Doze anos de tormenta!

fish

Excelente texto de Ricardo Amorim na edição de O JOgo, de hoje, dia 10/5/2007:

Doze anos de tormenta nas hostes do Benfica
RICARDO AMORIM
Diz o velho ditado que após uma tempestade vem a bonança. Acrescente-se: não necessariamente. A sabedoria popular até pode ter a sua razão, mas há ciclos de tormenta que teimam em não ir embora. Que o diga o basquetebol do Benfica, já que leva uma dúzia de penosos anos de jejum de títulos. A águia anda com fome e mais ficou após a recente eliminação dos play-off, pelo eterno rival FC Porto. Mas, se no final das contas o saldo foi negativo – apesar de alcançadas duas finais (Torneio dos Campeões e Taça da Liga), não venceu rigorosamente nada -, a previsão inicial da época colocava a fasquia bastante ambiciosa. E com toda a lógica. É que o Benfica foi dos primeiros clubes da Liga a ir às compras, onde conseguiu "material" de grande qualidade. De Ovar trouxeram o treinador campeão nacional, Henrique Vieira, e Ian Stanback, de Belém o base internacional Miguel Minhava, da linha de Sintra o poderoso Leroy Watkins e Francisco Rodrigues, da Alemanha o também internacional Carlos Andrade e dos "States" Corey Benjamin, jogador que durante vários anos alinhou em equipas da NBA, assim como Ashante Johnson, um talentoso extremo/poste. Uma equipa de luxo, a meter medo...muito medo aos mais directos adversários, mesmo antes de começar a jogar. O segundo posto da fase regular foi, de certa forma, o espelho desse poderio de talento, mas que, nas alturas de decisão, acabou por fraquejar.
Assim se perderam duas finais, assim ficou pelo caminho do play-off. As lesões, primeiro de Xico Rodrigues, depois do reforço Geno Carlisle, o caso de doping de António Tavares, o subrendimento de Corey Benjamin e a má aposta em Nicholas Sparks acabaram por ser factores destabilizadores de um plantel que valia mais pelas individualidades que pelo colectivo. Agora, a altura é de balanço. Vem aí uma reestruturação
 
Fernando Tavares
"É preciso parar para pensar"
O investimento significativo feito nos últimos três anos pela Direcção do Benfica obriga, agora, a um balanço racional. Fernando Tavares, responsável pelas modalidades do clube encarnado, diz que "é preciso parar para pensar, pois temos que ter a consciência que não ganhámos rigorosamente nada". O problema não é financeiro, por isso, o dirigente encarnado aponta dois factores fundamentais que têm que ser equacionados: "Temos que rever o processo de contratação dos jogadores, nomeadamente estrangeiros, pois temos de ter mais garantias da sua contribuição e também apostar mais na formação. Outro ponto essencial é encontrar um parceiro acima de tudo de gestão (idêntico ao ciclismo), para profissionalizarmos mais a secção". Numa análise racional, Fernando Tavares não se coibiu de dar mérito ao FC Porto que "com um orçamento inferior ao nosso alcançou já resultados e acabou por nos eliminar".
 
Retrato de uma época modesta
Torneio dos Campeões - Na antecâmara para o Campeonato da Liga, o Benfica apresentou-se em Portalegre já na sua máxima força, com a inclusão dos jogadores internacionais que disputaram o acesso de Portugal ao Europeu. Uma primeira impressão deixava claro o protótipo de uma equipa bem construída, com bastante talento individual, que começaria por derrotar o Belenenses e depois o FC Porto. Na final, uma Ovarense também ela muito forte criou o primeiro amargo de boca aos encarnados, vencendo (69-57).
Taça da Liga - Em Vagos, começou por afastar o Ginásio nos quartos de final (66-64), encontrando nas "meias" um Queluz que, surpreendentemente, tinha eliminado a Ovarense, mas que acabaria por ser esmagado (84-52) pelas águias. A final foi disputada com o Lusitânia, que acabaria por conquistar o seu primeiro título profissional, ao bater os encarnados por sete pontos de diferença (80-73).
Taça de Portugal - Já com os play-off no horizonte, os jogadores de Henrique Vieira viajaram até Paços de Ferreira como vice-líderes da fase regular. O primeiro embate na Capital do Móvel: Barreirense, último classificado. Surpresa das surpresas, não se conseguiram impor frente ao lanterna vermelha da Liga, acabando por perder com uns claros 66-57.
Play-off - Três vitórias contundentes sobre os madeirenses do CAB perspectivavam umas meias-finais intensas diante do eterno rival FC Porto, que também aplicara chapa três ao Ginásio. Perspectivas confirmadas ao ser necessário jogar a negra, disputada no seu reduto. Perante os seus adeptos e pelo 12º ano consecutivo, a desilusão abateu-se na Luz, com uma rotunda derrota por 16 pontos (57-73) que o atirou para fora da tão ambicionada final.

Manuel Costa

o grande erro nas contratações da época 2006/07 foi ter ido buscar o Corey Benjamin, um jogador que precisava que a equipa jogasse para ele, em vez de ser ele a jogar para a equipa;

outro grande erro foi não ter outro poste, para além de Ian Stanback e Leroy Watkins, durante boa parte da época;

finalmente, houve muito azar com as lesões de Xico Rodrigues e Geno Carlisle (o qual devia ter sido substituído logo em Março quando teve a 1ª lesão com 4/6 semanas de recuperação), relativamente ao António Tavares houve falta de profissionalismo, o médico devia saber que o produto para evitar a queda do cabelo, continha uma substância mascarante.

aguia voadora

Bem afinal sempre houve erros nas contratações...assim sim estamos a ser objectivos. É que agora que ja ñ se causa constargimento a ninguem nem se perturba "a paz" da secção é obvio que o dinheiro pago ao Leroy e ao Ian poderiam ter sido empregues em outras contratações óbvias...
Tb pelo vistos houve erro na contratação Sparks e na não substituição atempada do Gene...Tantos erros e nós simples adeptos e sofredores a pagar

aguia voadora

Espero que a reflexão que o Vice presidente houve menciona no Jogo seja real mas feita colectivamente. Se só der ouvidos, como parece ser o caso, aos responsáveis da secção então será  -como está provado - mal aconselhado!!!!

aguia voadora

Não se esqueçam que a vontade de ter o Leroy era tanta que o contrato dele é de 2 anos, logo para o ano ja temos poste!!!!!! E depois 1 mês antes dos play offs vai-se buscar 1 outro para "o ajudar". Foi assim que o Engº F. Tavares foi aconselhado e geridop o orçamento. Sim porque é impossivel que alguem com conhecimentos de basket ter acreditado que o homem aguentava 1 epoca inteira...só se fosse mt amigo dele e lhe quisesse garantir o contrato e a titularidade (por falta de opções...na posição 5  não houve nem lesões nem azares nem incompetência médica )

ednilson

"é preciso parar para pensar, pois temos que ter a consciência que não ganhámos rigorosamente nada".

Palavras sábias, aplicadas a quase quase todo o universo Benfiquista, espero que sim, que parem e pensem.

flsb


Manuel Costa

"Para mim, foi frustrante. Não há que o esconder. Achei que, este ano, havia condições e capacidade para fazer muito mais. Estivemos em duas finais (Torneio dos Campeões e Taça da Liga), mas não as conseguimos ganhar. No campeonato, a minha expectativa mínima era estar na final. É certo que o Benfica consolidou a sua posição como uma das equipas de topo da Liga, mas não conseguiu ganhar títulos. Chegar ao fim de uma época e não ter motivo para festejar é frustrante", confessa Miguel Minhava.

Ainda assim, o base não justifica a ausência de títulos com a onda de lesões que pairou na Luz, durante a temporada. No entanto, Minhava assume que esteve em sub-rendimento no fim do ano.

"Foi uma época atípica, mas acho que o Benfica conseguiu ultrapassar bem o problema das lesões. Nos últimos três meses, joguei condicionado, devido a uma lesão na zona abdominal, que penso que isso se deveu à sobrecarga de jogos. Tive necessidade de parar duas semanas e não houve essa hipótese, o que acabou por ser prejudicial", explica.

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