SEMANADA: ÚLTIMOS 7 ARTIGOS

24 fevereiro 2023

Dedicado a Todos os Que Deviam Estar Dentro e Continuam de Fora

24 fevereiro 2023 5 Comentários

NA MINHA ALDEIA DE MONTALVÃO QUANDO COMEÇAVA O TEMPO DE CALOR E AUMENTAVA A SECURA APETECIA APANHAR GRILOS.



Quando se descobria a toca para onde fugia, refugiando-se do perigo arranjava-se uma palhinha que se enfiava dentro da toca obrigando-o a sair pelo seu instinto dar sinal que estava acossado. A ideia era ter uma caixa de fósforos vazia ou um maço cartonado de tabaco para colocar por lá o grilo até chegar a casa encerrá-lo numa gaiola que o meu avô carpinteiro tinha feito, dar-lhe folhas de serralha ou alface até um dia me fartar e soltá-lo que ele não cantava para agradar aos Seres Humanos, mas para atrair os grilos fêmea.


Há muito grilo no «Futeluso" que merecia estar dentro de uma gaiola, mas sem água e comida. Era alimentá-los por uma palhinha.


Fernando Pessoa que era homem da cidade e de campo só apreciava Alberto Caeiro até parece que pensou neles fazendo um soneto que se ajusta à grilada do Porto Canal e arredores.



ALMA DE CORNO

 

Alma de corno – isto é, dura como isso;

Cara que nem servia para rabo;

Ideias e intenções tais que o Diabo

As recusou a ter a seu serviço –

 

Ó lama feita vida! Ó trampa em viço!

Se é p'ra ti todo o insulto cheira a gabo

– Ó do Hindustão da sordidez nababo!

Universal e essencial enguiço!

 

De ti se suja a imaginação

Ao querer descrever-te em verso. Tu

Fazes dor de barriga á inspiração.

 

Quer faças bem ou mal, hiper-sabujo,

Tu fazes sempre mal. És como um cu,

Que ainda que esteja limpo é sempre sujo.


Sem medo, Benfica!


Alberto Miguéns




5 comentários
  1. Nao ha brilhantina, fatos, gravatas, discursos, perfumes. Nada consegue disfarcar o cheiro nauseabundo desta gente a que o Alberto se refere.
    Nem mesmo a cobardia e vassalagem da comunicacao social.
    Porque mesmo assim continuam a ser sujos e a fazer mal.
    Porque sao assim, hiper-sabujos!!
    Viva o Glorioso SLB!!!

    ResponderEliminar
  2. E queixam-se do Red Card ao Octávio! Ele merecia um em cada jogo em que entra!

    ResponderEliminar
  3. Caro Alberto, este poema vai passar a integrar a identidade Benfiquista.

    ResponderEliminar
  4. Assisti em directo à declamação desse soneto na Bola TV por parte do António Melo, e no fim levantei-me do sofá para o aplaudir.

    ResponderEliminar
  5. Genial. Digno de um verdadeiro benfiquista-poeta, ou vice-versa.
    Apesar da certeza de ser permanentemente atacados com infames mentiras e falsos testemunhos, sempre resistimos e mostrámos a Luz de que somos feitos.
    Com elevação e nobreza de carácter que nos caracteriza, nada nem ninguém conseguirá manchar o nome do Glorioso Sport Lisboa e Benfica.

    ResponderEliminar

Artigos Aleatórios

Apoio de: