Chandra Davidson

Avançado, 25 anos,
Canadá
Estatísticas: 2 épocas, 23 jogos, 6 golos
Em 2024/2025: 5 jogos, 1 golo

Títulos: Campeonato Nacional (1), Taça de Portugal (1), Taça da Liga (1)

bruno cardoso



ENTREVISTA A BOLA «Foi grandioso ter feito história no Benfica»

Chandra Davidson nas nuvens com trajeto nas encarnadas. Avançada canadiana de 26 anos agradecida a Filipa Patão


O Benfica conquistou as quatro provas domésticas no futebol feminino nacional - Supertaça, Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga. Em duas delas, as águias contaram com golos decisivos de Chandra Davidson, nomeadamente na final da Taça da Liga, frente ao Sporting, e, apenas quatro dias depois, o que possibilitou um triunfo tangencial sobre o Valadares que permitiu manter a liderança até à última jornada da Liga e garantir o título nacional. Um fator Chandra que provoca sorrisos à avançada canadiana, em conversa com A BOLA.

- O Benfica venceu recentemente a Taça de Portugal, algo que não acontecia há já cinco anos. Como encarou esse feito para o clube?

- Foi um feito fantástico, que não acontecia há alguns anos. Algumas das meninas na equipa e alguns elementos da equipa técnica nunca o tinham conseguido antes, por isso foi fantástico poder ter feito parte disso. Sei que cheguei no decorrer da época, mas foi grandioso ter feito história no Benfica.

- Não era uma primeira escolha regular no decorrer da época, mas acabou a temporada como titular depois de ter marcado golos importantes. Acredita que essa semana em que marcou o golo que valeu a conquista da Taça da Liga ao Sporting e, logo depois, quatro dias mais tarde, ao Valadares, que valeu uma importante vitória, foi um ponto de viragem para si no Benfica?

- Sim, penso que sim. Sabia que estava a jogar bem e que tinha qualidade, mas a bola não estava a entrar e sei que no futebol as pessoas julgam se a bola vai à rede ou não, não interessa se estás a jogar bem ou não. Diria que, nos jogos anteriores, estava a chegar ao meu momento e só me interessava colocar a bola lá dentro e foi o que consegui fazer. Isso deu-me obviamente a confiança para continuar a fazê-lo e não recear cometer erros, porque estava a marcar. Penso que foi um ponto de viragem para ganhar confiança em prol da equipa.



- Na final da Taça da Liga marcou ao Sporting, a sua antiga equipa e o maior rival do Benfica. Sentiu algo especial por defrontá-las numa final?

- Sim, foi um jogo especial para mim. Sempre tive o máximo respeito por todos os clubes que representei, mas jogar contra o clube anterior [pelo meio ainda passou pelo Fortuna Sittard, dos Países Baixos] é um tipo de jogo diferente. Passei pelo mesmo quando joguei pelo Sporting contra o Torreense. É diferente porque já lá jogaste, há sempre uma emoção extra, foi especial para mim, mas acima de tudo fiquei feliz por definir aquela vitória para o Benfica e estou onde estou agora, o meu foco está neste clube e nesta equipa.

- Quando se juntou ao Benfica, passou a ser orientada por Filipa Patão, junto de quem conquistou estes títulos. Que impressão guarda dela?

- É obviamente uma treinadora fantástica e muito inteligente. Não sabia o que iria encontrar a nível pessoal e como ela seria, mas após cá estar nos últimos meses, penso que estou a crescer sob o seu comando, ela vê algo em mim que por vezes nem eu vejo em mim mesma e é preciso ter-se isso num treinador, para que as jogadoras se sintam motivadas e capazes de confiar. Eu estou a confiar no processo e não apenas nela como também na equipa técnica, o que permite ser a jogadora que estou destinada a ser e permite-me crescer.

- Agora com estatuto de titular e com todos os títulos conquistados, o que se segue para si na próxima época? Procura ser primeira escolha de forma consistente, toda a época?

- Penso que nos primeiros meses tinha as minhas expetativas mais baixas, tinha vindo em janeiro e fazê-lo para uma equipa como esta, diferente, nesta liga que está a crescer, é duro. Por isso, tive de adaptar-me e penso que alcancei todos os objetivos que defini primeiro para mim e na próxima época quero ser uma titular mais regular, em quem os adeptos possam contar e continuar a forçar para conquistar todos os troféus novamente e contribuir tanto quanto possa para esta equipa de todas as formas possíveis.



Regresso a Portugal... para os quartos da Champions

Pelo simples facto de ter sido uma contratação de janeiro, Chandra Davidson deu por si a estrear-se na Liga dos Campeões ao serviço do Benfica... nos quartos de final, frente ao todo-poderoso (e finalista) Lyon. Um sonho tornado realidade. «Sabia que tudo era possível, especialmente na Liga dos Campeões, e ao tê-las visto jogar nos últimos anos sinto que elas cresceram cada vez mais. Por isso, esperava um pouco e sabia que poderia ser uma oportunidade jogar nos quartos de final, pensava elas podiam conseguir e estava entusiasmada também por mim, porque era uma oportunidade que não tinha onde eu estava antes. Por isso sim, tudo pode acontecer no futebol e estou feliz por poder fazer parte do sucesso que elas construíram antes de eu ter cá chegado», reconheceu a atacante ex-Fortuna Sittard.

Forte concorrência foi «grande razão» para rumar à Luz

Chandra Davidson joga numa posição preenchida em qualidade no Benfica, como avançada, onde conta com a concorrência de Nycole Raysla e de tecnicistas como Kika Nazareth, Jéssica Silva e Mimi Alidou, entre outras, e encarou tanta concorrência como um desafio. «Sim, a 100%. Foi uma das grandes razões pelas quais quis vir para o Benfica, porque sabia que tinha de trabalhar para jogar. Nunca quis estar confortável, porque quando estou assim, não cresço. Por isso, acho que esta foi a maior oportunidade para mim, para crescer como jogadora e tornar-me na melhor versão de mim própria. Espero pela próxima época para ver mais do que fiz nesta, mas nunca se cresce quando se está confortável. Por isso, a ter essa competição, puxamos umas pelas outras e nunca sabemos quem vai jogar a cada jogo», explicou.

Goleadora de Torres quase deixou futebol

Quando chegou para a primeira experiência em Portugal, Chandra fê-lo para jogar no Torreense, onde se fez notar como uma canadiana goleadora que em pouco tempo era recrutada pelo Sporting.


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«Honestamente, nunca pensei nisso, quase tinha parado de jogar porque no Canadá, na altura, era muito comum ter de ir para fora, não há campeonato lá, és forçada a ir para o estrangeiro... Felizmente, as coisas estão agora a mudar. Foi muito difícil para mim estar longe da minha família, mas quando a oportunidade de ir para o Sporting surgiu, eu não podia dizer que não. Limitei-me a seguir o caminho e aproveitar as portas que se abriram e é assim que a vida me continua a acontecer: uma porta fecha, outra abre, continuo a avançar e tudo continua a correr bem para mim até agora, por isso é nisso que confio», destacou.

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Época 24-25 será a época dela chegar à selecção depois de marcar 30 golos e fazer 20 assistências até janeiro.

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