LE QF 2ª Mão: Eintracht Frankfurt 2 - 0 SL Benfica, 18Abr. Qui. 20h00 *SIC*

Eintracht Frankfurt 2 - 0 SL Benfica

Liga Europa


Eintracht Frankfurt: Trapp, Abraham, Hasebe, Falette, Danny da Costa, Gelson, Rode, Kostic, Gacinovic, Jovic, Rebic
Treinador: Adi Hutter
SL Benfica: Odysseas Vlachodimos, André Almeida (Jonas [79m]), Rúben Dias, Jardel, Álex Grimaldo, Ljubomir Fejsa, Andreas Samaris (Pizzi [70m]), Gedson Fernandes, Rafa (Eduardo Salvio [72m]), João Félix, Haris Seferović
Treinador: Bruno Lage

Catenaccio

O que se vai seguir, sem preciosismo estético, é texto corrido, de transição rápida. Vamos lá. Hoje, o Benfica joga na Alemanha a passagem às meias-finais da Liga Europa. O meu sentimento é uma caldeirada de entusiasmo, expectativa e nervosismo. Quanto a vocês não sei mas, para mim, a competição europeia é mais importante que o campeonato. Sim, leram bem. Claro que quero ganhar as cinco (seis) finais só que a liga portuguesa tem uma importância relativa. O Benfica tem 36 campeonatos (o dobro daqueles que se dizem nossos rivais) e, portanto, a nível nacional não há comparação possível. Falhar o tão ansiado 37 não é catastrófico. A sério. Basta ignorar o lixo tóxico que pulula na comunicação social (televisão, jornais) e chegamos à conclusão que, mais do que o doce sabor da vitória, o que os benfiquistas verdadeiramente temem é o amargo da derrota perante o rival. Talvez por isso, tanto desassossego se vive nas bancadas da Luz. As redes sociais acabam por extrapolar os tiros disparados pelas comunicações de ambos os clubes e os adeptos vão atrás das balas e das explosões perdendo o foco no que importa: aconteça o que acontecer, continuamos a ser o maior de Portugal. Eu já tenho idade suficiente para ter visto, e vivido, algumas dessas 36 conquistas. Não me recordo bem dos finais da década de 80 (até porque a maioria dos jogos eram acompanhados através da rádio, ou dos resumos da televisão), pelo que posso contar o de 1993/94 (João Vieira Pinto e os 3-6 em Alvalade), o de 2004/05 (a «velha raposa») e, naturalmente, os mais recentes já sob o comando de Jorge Jesus e Rui Vitória. Só aqui estão 7 campeonatos. Se contar desde a minha data de nascimento (1975), já "fui campeão" em 16 ocasiões. Portanto, vencer mais uma liga é quase como um desígnio natural. Aliás, nos últimos trinta anos, dividimos com o Porto a hegemonia nacional logo temos 50% de probabilidades de chegar ao fim na liderança. A estatística tem muita força. Vamos lá ver uma coisa: treinadores como Jimmy Hagan, Milorad Pavic (quem?), John Mortimore, Lajos Baroti, até Rui Vitória, já foram campeões pelo Benfica. Não é nada de extraordinário. Querem falar de jogadores? O Simanic foi campeão em 1993/94. O Amoreirinha em 2004/05. O Felipe Menezes, Éder Luís e Alan Kardec em 2009/10. Até o Loris Benito e o Franco Jara em 2014/15. Percebem onde quero chegar? Para o Vizela, é importante passar do Campeonato de Portugal para a 2.ª Liga. Para o Paços de Ferreira, o objectivo é regressar à liga principal. Para o Tondela, é manter-se entre os "grandes". Para o Benfica, clube humilde nascido na Farmácia Franco, a missão já foi cumprida: ser o emblema mais titulado neste cantinho à beira-mar. Eu não estou a renegar a importância da conquista deste campeonato, mas não vivo em desespero e histerismo caso, por qualquer infelicidade, o título não seja uma realidade. Digam lá a verdade: ficamos contentes, mandamos umas "bocas" aos amigos, partilhamos uns "memes" nas redes sociais mas, passado meia dúzia de dias, o sol acorda e voltamos aos hábitos e rotinas diárias das nossas vidas. Há um brilho nos olhos, e um aconchego no coração mas, tal como na sociedade desenfreada e instantânea que vivemos, é uma alegria passageira, uma bebedeira que dura umas horas. Agora, pensem comigo, vencer uma competição europeia? Repito: uma competição europeia? Por exemplo: quando vão ao Museu Cosme Damião há, evidentemente, aquele sentimento de orgulho ao vislumbrar todas aquelas taças e troféus. Todavia, o que é que arrepia a espinha? Onde é que tiram a fotografia para mostrar aos amigos e familiares? Pois, é junto às duas "orelhudas", verdade? Porque ao Benfica, já não basta vencer o Tondela, golear o Nacional, até atropelar o Sporting. Não é isso que provoca um frio na barriga, que apaixona, que transforma o nosso corpo num vórtice emocional, num nirvana de luz e glória. Não. O Benfica ganhou uma Taça dos Clubes Europeus ao Barcelona e ao Real Madrid. O Benfica é, hoje, com tudo o que representa em termos de massa adepta, admiração e prestígio internacional, o clube que é porque tem duas "orelhudas" no Museu e mais umas finais (infelizmente perdidas) que elevaram este emblema para patamares superlativos de ambição e exigência. Já imaginaram o que seria ganhar a Liga Europa? Alguém aqui presenciou a vitória em 1961/62? Eu já não me recordo bem da final da Taça Uefa frente ao Anderlecht (1983), mas ainda tenho na memória a final de 1988 (PSV), de 1990 (Milão) e as mais recentes (onde estive presente) frente a Chelsea e Sevilha. Várias gerações de benfiquistas anseiam por um troféu europeu. Ao próprio clube, de uma vez por todas, deve nortear a presença nos grandes palcos (já conseguimos) e as mais elevadas e importantes conquistas. É o passo seguinte que, todos, temos de dar: adeptos, jogadores, treinadores, presidente. O Ferro, o Samaris, o Rafa, o João Félix, o Jonas, o Seferovic, não vão ficar na história por ganharam um campeonato. O Bruno Lage será, apenas, mais um entre tantos a consegui-lo. Até o presidente da obra feita, se quiser verdadeiramente gravar o nome na memória colectiva, tem de ambicionar e imaginar o que pode parecer impossível. O Benfica já provou que não há impossibilidades. Por isso, por tudo, pela garra, querer e ambição, pelo assombro, encanto e a puta da loucura do que pode estar ao virar da esquina, vamos lá eliminar os alemães, vingar-nos do Chelsea e, por fim, transformar o sonho num grito colectivo que dure dias, semanas, meses de puro êxtase. Hoje, é dia de sermos Sport Lisboa e Benfica.


alfredo

Citação de: Catenaccio em 18 de Abril de 2019, 14:01
O que se vai seguir, sem preciosismo estético, é texto corrido, de transição rápida. Vamos lá. Hoje, o Benfica joga na Alemanha a passagem às meias-finais da Liga Europa. O meu sentimento é uma caldeirada de entusiasmo, expectativa e nervosismo. Quanto a vocês não sei mas, para mim, a competição europeia é mais importante que o campeonato. Sim, leram bem. Claro que quero ganhar as cinco (seis) finais só que a liga portuguesa tem uma importância relativa. O Benfica tem 36 campeonatos (o dobro daqueles que se dizem nossos rivais) e, portanto, a nível nacional não há comparação possível. Falhar o tão ansiado 37 não é catastrófico. A sério. Basta ignorar o lixo tóxico que pulula na comunicação social (televisão, jornais) e chegamos à conclusão que, mais do que o doce sabor da vitória, o que os benfiquistas verdadeiramente temem é o amargo da derrota perante o rival. Talvez por isso, tanto desassossego se vive nas bancadas da Luz. As redes sociais acabam por extrapolar os tiros disparados pelas comunicações de ambos os clubes e os adeptos vão atrás das balas e das explosões perdendo o foco no que importa: aconteça o que acontecer, continuamos a ser o maior de Portugal. Eu já tenho idade suficiente para ter visto, e vivido, algumas dessas 36 conquistas. Não me recordo bem dos finais da década de 80 (até porque a maioria dos jogos eram acompanhados através da rádio, ou dos resumos da televisão), pelo que posso contar o de 1993/94 (João Vieira Pinto e os 3-6 em Alvalade), o de 2004/05 (a «velha raposa») e, naturalmente, os mais recentes já sob o comando de Jorge Jesus e Rui Vitória. Só aqui estão 7 campeonatos. Se contar desde a minha data de nascimento (1975), já "fui campeão" em 16 ocasiões. Portanto, vencer mais uma liga é quase como um desígnio natural. Aliás, nos últimos trinta anos, dividimos com o Porto a hegemonia nacional logo temos 50% de probabilidades de chegar ao fim na liderança. A estatística tem muita força. Vamos lá ver uma coisa: treinadores como Jimmy Hagan, Milorad Pavic (quem?), John Mortimore, Lajos Baroti, até Rui Vitória, já foram campeões pelo Benfica. Não é nada de extraordinário. Querem falar de jogadores? O Simanic foi campeão em 1993/94. O Amoreirinha em 2004/05. O Felipe Menezes, Éder Luís e Alan Kardec em 2009/10. Até o Loris Benito e o Franco Jara em 2014/15. Percebem onde quero chegar? Para o Vizela, é importante passar do Campeonato de Portugal para a 2.ª Liga. Para o Paços de Ferreira, o objectivo é regressar à liga principal. Para o Tondela, é manter-se entre os "grandes". Para o Benfica, clube humilde nascido na Farmácia Franco, a missão já foi cumprida: ser o emblema mais titulado neste cantinho à beira-mar. Eu não estou a renegar a importância da conquista deste campeonato, mas não vivo em desespero e histerismo caso, por qualquer infelicidade, o título não seja uma realidade. Digam lá a verdade: ficamos contentes, mandamos umas "bocas" aos amigos, partilhamos uns "memes" nas redes sociais mas, passado meia dúzia de dias, o sol acorda e voltamos aos hábitos e rotinas diárias das nossas vidas. Há um brilho nos olhos, e um aconchego no coração mas, tal como na sociedade desenfreada e instantânea que vivemos, é uma alegria passageira, uma bebedeira que dura umas horas. Agora, pensem comigo, vencer uma competição europeia? Repito: uma competição europeia? Por exemplo: quando vão ao Museu Cosme Damião há, evidentemente, aquele sentimento de orgulho ao vislumbrar todas aquelas taças e troféus. Todavia, o que é que arrepia a espinha? Onde é que tiram a fotografia para mostrar aos amigos e familiares? Pois, é junto às duas "orelhudas", verdade? Porque ao Benfica, já não basta vencer o Tondela, golear o Nacional, até atropelar o Sporting. Não é isso que provoca um frio na barriga, que apaixona, que transforma o nosso corpo num vórtice emocional, num nirvana de luz e glória. Não. O Benfica ganhou uma Taça dos Clubes Europeus ao Barcelona e ao Real Madrid. O Benfica é, hoje, com tudo o que representa em termos de massa adepta, admiração e prestígio internacional, o clube que é porque tem duas "orelhudas" no Museu e mais umas finais (infelizmente perdidas) que elevaram este emblema para patamares superlativos de ambição e exigência. Já imaginaram o que seria ganhar a Liga Europa? Alguém aqui presenciou a vitória em 1961/62? Eu já não me recordo bem da final da Taça Uefa frente ao Anderlecht (1983), mas ainda tenho na memória a final de 1988 (PSV), de 1990 (Milão) e as mais recentes (onde estive presente) frente a Chelsea e Sevilha. Várias gerações de benfiquistas anseiam por um troféu europeu. Ao próprio clube, de uma vez por todas, deve nortear a presença nos grandes palcos (já conseguimos) e as mais elevadas e importantes conquistas. É o passo seguinte que, todos, temos de dar: adeptos, jogadores, treinadores, presidente. O Ferro, o Samaris, o Rafa, o João Félix, o Jonas, o Seferovic, não vão ficar na história por ganharam um campeonato. O Bruno Lage será, apenas, mais um entre tantos a consegui-lo. Até o presidente da obra feita, se quiser verdadeiramente gravar o nome na memória colectiva, tem de ambicionar e imaginar o que pode parecer impossível. O Benfica já provou que não há impossibilidades. Por isso, por tudo, pela garra, querer e ambição, pelo assombro, encanto e a puta da loucura do que pode estar ao virar da esquina, vamos lá eliminar os alemães, vingar-nos do Chelsea e, por fim, transformar o sonho num grito colectivo que dure dias, semanas, meses de puro êxtase. Hoje, é dia de sermos Sport Lisboa e Benfica.

bravo!
enviar o texo ja à equipa e ao presi!



alfredo


Menino de Ouro RS





Royal_Flush

Citação de: StarWars em 18 de Abril de 2019, 12:30
Citação de: Royal_Flush em 18 de Abril de 2019, 09:12
Está em causa chegarmos a uma meia final europeia.

Nos últimos 25 anos, salvo erro, é algo que só fizemos 3 vezes.

Por isso é enfiar bem enfiado no rabo qualquer ideia de levar este jogo na desportiva.

Dito isto, não quer dizer que não possa haver gestão de esforço de um ou outro jogador que necessite.
Em 94 fomos às meias finais da Taça das Taças.


Tava a contar com isso...

matadu

São umas 6 horas de viagem entre uma cidade e outra.

Estão completamente fodidos.  :-X


nogueira

Citação de: matadu em 18 de Abril de 2019, 14:28
São umas 6 horas de viagem entre uma cidade e outra.

Estão completamente fodidos.  :-X
Dá tempo.
Ainda por cima naquelas auto-estradas, não há limites de velocidade.

:rir: