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22 setembro 2023

Ainda o Último Jogo

22 setembro 2023 0 Comentários

QUANDO UM TREINADOR FICA DUAS TEMPORADAS CONSECUTIVAS NO «GLORIOSO» HÁ SEMPRE A TENTAÇÃO DE COMPARAR A SEGUNDA COM A PRIMEIRA.



Com Roger Schmidt vai acontecer o mesmo, por muito que não se queira estar a fazer cenários, quer estes sejam "simpáticos", quer sejam "antipáticos". 

 

Vai ser necessário estar sempre a repetir o mesmo

Considero que Roger Schmidt trouxe para o Benfica, em 2022/2023, o melhor futebol desde a primeira passagem do treinador Eriksson (1982/83 e 1983/84). Resta saber se conseguirá "limar as arestas e eliminar as pontas soltas" que ficam da primeira para a segunda temporada (Eriksson conseguiu) ou arranjar problemas onde deveria conseguir soluções. Por exemplo, Lajos Baroti fez uma grande primeira temporada (1980/81) e depois "comprou tantos problemas" e enredou-se em tantos imbróglios com o plantel que não conseguiu dar seguimento ao que parecia ir ser uma temporada ainda melhor e foi ao contrário (1981/82).   

 

Apesar de já ter feito um texto há muito prometido «Roger Schmidt: será mais Baroti ou mais Eriksson?» não o vou publicar por enquanto 

Apesar do trabalho gigantesco (muitas horas) que deu a pesquisar, valores quantitativos e dados qualitativos, fica a aguardar pela estabilização do futebol praticado pelo plantel do Benfica, pois ainda não o consigo perceber tal a irregularidade: quando parece que o futebol vai no bom sentido logo aparecem jogos/resultados a fazer desconfiar desse bom caminho. 

 

Para os leitores habituais isto vai ser repetição, mas terá que ser, pois se referi os nomes e resultados de Baroti e Eriksson há que explicar o porquê

Visto estar sempre mais interessado em honrar os que nos honraram que em estigmatizar alguém. Fica o "aperitivo".


BAROTI

Quando Lajos Baroti chegou, o Benfica:

1. Não era campeão desde 1976/77, há três temporadas: 1977/78 e 1978/79 (2.º lugar atrás do FC Porto) e 1979/80 (3.º lugar, atrás do Sporting CP e FC Porto);

2. Era o detentor da Taça de Portugal (1979/80);

3. Não atingia as meias-finais de uma competição da UEFA desde 1971/72, embora na Taça dos Clubes Campeões Europeus.


1980/1981: TEMPORADA GLORIOSA 77

Competições

Clas

Fase

J

V

E

D

GM

GS

TOTAIS

56

40

11

5

126

33

Campeonato Nacional

V

30

22

6

2

72

14

Taça de Portugal

V

7

7

-

-

17

3

Supertaça

V

2

1

1

-

4

3

Taça Vencedores das Taças *

1/2

10

5

3

2

12

5

Torneios **

V

4

2

1

1

13

5

Particulares

 

3

3

-

-

8

3

NOTAS: * Eliminados pelo FC Carl Zeiss Jena (RDA) com D  0-2 e V 1-0; **  Conquista do Torneio Internacional de Toronto (V 6-1; FK Partizan (Belgrado)/ Jugoslávia) e 4.º lugar no Torneio Internacional de Madrid (Real Madrid CF e FK Dinamo Kiev)


1981/1982: TEMPORADA GLORIOSA 78

Competições

Clas

Fase

J

V

E

D

GM

GS

TOTAIS

55

34

8

13

101

43

Campeonato Nacional

2.º

30

20

4

6

60

22

Taça de Portugal *

1/2

7

5

1

1

14

3

Supertaça

D

2

1

-

1

3

4

Taça Clubes Campeões Europeus **

1/8

4

2

1

1

5

4

Taça de Honra de Lisboa ***

V

2

1

1

-

2

1

Torneios ***

-

4

2

-

2

7

5

Particulares

 

6

3

1

2

10

4

NOTAS: * Eliminados pelo SC Braga (D 1-2; estádio 1.º de Maio; Braga); ** Eliminados pelo FC Bayern Munique (E 0-0 na «Saudosa Catedral» e D 1-4 em Munique; *** Conquista do 13.º troféu, num torneio da AFL com SL Benfica, Sporting CP, CF “Os Belenenses” e Atlético CP; ****  Conquista do Torneio Internacional de Toronto (V 4-1; Selecção da LASA; V 6-0; Toronto Itália SC (Canadá); e derrota no Torneio Internacional de Lisboa (D 0-3; Selecção da Hungria («Saudosa Catedral») e D 0-2; Sporting CP; estádio José Alvalade)


ERIKSSON

Quando Sven-Goran Eriksson chegou, o Benfica:

1. Não era campeão há uma temporada: 1980/81. Em 1981/82 foi 2.º classificado atrás do Sporting CP;

2. Não conquistava a Taça de Portugal há uma temporada: 1980/81. Em 1981/82 foi eliminado nas meias-finais;

3. Não atingia a final de uma competição da UEFA desde 1967/68, embora na Taça dos Clubes Campeões Europeus.


 1982/1983: TEMPORADA GLORIOSA 79

Competições

Clas

Fase

J

V

E

D

GM

GS

TOTAIS

58

43

12

3

140

31

Campeonato Nacional

V

30

22

7

1

67

13

Taça de Portugal

V

7

7

-

-

27

3

Taça U.E.F.A. *

F

12

6

5

1

18

9

Torneio **

V

2

2

-

-

5

1

Particulares

 

7

6

-

1

23

5

NOTAS: * Derrotados pelo RSC Anderlecht (Bélgica) com D  0-1 e E 1-1; **  Conquista do Torneio Internacional de Toronto (V 4-1; CS Cristal/Peru)


1983/1984: TEMPORADA GLORIOSA 80

Competições

Clas

Fase

J

V

E

D

GM

GS

TOTAIS

53

37

7

9

134

49

Campeonato Nacional

V

30

24

4

2

86

22

Taça de Portugal *

1/8

4

3

-

1

14

3

Supertaça

D

2

-

1

1

1

2

Taça Clubes Campeões Europeus **

1/4

6

3

-

3

10

8

Taça Ibérica ***

V

2

1

-

1

4

3

Taça de Honra de Lisboa ****

V

2

2

-

-

6

4

Torneio *****

V

2

2

-

-

4

2

Particulares

 

5

2

2

1

9

5

NOTAS: A Taça de Portugal de 1982/83 foi conquistada nesta temporada de 1983/84, com V 1-0, no estádio das Antas, terreno do finalista vencido: FC Porto; * Eliminados pelo Sporting CP (D 1-2; estádio de José Alvalade; Lisboa); ** Eliminados pelo Liverpul FC (D 0-1, em Anfield; Liverpul; Inglaterra e D 1-4 na «Saudosa Catedral»; *** Conquista da I Taça Ibérica, frente ao campeão de Espanha (Athletic Club Bilbau): D 1-2, estádio de San Mamés, Bilbau, Espanha e V 3-1 («Saudosa Catedral»); **** Conquista do 14.º troféu, num torneio da AFL com SL Benfica, Sporting CP, CF “Os Belenenses” e GD Estoril Praia; *****  Conquista do 1.º troféu no II Torneio Internacional de Lisboa (V 2-1; ETO Raba Vasas Györ, Hungria («Saudosa Catedral») e V 2-1; Sporting CP; «Saudosa Catedral»)


ROGER SCHMIDT

Quando Roger Schmidt chegou, o Benfica:

1. Não era campeão desde 2018/19, há três temporadas: 2019/20 (2.º lugar atrás do FC Porto), 2020/21 (3.º lugar, atrás do Sporting CP e FC Porto) e 2021/22 (3.º lugar, atrás do FC Porto e Sporting CP);

2. Não conquista a Taça de Portugal há cinco temporadas, desde 2016/17;

3. Não conquista a Taça da Liga há seis temporadas, desde 2015/16;

4. Não conquistava a Supertaça há duas temporadas, desde 2019/20;

5. Na temporada anterior - 2021/22 - atingiu os quartos-de-final da Liga dos Campeões.


2022/2023: TEMPORADA GLORIOSA 119

Competições

Clas

Fase

J

V

E

D

GM

GS

TOTAIS

60

46

9

5

146

47

Primeira Liga

V

34

28

3

3

82

21

Liga dos Campeões

1.º - 1/4

10

6

3

1

26

13

Taça de Portugal

1/4

4

2

2

-

5

2

Taça da Liga

2.º C

3

2

1

-

6

3

Torneios

V

2

2

-

-

8

1

Troféus

V

1

1

-

-

3

2

Liga dos Campeões (Ap.)

FG

4

4

-

-

12

2

Particulares

 

2

1

-

1

4

3

 

2023/2024: TEMPORADA GLORIOSA 120

Competições

Clas

Fase

J

V

E

D

GM

GS

TOTAIS

12 (52)

8

-

4

25

14

Primeira Liga

4.º

05 (29)

4

-

1

13

6

Liga dos Campeões

4.º

01 (12)

-

-

1

0

2

Taça de Portugal

 

0 (7)

-

-

-

-

-

Taça da Liga

 

0 (4)

-

-

-

-

-

Supertaça

V

1

1

-

-

2

0

Torneios

V

2

2

-

-

6

1

Particulares

 

3

1

-

2

4

5


Como é evidente ainda está muito distante

Poder comparar 2023/24 com 2022/23. Nem faz sentido comparar os doze jogos iniciais de 2023/24 com 2022/23 como se constata (a primeira jornada da Liga dos Campeões foi ao 14.º jogo):


  2022/2023: TEMPORADA GLORIOSA 119

Competições

Clas

Fase

J

V

E

D

GM

GS

TOTAIS

12 (58)

12

-

-

38

7

Primeira Liga

1.º

04 (30)

4

-

-

11

2

Liga dos Campeões

FG

00 (13)

-

-

-

-

-

Taça de Portugal

 

0 (7)

-

-

-

-

-

Taça da Liga

 

0 (8)

-

-

-

-

-

Liga dos Campeões (Ap.)

 

4

4

-

-

12

2

Torneios

V

2

2

-

-

8

1

Troféus

V

1

1

-

-

3

2

Particulares

 

1

1

-

-

4

2


Após os doze jogos iniciais em 2023/2024

Constata-se que o «Glorioso» é:

1. Muito menos consistente;

2. Muito mais irregular;

3. Muito menos intenso.


1. Por isso há sempre desconfiança entre os adeptos. Em 2022/23 percebia-se que a equipa funcionava como um bloco: atacava com vigor (des)posicionando os adversários de modo a surgirem oportunidades quase de "empurrar" para golo e concedia pouco espaço para os contra-ataques ou os escassos ataques organizados dos adversários terem sucesso. Em Setembro de 2022, quer futebolistas, quer Benfiquistas percebiam que era uma questão de tempo conseguir marcar e pouco tempo depois resolver o jogo com vitória.


2. Quando parece que o Benfica está a melhorar o seu futebol (Torneio do Algarve) seguem-se duas fracas exibições (Burnley FC e SC Feyenoord), depois melhora na segunda parte frente ao FC Porto (Supertaça) e piora (expulsão de Musa com derrota frente ao Boavista FC), depois melhora (Vitória SC Guimarães e FC Vizela) para tombar tudo (FC Red Bull Salzburgo). Uma montanha russa;


3. Podia trazer para aqui várias estatísticas (no Futebol nem "explicam tanto" como noutros desportos colectivos) mas seria exaustivo. O item faltas cometidas (assinaladas pelo árbitro) para mim é das mais significativas na apreciação estatística, num comparativo entre o Benfica e a equipa adversária. Se o adversário for faltoso, por jogar intenso e não querer que o Benfica jogue, o Benfica tem que o igualar em intensidade. Na primeira parte os futebolistas do adversário pararam os do «Glorioso» 13 vezes e os do Benfica só pararam os adversários... quatro vezes. E eles até jogaram desde a entrada de Morato (15:09) com mais um futebolista. Muita passividade. No segundo tempo: seis para a equipa do clube austríaco e cinco para o SLB.



O que parece estar a provocar «turbolência» em 2023/2024?

Fica para amanhã pela hora do costume. E Bem-fica para ser escrito na sexta-feira e lido no sábado!


Acorda, Benfica!

 

Alberto Miguéns

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