para impor o seu modelo de jogo, mais físico e atlético, fazendo da velocidade a sua grande arma. E foi com velocidade de foguete que Buchanan, depois de deixar Bah nas covas, nos pregou um valente susto, e só não inaugurou o marcador porque Vlachodimos, saiu bem dos postes, a fechar o angulo e conseguiu defender com o ombro.
Este lance, foi assim como que o epílogo do período de maior fulgor dos belgas e teve o condão de fazer soar as campainhas de alarme nos jogadores do Benfica, que a partir daí se apoderam do jogo.
A partir dos 20 minutos da primeira parte o Benfica dispôs de três ou quatro oportunidades, que só não deram em golo por desinspiração, falta de killer instinct e por manifesta infelicidade do Rafa, que rematou ao poste na sequência de uma jogada estudada, decorrente da marcação de um livre.
O Benfica dominava o jogo, mas a primeira parte não terminaria sem que o Club Brugge nos pregasse outro susto, desta vez, na sequência da marcação de um livre, a bola é bombeada para o interior da área, onde apareceu Denis Odoi a cabecear para dentro da baliza, mas um fora de jogo quase milimétrico, impediu que o Benfica fosse para intervalo a perder.
A segunda parte começou com o Benfica a desperdiçar mais uma oportunidade flagrante de golo, mas nem Otamendi, nem Gonçalo Ramos, ambos em situação privilegiada, conseguiram dar a melhor sequencia ao lance.
Até que aos 4 minutos da segunda parte, o defesa escocês do Club Brugge, Jack Hendry, aborda no interior da sua área um lance em slow motion, Gonçalo Ramos, atento e expedito, pressiona e é derrubado em falta, o árbitro italiano David Massa, demonstrou não padecer de enfermidade oftalmológica nem de outros males, e apontou para a marca de grande penalidade, sem hesitações.
João Mário, que até parece ter batido a grande penalidade de forma algo temerária, converte, e o Benfica fica na frente do marcador, com inteira justiça.
O Benfica que já controlava o jogo, ficou numa posição mais confortável a partir do golo, se bem que a desinspiração ofensiva se manteve, e nem a troca de Gonçalo Ramos e Rafa por Gonçalo Guedes e Neres, alteraram substancialmente as coisas nesta matéria.
Se bem que coube a Neres o segundo momento alto do jogo, quando atento á hesitação do defesa belga lhe roubou a bola e acabou por fazer aquilo que parece mais fácil do que na realidade é, introduzir a bola na baliza, na cara do guarda-redes.
O Benfica fez um jogo mais inteligente e pragmático do que propriamente brilhante, foi consistente a defender, mas perdulário a atacar, a falta de killer instinct, numa competição como a Liga dos Campeões, pode sempre trazer dissabores.
O Benfica deu um passo muito importante rumo aos quartos de final da Liga dos Campeões, mas importa ter presente que a eliminatória está apenas no intervalo.
É que o futebol por vezes tem coisas do arco da velha, este Club Brugge é o mesmo que há meia dúzia de meses atrás, quando era o Bayern belga, veio ao dragão aplicar chapa quatro.
E Pluribus Unum !


De Ricardo a 16 de Fevereiro de 2023
Muito boa análise, D'Arcy.
O teu último parágrafo...resume tudo o q se tem passado, nesta época e nas anteriores.

ro
De Luis Agostinho a 16 de Fevereiro de 2023
Não tenho muito a adicionar à análise do jogo que não tenha já sido dito. Pena a falta de eficácia dos nossos jogadores, especialmente a jogar de cabeça, parece que vai sempre para cima.

Bom ver o presidente a cantar com os adeptos.

Refrescante ter um jogo sem árbitros tutti frutti.

Rui Costa punido com oito dias e uma multa, os árbitros que roubaram....quem sabe...

Saudações Benfiquistas.
De José Rama a 17 de Fevereiro de 2023
Vejo sempre comentar a falta de eficácia como infelicidade.
Não será também por azelhice?
De Anónimo a 17 de Fevereiro de 2023
Essa é uma forma simplista de abordar uma questão que me parece mais abrangente. A verdade é que há aspectos do jogo que já não se trabalham como no passado, nomeadamente o jogo aéreo e os remates de meia distância. No caso do Benfica, para encontrarmos um bom cabeceador, temos que recuar 30 anos, ao tempo de Rui Águas, enquanto que para encontrarmos um bom rematador de meia distância, temos que recuar 10 anos, ao tempo de Carlos Martins.
De Anónimo a 17 de Fevereiro de 2023
Benfica sem um bom cabeceador há 30 anos?????????
De D'Arcy a 17 de Fevereiro de 2023
Acho um bocado exagerado. Tivemos bastantes bons cabeceadores, mas assumindo que estamos a falar exclusivamente de pontas de lança, até o Darwin era um bom cabeceador. Mas é tudo uma questão de critérios, provavelmente hoje em dia o Rui Águas seria acusado de não ser bom a rematar com os pés e de só ter jogo de cabeça.
De D'Arcy a 17 de Fevereiro de 2023
Quanto ao Carlos Martins ser um bom rematador de meia distância, ele marcou 11 golos pelo Benfica (em 133 jogos). A média dele em toda a carreira é de um golo a cada dez jogos. O Grimaldo, que por acaso ainda está no plantel, é defesa e já marcou 24 golos pelo Benfica, tendo uma média de golos por jogo ligeiramente superior. E, repito, é defesa. Não me parece que seja nada mau rematador de meia distância.

No plantel actual o Neres também não parece ser nada mau a rematar de fora da área, e o Gonçalo Guedes já sabemos que também marcou vários golos de meia distância na carreira até agora.
De José Rama a 17 de Fevereiro de 2023
Se até o próprio treinador tem referido repetidamente a falta de eficácia, parece por outro lado que seria possível "trabalhar esses aspectos do jogo como antigamente'.
De Anónimo a 18 de Fevereiro de 2023
Muito bem as respostas a este comentário absurdo do D'Arcy e do José Rama. A melhor de todas é que o jogo aéreo e os remates de meia-distância já não são trabalhados "como antigamente". Temos por aqui cada entendido...
De Anónimo a 18 de Fevereiro de 2023
Golos são golos e pouco importa quem ou como os marca, mas a questão é bem capaz de não ser assim tão absurda, senão vejamos:
O Benfica marcou até há presente data 51 golos para o campeonato.
30 (59%) foram através de remates no interior da área, a maioria dos quais, no interior ou nas imediações da pequena área.
8 (16%) foram através de remates de cabeça.
7 (14%) foram através de remates de meia distancia. Neres (3), Ristic (1) e Bah (1), em lances de bola corrida, Grimaldo (2) na marcação de livres.
5 (10%) através da marcação de grandes penalidades.
1 (1%) autogolo.
De Anónimo a 17 de Fevereiro de 2023
* Tudo isto se deve à falta de união que existe no Benfica. Enquanto que nós temos um clube com um carácter universal, o Porto tem uma identidade muito regional. Isso é fundamental para manter os adeptos unidos em torno da equipa. O Benfica pelo seu carácter universal sofre das patologias da cultura portuguesa: o fado e a saudade. O típico benfiquista gosta de viver de mitos do passado, abonima o presente e o futuro do clube e tem necessidade de criticar e rebaixar a equipa constantemente. Criticar o Benfica é como as conversas sobre o estado do tempo ou as críticas ao governo, é algo muito presente na nossa sociedade. No Porto não. O clube está acima de tudo e há uma cultura muito mais próxima do separatismo, ou seja, "temos de nos manter unidos para derrotar o inimigo". Isso tem sido fundamental para dar confiança à equipa e intimidar jogadores rivais, árbitros e imprensa. A mentalidade dos adeptos do Benfica só tem servido para o oposto, a equipa está constantemente à mercê de críticas, do "bota-abaixo" e de perseguições por parte de árbitros, jornalistas e mesmo equipas adversárias (veja-se a diferença gritante de atitude de equipas que jogam com o Benfica ou com outros, como o caso do Braga, por exemplo). Os próprios oficiais de justiça sentem-se intimidados em julgar casos relacionados com o Porto, enquanto que no caso do Benfica, são os próprios sócios que incentivam e "fazem a cama" aos dirigentes. Só os presidentes do Benfica é que andam metidos em casos de corrupção? Os outros são todos limpos? Nestas últimas décadas o Benfica mudou equipas, treinadores e presidentes, mas existe sempre aquele síndrome de tremer sobre pressão, algo que não se vê no Porto, que é conhecido pela raça e disciplina. A explicação tem a ver com este clima que o presidente do Porto conseguiu montar *

in #internet
De Anónimo a 18 de Fevereiro de 2023
Bem visto…Acrescentaria no entanto algumas palavras, tais como, intimidação, coação, chantagem ou corrupção, que fazem daquilo uma organização ao estilo da cosa nostra. Em 2004 Mourinho regressou ao Porto, já ao serviço do Chelsea.Quando os jornalistas lhe perguntaram porque é que tinha chegado rodeado de seguranças, a resposta foi mais que elucidativa…” Se fosse a Palermo não levava guarda-costas?”
De Anónimo a 18 de Fevereiro de 2023
Este senhor foi um dos poucos que teve a coragem de pôr a coisa a nu, que descanse em paz.
O caso de Marinho Neves foi mais complicado. Em abril de 1996, lançou o livro "Golpe de estádio". Um documento de denúncia, criado em estilo de romance, sobre a corrupção no futebol português, onde o autor dá conta de alegadas práticas ilegais de dirigentes dos dragões. Em 2012, Marinho Neves anunciou um "Golpe de estádio 2" com informações sobre o processo Apito Dourado. Passado pouco tempo usou o Facebook para dar conta de um novo ataque que tinha sofrido: "Desaparafusaram-me uma jante do meu jeep. Como estou sempre atento ao que pode acontecer aos meus carros, detetei o crime e apresentei queixa na polícia. Foi feita uma peritagem à jante e aguardo resultados. Deixo aqui esta informação porque vos quero como testemunhas se me acontecer algum ‘acidente’."
Na mesma publicação, dava ainda conta de outras tentativas de o silenciarem: "Quem me quer mal? Felizmente tenho o número mínimo de inimigos, mas serão talvez os mesmos que já me emboscaram à porta de casa, os mesmos que me perseguem na cidade onde moro [Porto] quando saio à noite, os mesmos que já me drogaram por duas vezes num restaurante e que agora me tentaram matar. Querem calar-me porque sei demais e parece que desta vez para sempre, mas vou continuar na luta. O cântaro tantas vezes vai à fonte que um dia parte."
De Nick Name a 20 de Fevereiro de 2023
Muito interessante o que escreveu. Já temos que enfrentar as tácticas intimidatórias dos porquistas, e ainda por cima temos os benfiquistas (?) que cultivam o bota-abaixo. Até aqui há alguns exemplos lamentáveis. Nem quando estamos a ganhar, como agora, se cala essa gente. É um fenómeno que tem que acabar. Criticar, sim, (eu também critico quando é caso disso), bota-abaixo não.
De Anónimo a 18 de Fevereiro de 2023
Uma homenagem á genialidade de Fernando Pessoa e ao sentido de oportunidade do António Melo.

Alma de côrno

Alma de côrno – isto é, dura como isso;
Cara que nem servia para rabo;
Idéas e intenções taes que o diabo
As recusou a ter a seu serviço –
Ó lama feita vida! ó trampa em viço!
Se é p’ra ti todo o insulto cheira a gabo
– Ó do Hindustão da sordidez nababo!
Universal e essencial enguiço!
De ti se suja a imaginação
Ao querer descrever-te em verso. Tu
Fazes dôr de barriga á inspiração.
Quér faças bem ou mal, hyper-sabujo,
Tu fazes sempre mal. És como um cú,
Que ainda que esteja limpo é sempre sujo.

Fernando Pessoa


De Anónimo a 20 de Fevereiro de 2023
O Porto não jogou nadinha, mas lá ganhou, da forma habitual. O Pepe pode até matar um adversário dentro de campo, que será sempre em legítima defesa e ainda tiveram a desfaçatez de se queixar da arbitragem e trazer o Benfica á baila…Parece que voltámos ao tempo dos Calheiros, Donatos, Isidoros e Fortunatos. Dantes era fruta para dormir, rebuçados e café com leite, o que será agora, bitcoins?

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