Cruz

Cruz

Nome completo
Fernando da Conceição cruz
Posição
defesa
Número
5
Data de nascimento
12 Outubro 1940 (83 anos)
País
Portugal
Naturalidade
Lisboa
Periodo na equipa principal

1959-1969

Era mais do que aspirar ao céu como limite, era chegar lá. Foi a sensação de Cruz, no inolvidável Maio de 61, arrebatada estava a primeira final da Taça do Clubes Campeões da Europa. Para quem havia nascido no bairro da Liberdade, na Lisboa popular e gaiata, era como vestir pele aristocrática, que o feito assumia foros de retumbância.

Ainda não estava um homem feito quando chegou ao Benfica. Contava 16 anos de ilusão, com o perfume da liberdade do bairro e o capital de experiência dos jogos de rua ou dos baldios por imposição juvenil e desafio ás autoridades. Aos 20 anos, Cruz tinha já nome certo nas fichas oficiais dos mais apetecidos embates. Para logo comemorar o primeiro titulo nacional, como Bélla Guttmann, acabado de chegar das Antas, na temporada 59/60.

Percorreu toda a Europa, ao longo dos anos, segurando de forma competente o manto vermelho de diáspora benfiquista. Jogou cinco finais dos Campeões, privilégio só partilhado por Coluna e José Augusto. E também por poucos, muitos poucos representantes de outras formações, ao longo do historial da prova fantástica. Atingiu o zénite nas duas primeiras tentativas, sentiu a desilusão nas últimas três.

A nível domestico, Cruz venceu oito Nacionais, em 11 épocas de Benfica. Mais três Taças de Portugal. Foi o defesa-esquerdo da irrepetível década de 60. Na sombra do sportinguista Hilário, ainda vestiu por 11 vezes a camisola da Selecção, com direito a ingresso no Mundial de 66.

Numa equipa tecnicamente desenvolta, Fernando Cruz não se deixou subestimar. Defesa não era sinónimo de menoridade. “O Cruz, em termos técnicos, era um jogador evoluído”, sentencia Eusébio. Evoluído e firme, mas também cerebral. Fez antecâmara do lateral moderno, que emergiu, num novo e mais ousado dispositivo táctico, no início dos anos 70.


Cruz a desarmar Péle

Foi onde já não chegou. A 16 de Novembro de 1969, na Luz, frente ao Sporting minhoto, realizou o último jogo a contar para o Nacional, com a satisfação de um expressivo (5-0) triunfo da cor da casa. Para o álbum de recordações, ficou o apontamento número 344, tantas vezes quantas envergou o símbolo da águia em partidas de carácter oficial. À semelhança de Coluna, não escaparia ao rejuvenescimento do plantel. Tentou a sorte lá fora, que em Portugal a fidelidade era vermelha.

Foi um dos mais carismáticos jogadores do clube. O Pescas, como era tratado pelos companheiros, filho de mulher peixeira. Filho também do melhor futebol que o Benfica jamais serviu nas arenas desportivas da Europa.


Épocas no Benfica: 11 (59/70)

Jogos: 346
Golos: 1

Títulos: 8 CN, 3 TP, 2 TCE

 

Texto: Memorial Benfica, 100 Glórias
Copiado de Ednilson

 


Equipa Principal Jogos Minutos Cartões (A./V.) Golos
  1959/1960 28 2520 0 / 1 0  
Campeonato Nacional 20 1800 0 / 0 0
Taça de Portugal 8 720 0 / 1 0
Amigáveis 1 0
  1960/1961 38 3420 0 / 0 1  
Campeonato Nacional 26 2340 0 / 0 0
Taça de Portugal 3 270 0 / 0 1
Taça dos Campeões Europeus 9 810 0 / 0 0
Amigáveis 2 0
  1961/1962 47 4230 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 26 2340 0 / 0 0
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 180 0 / 0 0
Taça de Portugal 9 810 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 7 630 0 / 0 0
Taça Intercontinental 3 270 0 / 0 0
Amigáveis 11 0
  1962/1963 37 3330 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 23 2070 0 / 0 0
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 1 90 0 / 0 0
Taça de Portugal 4 360 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 7 630 0 / 0 0
Taça Intercontinental 2 180 0 / 0 0
Amigáveis 12 1
  1963/1964 35 2970 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 18 1620 0 / 0 0
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 0 0 / 0 0
Taça de Portugal 11 990 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 4 360 0 / 0 0
Amigáveis 11 0
  1964/1965 38 3240 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 20 1800 0 / 0 0
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 0 0 / 0 0
Taça de Portugal 8 720 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 8 720 0 / 0 0
Amigáveis 5 0
  1965/1966 32 2790 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 23 2070 0 / 0 0
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 1 0 0 / 0 0
Taça de Portugal 4 360 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 4 360 0 / 0 0
Amigáveis 9 0
  1966/1967 29 2520 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 23 2070 0 / 0 0
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 1 0 0 / 0 0
Taça de Portugal 3 270 0 / 0 0
Taça das Cidades com Feira 2 180 0 / 0 0
Amigáveis 12 0
  1967/1968 40 3420 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 24 2160 0 / 0 0
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 0 0 / 0 0
Taça de Portugal 5 450 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 9 810 0 / 0 0
Amigáveis 10 0
  1968/1969 29 2610 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 22 1980 0 / 0 0
Taça de Portugal 2 180 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 5 450 0 / 0 0
Amigáveis 8 0
  1969/1970 1 90 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 1 90 0 / 0 0
Amigáveis 0 0
Total Jogos Amigáveis 81 1
Total Jogos Oficiais 354 31140 0 / 1 1
Na equipa principal

Primeiro jogo

Último jogo


Por administrador a Terça, 9 Janeiro 2024

andre_diogo



Nome Completo: Fernando Conceição CRUZ
Posição: Defesa Esquerdo
Nacionalidade: Português (Internacional A)
Data de Nascimento: 12-08-1940
Número da Camisola: 5
Pé Preferido: Esquerdo


Épocas ao serviço do Benfica: 11
Total de Jogos pelo Benfica: 344
Total de Golos pelo Benfica: 1
Títulos pelo Benfica:
2 Taças dos Campeões Europeus (1960/61, 1961/62)
8 Campeonatos Nacionais (1959/60, 1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69)
3 Taças de Portugal (1961/62, 1963/64, 1968/69)

1959/1960
Jogos: 28
Golos: 0

1960/1961
Jogos: 38
Golos: 1 (0 na Liga)

1961/1962
Jogos: 45
Golos: 0

1962/1963
Jogos: 36
Golos: 0

1963/1964
Jogos: 33
Golos: 0

1964/1965
Jogos: 36
Golos: 0

1965/1966
Jogos: 31
Golos: 0

1966/1967
Jogos: 28
Golos: 0

1967/1968
Jogos: 38
Golos: 0

1968/1969
Jogos: 29
Golos: 0

1969/1970
Jogos: 1
Golos: 0

Corrosivo

#1
Fernando da Conceição Cruz. Lisboa. 12 de Agosto de 1940. Defesa.
Épocas no Benfica: 11 (59/70). Jogos: 346. Golos: 1. Títulos: 8 (Campeonato Nacional), 3 (Taça de Portugal) e 2 (Taça dos Campeões).
Internacionalizações: 11.






Era mais do que aspirar ao céu como limite, era chegar lá. Foi a sensação de Cruz, no inolvidável Maio de 61, arrebatada estava a primeira final da Taça do Clubes Campeões da Europa. Para quem havia nascido no bairro da Liberdade, na Lisboa popular e gaiata, era como vestir pele aristocrática, que o feito assumia foros de retumbância.

Ainda não estava um homem feito quando chegou ao Benfica. Contava 16 anos de ilusão, com o perfume da liberdade do bairro e o capital de experiência dos jogos de rua ou dos baldios por imposição juvenil e desafio ás autoridades. Aos 20 anos, Cruz tinha já nome certo nas fichas oficiais dos mais apetecidos embates. Para logo comemorar o primeiro titulo nacional, como Bélla Guttmann, acabado de chegar das Antas, na temporada 59/60.

Percorreu toda a Europa, ao longo dos anos, segurando de forma competente o manto vermelho de diáspora benfiquista. Jogou cinco finais dos Campeões, privilégio só partilhado por Coluna e José Augusto. E também por poucos, muitos poucos representantes de outras formações, ao longo do historial da prova fantástica. Atingiu o zénite nas duas primeiras tentativas, sentiu a desilusão nas últimas três.

A nível domestico, Cruz venceu oito Nacionais, em 11 épocas de Benfica. Mais três Taças de Portugal. Foi o defesa-esquerdo da irrepetível década de 60. Na sombra do sportinguista Hilário, ainda vestiu por 11 vezes a camisola da Selecção, com direito a ingresso no Mundial de 66.

Numa equipa tecnicamente desenvolta, Fernando Cruz não se deixou subestimar. Defesa não era sinónimo de menoridade. "O Cruz, em termos técnicos, era um jogador evoluído", sentencia Eusébio. Evoluído e firme, mas também cerebral. Fez antecâmara do lateral moderno, que emergiu, num novo e mais ousado dispositivo táctico, no início dos anos 70.


Foi onde já não chegou. A 16 de Novembro de 1969, na Luz, frente ao Sporting minhoto, realizou o último jogo a contar para o Nacional, com a satisfação de um expressivo (5-0) triunfo da cor da casa. Para o álbum de recordações, ficou o apontamento número 344, tantas vezes quantas envergou o símbolo da águia em partidas de carácter oficial. À semelhança de Coluna, não escaparia ao rejuvenescimento do plantel. Tentou a sorte lá fora, que em Portugal a fidelidade era vermelha.

Foi um dos mais carismáticos jogadores do clube. O Pescas, como era tratado pelos companheiros, filho de mulher peixeira. Filho também do melhor futebol que o Benfica jamais serviu nas arenas desportivas da Europa.


Tópico: Memorial Benfica, Glórias
Autor: Ednilson
Link: http://serbenfiquista.com/forum/index.php?topic=22362.45

Menino do Côro

Duro e leal. Um símbolo.

:pray:

lcferreira

Dos defesas que passaram no Benfica na década de 60, foi talvez o melhor depois de Germano Figueiredo.

Do que vi (cerca de 30 jogos) em video também gostei muito do Neto e do Cavem, mas esses jogavam no meio campo, depois de aparecer Simões no caso de Cavem e só depois recuaram, eram mais finos no trato de bola.

O meu pai tem um travo de amargo com o Cruz, mas eu já vi e revi os jogos que estão entalados e a culpa se é que assim se pode dizer desse travo amargo é do Humberto (Milão e Manchester) que perde nos dois jogos bolas infantis com passes disparatados que dão 2 contra ataques mortiferos.

Naquele tempo os defesas eram todos muito duros, excepto o Germano que tinha olhos nos pés.

Nunca percebi o porquê do Cruz não jogar no Mundial 66 bem como o Germano só ter jogado contra a Bulgaria em deterimento de dois coxos chamados José Carlos e Alexandre Baptista que jogavam no grémio do lumiar, mas o Sr Otto Glória queria alinhar com a defesa do Sporting+Vicente, estava no direito dele, mas fomos nós que perdemos.

VitorPaneira7

Do josé carlos já ouvi dizer que era uma pedra com dois olhos, muito caceteiro, mas do Alexandre Baptista já ouvi o contrário que era um bom defesa e que uma das coisas que o meu avô e outros parentes mais velhos que conheço (alguns lagartões) falavam  que era um espéctaculo ver o embate entre a linha atacante do Benfica (Eusébio,José Torres,Simões e José Augusto) e a linha defensiva do sporting (Pedro gomes ou morais, Hilário,Alexande Baptista e José carlos) pois a defesa do Sporting era muito boa.Não me estranha o uso da defesa do sporting em 66 pois era a campeã e Otto glória era o treinador do Sporting.

lcferreira

vitor, a estranheza passa por serem varios jogos em poucos dias, sem substituições, desgaste de viagens de comboios e praticamente jogaram sempre os mesmos jogadores.

Eu abusei ao por o Alexandre Batista ao nível do José Carlos, mas em comparação com o Germano o 1º e com o Cruz o 2º, eram melhores centrais os do Benfica.

Os 2 melhores eram claramente o Batista e Germano, por "nosso" azar e não sei se viste todos os jogos do Mundial 66, o Batista e o Ze Carlos estão para a selecção como o Humberto está para o Benfica nas finais de 63 e 68, foi por aí que quis ir.

Mas o tópico é do Sr Cruz e é isso que me interessa mesmo.


VitorPaneira7

#6
infelizmente não vi, mas a não utilização de Germano também é estranha e compreendo a associação ao Humberto Fernandes quanto aos erros. Quanto às viagens de comboio a de londres para se jogar a meia final é a que mais conheço  Portugal como equipa que fez mais pontos devia ter jogado no Goodison Park e não em Wembley fazendo uma viagem desnecessária e cansativa num mundial que beneficiou muito a equipa da casa.

Já agora, usando os volumes da Bola sobre a história do Benfica, aqui tem as estatisticas do Fernando Cruz.

d Fernando Cruz 346 jogos 1 golo 13 titulos (2 tce, 8 cn, 3tp) 1959-1970



Shoky

Citação de: andre_diogo em 07 de Dezembro de 2009, 17:00


Nome Completo: Fernando Conceição CRUZ
Posição: Defesa Esquerdo
Nacionalidade: Português (Internacional A)
Data de Nascimento: 12-08-1940
Número da Camisola: ?
Pé Preferido: Esquerdo


Épocas completas no Benfica: 11
Total de Jogos pelo Benfica: 343
Total de Golos pelo Benfica: 1
Títulos pelo Benfica:
2 Taças dos Campeões Europeus (1960/1961; 1961/1962)
8 Campeonatos Nacionais (1959/1960; 1960/1961; 1962/1963; 1963/1964; 1964/1965; 1966/1967; 1967/1968; 1968/1969; )
3 Taças de Portugal (1961/1962; 1963/1964; 1968/1969)

1959/1960
Jogos: 28
Golos: 0

1960/1961
Jogos: 38
Golos: 1 (0 na Liga)

1961/1962
Jogos: 45
Golos: 0

1962/1963
Jogos: 36
Golos: 0

1963/1964
Jogos: 33
Golos: 0

1964/1965
Jogos: 36
Golos: 0

1965/1966
Jogos: 31
Golos: 0

1966/1967
Jogos: 28
Golos: 0

1967/1968
Jogos: 38
Golos: 0

1968/1969
Jogos: 29
Golos: 0

1969/1970
Jogos: 1
Golos: 0


Dados actualizados.

Miguel Gouveia

Citação de: Corrosivo em 07 de Dezembro de 2009, 18:39
Quando saiu do Benfica, depois de tantos anos ao serviço do clube, e sentindo que ainda podia continuar a jogar futebol, teve muitas ofertas de clubes Portugueses mas optou por ir para França porque, segundo o próprio, não podia jogar no campeonato Português sabendo que isso implicava que um dia teria que jogar contra o Benfica.

:bow2: :bow2:

Universo Benfica

"Não se podem ganhar Taças da Europa a fazer festinhas aos adversários."

Não dá para colar no balneário?

GF


Eddie_

Citação de: Universo Benfica em 29 de Fevereiro de 2012, 01:36
"Não se podem ganhar Taças da Europa a fazer festinhas aos adversários."

Não dá para colar no balneário?

Nem mais!!!

Universo Benfica

Estreia: 27 de Setembro de 1959, em Braga (Braga 0 - S.L.Benfica 3)

Último jogo: 16 de Novembro de 1969, na Luz (S.L.Benfica 5 - Braga 0)

Curiosidades:

- Chegou ao "Lar do Jogador" na Luz com apenas 16 anos e pela Luz ficou até aos 30 anos. No final da temporada 1969/70 a renovação do plantel levada a cabo por José Augusto leva-o a tentar o Championnat em França pois em Portugal... só no S.L.Benfica!
- A 27 de Setembro de 1959 estreia-se no Primeiro Team encarnado tendo Bela Guttmann apostado nele como médio-esquerdo. Nas temporadas seguintes alternou entre a defesa e o meio-campo, jogando as 2 finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus (1960/61 e 1961/62) como médio.
- Na temporada 1962/63 Fernando Riera devolve-o ao seu lugar de raíz (defesa-esquerdo) e é aí que actua nas outras 3 finais europeias perdidas (1962/63, 1964/65 e 1967/68).
- Embora fosse jogador de qualidade indiscutível não tinha veia goleadora e marcou apenas 1 golo envergando o manto sagrado. Foi no dia 26 de Março de 1961, no Estádio da Luz em jogo a contar para a Taça de Portugal em que o S.L.Benfica goleou o Olhanense por 8-0, com o saudoso José Águas a marcar 5 golos.

Fonte: Vedeta ou Marreta

faneca_slb4ever


Dandy






   E pensar que já conquistámos campeonatos da europa de clubes com jovens de 20 anos como o Cruz...