Pedro Pablo Pichardo, Campeão Olímpico/Campeão Mundial/Campeão Europeu

MTrigueiros

O Nelson Évora não tem defesa possível. É diferente do Pichardo, mas é igualmente naturalizado.

Perdeu (mais uma) boa oportunidade para estar calado.

Dr.Lecter

#1096
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 15:23
Citação de: Dr.Lecter em 13 de Agosto de 2018, 14:38
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:52
Citação de: Goldenangel em 13 de Agosto de 2018, 11:48
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:34
Citação de: rudra28 em 13 de Agosto de 2018, 11:28
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:26
Nesta história estou muito mais pela visão do Nelson Évora do que por qualquer outra. O atletismo no que toca a naturalizações é simplesmente patético.
O Nelson Évora também não é português.

É uma situação completamente distinta. O Nelson é português, não deixa de o ser por não ter nascido cá. Faz todo o sentido que compita por Portugal.

O Pichardo competir por Portugal está ao nível dos gajos que correm pela Turquia e Qatar, uma ridicularização do que significa competir por um país. Isso acontece nos clubes, nos países é uma aberração.

Sem querer entrar muito em discussões, até porque não acho que neste momento interessem muito.

O Nelson é Portugues porque? Ele não nasceu cá e os pais também não são Portugueses.

Qual é a lógica?

"Com 17 anos e ainda com nacionalidade Cabo-Verdiana saltou 16,15m no dia 10 de Junho de 2001 em Braga o que constitui ainda hoje o recorde continental de África de Triplo Salto do escalão de Juvenis. "
O Nelson veio viver para Portugal com 7 anos, e já passava sempre as férias cá antes disso. Começou a competir cá com 10 anos.

Para além da relação de Portugal com Cabo Verde, terra de um dos progenitores.

É português.

Errado.

Só há dois critérios para se ser português. Ou o "ius soli", ter nascido em território português, ou "ius sanguinis", que é o princípio base na lei da nacionalidade em Portugal e que tem a ver com a filiação. O Nélson não preenche qualquer desses critérios, visto ser filho de um cabo verdiano e uma marfinense.

Vir passar férias a Portugal é tão critério para o Nélson ser português como para qualquer inglês que venha todos os anos embebedar-se para o Algarve.

A ligação do Nélson a Portugal (e, arrisco dizer, a Cabo Verde) é tão forte que ele professa uma religião persa, o que diz alguma coisa da identidade cultural (ou, neste caso, da falta dela) com o nosso país.

O Nélson é tão português quanto o Pichardo, o Obikwelu, o Pepe, o Deco ou o Liedson.

Independentemente disso, o que está aqui em causa é uma questão de direitos dos cidadãos. A partir do momento em que o Estado Português concede a cidadania e a nacionalidade portuguesa ao Pichardo, ele passa a gozar de todos os direitos civis e políticos de qualquer outro cidadão português - com excepção do direito à Presidência da República.

Assim sendo, no cumprimento do respeito pelo estado de direito, cabe ao Estado Português, nomeadamente através dos organismos públicos - de que a F.P. Atletismo é exemplo - garantir que aos seus cidadãos é assegurado o gozo da plenitude dos seus direitos. Entre esses direitos está o de representar o país internacionalmente, pelo que se lamenta que só tardiamente a FPA tenha começado a envidar esforços nesse sentido.

Podemos discutir se o processo que leva à naturalização do Pichardo é ou não eticamente reprovável. Mas parece-me que isso fica completamente ultrapassado quando falamos de um atleta que aos 24 ou 25 anos já é dos melhores da história da modalidade, que já bateu o RN e que toda a gente percebe que tem dentro dele um possível salto para um mítico record mundial. Se isto não é interesse público, então não sei o que é.

Por outro lado, também cabe à FPA assegurar condições de treino e o pagamento dos valores que são devidos ao atleta por ser atleta de topo e, consequentemente, ter que ser integrado no projecto olímpico para Tóquio.

Festejei e festejo todas e cada uma das medalhas do Nélson, como festejei as do Obikwelu, mas um atleta, repito, filho de cabo verdiano e marfinense, não nascido em Portugal, que treina em Espanha e é treinado por um cubano tem absolutamente zero moral para falar de atletas importados.

Vieste falar-me de lei, quando eu estou a falar do que é para mim ser português e competir pelo país enquanto tal. Não faças de mim totó, como é óbvio  a questão das férias foi apenas para referir o lado emocional que existe com o país, o laço que o liga ao país desde que nasceu.

Eu não disse que o Pichardo podia ou não competir,não faço sequer ideia como está o processo. Sei por alto, mas nada muito profundo.

Legal também é a malta que anda a competir pelo Qatar, legal também foi o Liedson jogar por Portugal. O que eu critiquei foi a forma como por interesses meramente desportivos dos países e muitas vezes financeiros dos atletas, se agiliza processos de naturalização.

Para mim competir por um país nada tem a ver com isso, mas sim  com uma ligação emocional, com representar os valores e as cores de uma bandeira. Não tem nada a ver com "interesse público".

Aos olhos da lei já eu sei que o Pepe é a mesma coisa que o Liedson..e o Nelson será o mesmo que o Pichardo. Mas para mim não o são.

Então certamente serás contra, por exemplo, o Raphaël Guerreiro jogar pela selecção, dado que nem português sabe falar nem nunca cá jogou, nem nasceu. Mas certamente sente muito o país.

Isso não faz qualquer sentido. Ou são portugueses ou não são. E serem portugueses ou não é um critério legal.

Depois, se não o são e pretendem ser têm que obter a nacionalidade. E para se obter a nacionalidade há um processo próprio. Neste caso não foi o estado português que o desencadeou, mas sim o atleta com o apoio da sua entidade patronal, o Benfica. O argumento do interesse público foi atendido e o atleta já é português. Já foi inclusivamente homologado um record nacional.

Agora só têm que lhe ser atribuídos os outros direitos como a qualquer um de nós, entre os quais está o de representar a selecção.

Dudek

Citação de: Dr.Lecter em 13 de Agosto de 2018, 15:32
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 15:23
Citação de: Dr.Lecter em 13 de Agosto de 2018, 14:38
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:52
Citação de: Goldenangel em 13 de Agosto de 2018, 11:48
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:34
Citação de: rudra28 em 13 de Agosto de 2018, 11:28
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:26
Nesta história estou muito mais pela visão do Nelson Évora do que por qualquer outra. O atletismo no que toca a naturalizações é simplesmente patético.
O Nelson Évora também não é português.

É uma situação completamente distinta. O Nelson é português, não deixa de o ser por não ter nascido cá. Faz todo o sentido que compita por Portugal.

O Pichardo competir por Portugal está ao nível dos gajos que correm pela Turquia e Qatar, uma ridicularização do que significa competir por um país. Isso acontece nos clubes, nos países é uma aberração.

Sem querer entrar muito em discussões, até porque não acho que neste momento interessem muito.

O Nelson é Portugues porque? Ele não nasceu cá e os pais também não são Portugueses.

Qual é a lógica?

"Com 17 anos e ainda com nacionalidade Cabo-Verdiana saltou 16,15m no dia 10 de Junho de 2001 em Braga o que constitui ainda hoje o recorde continental de África de Triplo Salto do escalão de Juvenis. "
O Nelson veio viver para Portugal com 7 anos, e já passava sempre as férias cá antes disso. Começou a competir cá com 10 anos.

Para além da relação de Portugal com Cabo Verde, terra de um dos progenitores.

É português.

Errado.

Só há dois critérios para se ser português. Ou o "ius soli", ter nascido em território português, ou "ius sanguinis", que é o princípio base na lei da nacionalidade em Portugal e que tem a ver com a filiação. O Nélson não preenche qualquer desses critérios, visto ser filho de um cabo verdiano e uma marfinense.

Vir passar férias a Portugal é tão critério para o Nélson ser português como para qualquer inglês que venha todos os anos embebedar-se para o Algarve.

A ligação do Nélson a Portugal (e, arrisco dizer, a Cabo Verde) é tão forte que ele professa uma religião persa, o que diz alguma coisa da identidade cultural (ou, neste caso, da falta dela) com o nosso país.

O Nélson é tão português quanto o Pichardo, o Obikwelu, o Pepe, o Deco ou o Liedson.

Independentemente disso, o que está aqui em causa é uma questão de direitos dos cidadãos. A partir do momento em que o Estado Português concede a cidadania e a nacionalidade portuguesa ao Pichardo, ele passa a gozar de todos os direitos civis e políticos de qualquer outro cidadão português - com excepção do direito à Presidência da República.

Assim sendo, no cumprimento do respeito pelo estado de direito, cabe ao Estado Português, nomeadamente através dos organismos públicos - de que a F.P. Atletismo é exemplo - garantir que aos seus cidadãos é assegurado o gozo da plenitude dos seus direitos. Entre esses direitos está o de representar o país internacionalmente, pelo que se lamenta que só tardiamente a FPA tenha começado a envidar esforços nesse sentido.

Podemos discutir se o processo que leva à naturalização do Pichardo é ou não eticamente reprovável. Mas parece-me que isso fica completamente ultrapassado quando falamos de um atleta que aos 24 ou 25 anos já é dos melhores da história da modalidade, que já bateu o RN e que toda a gente percebe que tem dentro dele um possível salto para um mítico record mundial. Se isto não é interesse público, então não sei o que é.

Por outro lado, também cabe à FPA assegurar condições de treino e o pagamento dos valores que são devidos ao atleta por ser atleta de topo e, consequentemente, ter que ser integrado no projecto olímpico para Tóquio.

Festejei e festejo todas e cada uma das medalhas do Nélson, como festejei as do Obikwelu, mas um atleta, repito, filho de cabo verdiano e marfinense, não nascido em Portugal, que treina em Espanha e é treinado por um cubano tem absolutamente zero moral para falar de atletas importados.

Vieste falar-me de lei, quando eu estou a falar do que é para mim ser português e competir pelo país enquanto tal. Não faças de mim totó, como é óbvio  a questão das férias foi apenas para referir o lado emocional que existe com o país, o laço que o liga ao país desde que nasceu.

Eu não disse que o Pichardo podia ou não competir,não faço sequer ideia como está o processo. Sei por alto, mas nada muito profundo.

Legal também é a malta que anda a competir pelo Qatar, legal também foi o Liedson jogar por Portugal. O que eu critiquei foi a forma como por interesses meramente desportivos dos países e muitas vezes financeiros dos atletas, se agiliza processos de naturalização.

Para mim competir por um país nada tem a ver com isso, mas sim  com uma ligação emocional, com representar os valores e as cores de uma bandeira. Não tem nada a ver com "interesse público".

Aos olhos da lei já eu sei que o Pepe é a mesma coisa que o Liedson..e o Nelson será o mesmo que o Pichardo. Mas para mim não o são.

Então certamente serás contra, por exemplo, o Raphaël Guerreiro jogar pela selecção, dado que nem português sabe falar nem nunca cá jogou, nem nasceu. Mas certamente sente muito o país.

Isso não faz qualquer sentido. Ou são portugueses ou não são. E serem portugueses ou não é um critério legal.

Depois, se não o são e pretendem ser têm que obter a nacionalidade. E para se obter a nacionalidade há um processo próprio. Neste caso não foi o estado português que o desencadeou, mas sim o atleta com o apoio da sua entidade patronal, o Benfica. O argumento do interesse público foi atendido e o atleta já é português. Já foi inclusivamente homologado um record nacional.

Agora só têm que lhe ser atribuídos os outros direitos como a qualquer um de nós, entre os quais está o de representar a selecção.

Tens razão, é assim que funciona. Mas eu estou a limitar-me a dar a minha opinião, com a subjectividade que me é permitida, porque não sou um código legal.

Não posso é deixar de concordar com o que disse o jornalista da rtp, seja mais ou menos polémico.

Não me revejo numa naturalização, em que há a seguinte conversa irreal.

Pichardo:"Boa tarde, queria naturalizar-me"
Serviços: "Ah sim, e que justificação tem para tal. Tem família portuguesa, vive cá há muitos anos?"
Pichardo: "Sou um grande atleta que chegou ao Benfica há uns meses. Como não posso competir por Cuba, quero competir por Portugal"
Serviços: "Ah muito bem, se é um excelente atleta, óptimo, vai ser português".

Percebes onde quero chegar? Não me revejo neste desporto internacional. Se isto fosse assim em todas as modalidades, podiam bem acabar com as competições internacionais, não é um país que está ser representado por um atleta, é um país a representar um atleta.

TeamRocket37



Falam do Évora, mas este Tiago Pereira tem ultrapassado todos os limites.

Cosmic

Mais uma vez o Tiago pereira a espalhar magia xenófoba nas redes sociais. Isto anda bonito.

rsd

Citação de: Alves86 em 13 de Agosto de 2018, 14:41
Citação de: rsd em 13 de Agosto de 2018, 14:13
O Nelson Evora ser contra as naturalizações é como um negro ser racista.

Racismo não é só de brancos para negros.

Certo, mas como não me apetece citar as todas as etnias existentes usei aquela que é, provavelmente, a que sofre/sofreu mais de racismo.

Dr.Lecter

Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 15:45
Citação de: Dr.Lecter em 13 de Agosto de 2018, 15:32
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 15:23
Citação de: Dr.Lecter em 13 de Agosto de 2018, 14:38
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:52
Citação de: Goldenangel em 13 de Agosto de 2018, 11:48
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:34
Citação de: rudra28 em 13 de Agosto de 2018, 11:28
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:26
Nesta história estou muito mais pela visão do Nelson Évora do que por qualquer outra. O atletismo no que toca a naturalizações é simplesmente patético.
O Nelson Évora também não é português.

É uma situação completamente distinta. O Nelson é português, não deixa de o ser por não ter nascido cá. Faz todo o sentido que compita por Portugal.

O Pichardo competir por Portugal está ao nível dos gajos que correm pela Turquia e Qatar, uma ridicularização do que significa competir por um país. Isso acontece nos clubes, nos países é uma aberração.

Sem querer entrar muito em discussões, até porque não acho que neste momento interessem muito.

O Nelson é Portugues porque? Ele não nasceu cá e os pais também não são Portugueses.

Qual é a lógica?

"Com 17 anos e ainda com nacionalidade Cabo-Verdiana saltou 16,15m no dia 10 de Junho de 2001 em Braga o que constitui ainda hoje o recorde continental de África de Triplo Salto do escalão de Juvenis. "
O Nelson veio viver para Portugal com 7 anos, e já passava sempre as férias cá antes disso. Começou a competir cá com 10 anos.

Para além da relação de Portugal com Cabo Verde, terra de um dos progenitores.

É português.

Errado.

Só há dois critérios para se ser português. Ou o "ius soli", ter nascido em território português, ou "ius sanguinis", que é o princípio base na lei da nacionalidade em Portugal e que tem a ver com a filiação. O Nélson não preenche qualquer desses critérios, visto ser filho de um cabo verdiano e uma marfinense.

Vir passar férias a Portugal é tão critério para o Nélson ser português como para qualquer inglês que venha todos os anos embebedar-se para o Algarve.

A ligação do Nélson a Portugal (e, arrisco dizer, a Cabo Verde) é tão forte que ele professa uma religião persa, o que diz alguma coisa da identidade cultural (ou, neste caso, da falta dela) com o nosso país.

O Nélson é tão português quanto o Pichardo, o Obikwelu, o Pepe, o Deco ou o Liedson.

Independentemente disso, o que está aqui em causa é uma questão de direitos dos cidadãos. A partir do momento em que o Estado Português concede a cidadania e a nacionalidade portuguesa ao Pichardo, ele passa a gozar de todos os direitos civis e políticos de qualquer outro cidadão português - com excepção do direito à Presidência da República.

Assim sendo, no cumprimento do respeito pelo estado de direito, cabe ao Estado Português, nomeadamente através dos organismos públicos - de que a F.P. Atletismo é exemplo - garantir que aos seus cidadãos é assegurado o gozo da plenitude dos seus direitos. Entre esses direitos está o de representar o país internacionalmente, pelo que se lamenta que só tardiamente a FPA tenha começado a envidar esforços nesse sentido.

Podemos discutir se o processo que leva à naturalização do Pichardo é ou não eticamente reprovável. Mas parece-me que isso fica completamente ultrapassado quando falamos de um atleta que aos 24 ou 25 anos já é dos melhores da história da modalidade, que já bateu o RN e que toda a gente percebe que tem dentro dele um possível salto para um mítico record mundial. Se isto não é interesse público, então não sei o que é.

Por outro lado, também cabe à FPA assegurar condições de treino e o pagamento dos valores que são devidos ao atleta por ser atleta de topo e, consequentemente, ter que ser integrado no projecto olímpico para Tóquio.

Festejei e festejo todas e cada uma das medalhas do Nélson, como festejei as do Obikwelu, mas um atleta, repito, filho de cabo verdiano e marfinense, não nascido em Portugal, que treina em Espanha e é treinado por um cubano tem absolutamente zero moral para falar de atletas importados.

Vieste falar-me de lei, quando eu estou a falar do que é para mim ser português e competir pelo país enquanto tal. Não faças de mim totó, como é óbvio  a questão das férias foi apenas para referir o lado emocional que existe com o país, o laço que o liga ao país desde que nasceu.

Eu não disse que o Pichardo podia ou não competir,não faço sequer ideia como está o processo. Sei por alto, mas nada muito profundo.

Legal também é a malta que anda a competir pelo Qatar, legal também foi o Liedson jogar por Portugal. O que eu critiquei foi a forma como por interesses meramente desportivos dos países e muitas vezes financeiros dos atletas, se agiliza processos de naturalização.

Para mim competir por um país nada tem a ver com isso, mas sim  com uma ligação emocional, com representar os valores e as cores de uma bandeira. Não tem nada a ver com "interesse público".

Aos olhos da lei já eu sei que o Pepe é a mesma coisa que o Liedson..e o Nelson será o mesmo que o Pichardo. Mas para mim não o são.

Então certamente serás contra, por exemplo, o Raphaël Guerreiro jogar pela selecção, dado que nem português sabe falar nem nunca cá jogou, nem nasceu. Mas certamente sente muito o país.

Isso não faz qualquer sentido. Ou são portugueses ou não são. E serem portugueses ou não é um critério legal.

Depois, se não o são e pretendem ser têm que obter a nacionalidade. E para se obter a nacionalidade há um processo próprio. Neste caso não foi o estado português que o desencadeou, mas sim o atleta com o apoio da sua entidade patronal, o Benfica. O argumento do interesse público foi atendido e o atleta já é português. Já foi inclusivamente homologado um record nacional.

Agora só têm que lhe ser atribuídos os outros direitos como a qualquer um de nós, entre os quais está o de representar a selecção.

Tens razão, é assim que funciona. Mas eu estou a limitar-me a dar a minha opinião, com a subjectividade que me é permitida, porque não sou um código legal.

Não posso é deixar de concordar com o que disse o jornalista da rtp, seja mais ou menos polémico.

Não me revejo numa naturalização, em que há a seguinte conversa irreal.

Pichardo:"Boa tarde, queria naturalizar-me"
Serviços: "Ah sim, e que justificação tem para tal. Tem família portuguesa, vive cá há muitos anos?"
Pichardo: "Sou um grande atleta que chegou ao Benfica há uns meses. Como não posso competir por Cuba, quero competir por Portugal"
Serviços: "Ah muito bem, se é um excelente atleta, óptimo, vai ser português".

Percebes onde quero chegar? Não me revejo neste desporto internacional. Se isto fosse assim em todas as modalidades, podiam bem acabar com as competições internacionais, não é um país que está ser representado por um atleta, é um país a representar um atleta.

O comentário do jornalista da RTP é apenas e só xenófobo. Ele pode dizer que devia haver outros critérios para a naturalização, etc, etc, não pode é dizer que a Federação de Atletismo "tem de fazer alguma coisa para evitar" naturalizações.

Porque isso é absolutamente ridículo. A FPA é um organismo do Estado, Estado esse que concedeu a nacionalidade ao atleta. Se me disseres se concordo com a naturalização do Liedson eu digo que não, porque claramente foi patrocinada pela FPF para que o jogador pudesse ser convocado para uma grande competição. Aqui o caso é totalmente diferente. A FPA não pediu coisa nenhuma, não comprou ninguém, o atleta não é beneficiado relativamente a outros nacionais para representar a selecção. Não há qualquer compra de atletas para representar Portugal. O atleta chegou para representar o Benfica e entendia que, à luz da lei portuguesa, tinha condições para que lhe fosse concedida a naturalização com carácter de urgência, tendo até em conta a sua condição de quase apátrida, refugiado, exilado, o que lhe queiras chamar.

Esse pedido foi atendido. A partir daí essa pessoa tem o direito de, se assim pretender, e se cumprir as metas mínimas estabelecidas para os atletas portugueses, representar a selecção nacional internacionalmente.

Quanto ao resto, a IAAF está a trabalhar nisso, é reponsabilidade da entidade que gere o atletismo mundial avaliar caso a caso se os atletas naturalizados têm ou não condições para competir pelo "novo" país.

No caso do Pichardo tenho poucas dúvidas que vai ser autorizado a competir por Portugal.

joaoaria

Acho que se trata de um caso em que o Benfica deveria fazer queixa ao provedor para obrigar as entidades competentes a tomarem uma posição sobre o assunto.

Cenotaph

O Benfica deve é tê-los no sítio e colocar este pessoal em tribunal.

tmf

Citação de: Dr.Lecter em 13 de Agosto de 2018, 14:38
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:52
Citação de: Goldenangel em 13 de Agosto de 2018, 11:48
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:34
Citação de: rudra28 em 13 de Agosto de 2018, 11:28
Citação de: Dudek em 13 de Agosto de 2018, 11:26
Nesta história estou muito mais pela visão do Nelson Évora do que por qualquer outra. O atletismo no que toca a naturalizações é simplesmente patético.
O Nelson Évora também não é português.

É uma situação completamente distinta. O Nelson é português, não deixa de o ser por não ter nascido cá. Faz todo o sentido que compita por Portugal.

O Pichardo competir por Portugal está ao nível dos gajos que correm pela Turquia e Qatar, uma ridicularização do que significa competir por um país. Isso acontece nos clubes, nos países é uma aberração.

Sem querer entrar muito em discussões, até porque não acho que neste momento interessem muito.

O Nelson é Portugues porque? Ele não nasceu cá e os pais também não são Portugueses.

Qual é a lógica?

"Com 17 anos e ainda com nacionalidade Cabo-Verdiana saltou 16,15m no dia 10 de Junho de 2001 em Braga o que constitui ainda hoje o recorde continental de África de Triplo Salto do escalão de Juvenis. "
O Nelson veio viver para Portugal com 7 anos, e já passava sempre as férias cá antes disso. Começou a competir cá com 10 anos.

Para além da relação de Portugal com Cabo Verde, terra de um dos progenitores.

É português.

Errado.

Só há dois critérios para se ser português. Ou o "ius soli", ter nascido em território português, ou "ius sanguinis", que é o princípio base na lei da nacionalidade em Portugal e que tem a ver com a filiação. O Nélson não preenche qualquer desses critérios, visto ser filho de um cabo verdiano e uma marfinense.



Só um pequeno reparo, existem de facto, de forma geral, dois critérios para ser atribuida nacionalidade (sangue e solo), mas no caso português apenas é concedida nacionalidade baseada em sangue, ou seja para uma pessoa ser considerada portuguesa tem que ser filha (em alguns casos neta) de um português, sendo que uma criança, filha de 2 estrangeiros nascida em Portugal não irá obter automaticamente nacionalidade portuguesa, ao contrário do que acontece por exemplo, nos Estados Unidos e no Brasil. Há assim apenas um critério para se nascer Português, ser descendente direto de pelo menos um Português.

TeamRocket37

#1105
https://www.dn.pt/desportos/interior/presidente-da-fp-de-atletismo-nao-compramos-nenhum-atleta-nem-o-fomos-buscar-9713706.html

Presidente da FP de Atletismo: "Não comprámos nenhum atleta, nem o fomos buscar"
O ouro conquistado por Nelson Évora nos Europeus de Berlim foi também marcado pelas suas declarações sobre os "naturalizados", e a ironia do visado, o luso-cubano Pablo Pichardo, nas redes sociais a propósito desta conquista

Nélson Évora conquistou a medalha de ouro nos Europeus de Ar Livre em Berlim, a única que lhe faltava em grandes competições com um salto de 17,10, depois de já o ter feito em Jogos Olímpicos, Mundiais de Ar Livre e Pista Coberta, e Europeus de Pista Coberta. O momento da celebração fez-se de palavras de satisfação, mas também de recados por parte do atleta, que viu recentemente o luso-cubano Pablo Pichardo bater o seu recorde nacional em maio passado no meeting de Doha com um salto de 17,95.

"É importante mudar a mentalidade, fazer os atletas acreditarem que, com trabalho, podem chegar longe. Não passa por comprar atletas, naturalizar atletas... Isso é ridículo!"

O desabafo do atleta não foi inocente, numa clara referência ao cubano, que desertou do seu país e em abril de 2017 assinou pelo Benfica. Também Pichardo não deixou passar em claro a conquista do seu agora compatriota e, num tom irónico, escreveu na rede social Instagram: "Sem a minha presença é fácil. Campeãoooo".

O próprio relato da prova em que participava Nélson Évora feito pela RTP, na voz do experiente Luís Lopes, acabou por acontecer com muitas críticas à naturalização de Pichardo, que ocorreu em apenas oito meses . Facto que valeu um comunicado por parte do Benfica a acusar a RTP de "falta de isenção" e "xenofobia".

Em declarações ao DN, o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, negou perentoriamente que tenha sido o organismo a ir buscar o atleta para o naturalizar: "A Federação não comprou nenhum atleta, não fomos nós que o fomos buscar. Há Federações que o fazem, compram atletas, esse não é o nosso caso."

Na verdade, o processo foi conduzido pelo Benfica e concluído oito meses após a sua chegada, apoiando-se na lei que permite a naturalização com base nos elevados serviços que o cidadão possa prestar ao país.

Pablo Pichardo chegou a estar pré-inscrito para participar nestes Europeus de Berlim como português, mas a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) não autorizou que tal acontecesse, como tem feito com outros casos.

Jorge Vieira considera que a partir do momento que o atleta "está naturalizado, pode representar o país" e acredita que isso acontecerá no futuro, assim que a IAAF descongelar a utilização de recentes naturalizados. Porém, para já, trata de lamentar a publicação irónica do cubano a propósito do título de Nélson Évora, e deixa-lhe um conselho.

"Quanto às picardias? Dispenso-as completamente. Fiquei desgostoso. Só pode acontecer por parte de um atleta que não conhece a nossa cultura. A opinião é livre mas há limites e ele vai ter de perceber isso."

O presidente da Federação faz ainda um aviso à navegação: "Temos uma seleção feita de harmonia e amizade, atletas que aqui esquecem os clubes que representam. Eu não gostaria que num futuro breve exista uma seleção desequilibrada".


Os "famosos" naturalizados
A questão dos naturalizados no atletismo não é algo novo no nosso país. Algumas das principais referências em Portugal são atletas que enfrentaram este processo de cidadania, porém de forma totalmente diferente e sem a mesma rapidez de Pablo Pichardo.

Naide Gomes
A antiga atleta do salto em comprimento e pentatlo, nasceu em São Tomé e Príncipe e veio viver para Portugal com 11 anos. A sua participação nos Jogos Olímpicos de Sidney 2000 ainda foi feita como são tomense, devido a um processo moroso de naturalização que só seria concluído no ano seguinte. Por Portugal, a atleta conquistou várias medalhas em Europeus e Mundiais, o que lhe valeu a condecoração de Oficial da Ordem do Infante D. Henriques

Francis Obikwelu
O nigeriano chegou a Portugal com apenas 15 anos em 1994 para participar nos Mundial de Juniores onde correu os 400m e as duas provas de estafeta (4x100m e 4x400m) ao serviço do seu país.

Após o final da competição, tomou a decisão, juntamente com mais dois colegas, de ficar em Portugal. Após alguns momentos difíceis, voltou ao atletismo através do Belenenses e, mais tarde, Sporting, clube com o qual criou uma ligação muito forte. Nos anos seguintes correu pela Nigéria tornando-se um velocista de classe mundial nas provas de 100 e 200 metros. Contudo, após os Jogos Olímpicos de Sidney 2000, uma lesão afastou-o das pistas e fê-lo sentir-se abandonado pelo seu país de origem.

Decide então naturalizar-se português, processo que fica concluído em 2001. Por Portugal, conquista quatro medalhas de ouro e uma de prata em Europeus e uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004.

Nelson Évora
Um dos atletas mais consagrados do atletismo português de sempre é filho de mãe costa-marfinense e pai cabo-verdiano. Nascido em Abidjan, veio para Portugal com o seu pai quando tinha apenas cinco anos. Por ironia do destino, a família Évora fixou-se em Odivelas, no prédio onde vivia João Ganço, antigo recordista nacional de salto em altura e primeiro português a passar os dois metros.

O vizinho passou a treinador um dia e foi fazendo crescer Nelson Évora em talento e tamanho. De competição em competição, o atleta do triplo salto decidiu aos 18 anos naturalizar-se português por considerar que este era o país que lhe tinha dado tudo. Haveria de retribuir mais tarde através do triplo salto com inúmeras medalhas, sendo a mais importante de todas o ouro conquistado nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008.

TeamRocket37


Slb23

Citação de: Carlsberg87 em 13 de Agosto de 2018, 17:40
Boas palavras do Jorge Vieira!
Uma pena o reparo ao menino bonito ter ficado na gaveta.

Ainda dizes tu que foram excelentes palavras, está certo.

Goldenangel

Citação de: Carlsberg87 em 13 de Agosto de 2018, 17:40
Boas palavras do Jorge Vieira!

Não concordo.

Acho que mandou muitos recados ao PPP e protegeu o Évora.

Por isso é que cada vez mais me estou a "cagar" para as selecções das mais diversas modalidades.

TeamRocket37

Citação de: Slb23 em 13 de Agosto de 2018, 18:05
Citação de: Carlsberg87 em 13 de Agosto de 2018, 17:40
Boas palavras do Jorge Vieira!
Uma pena o reparo ao menino bonito ter ficado na gaveta.

Ainda dizes tu que foram excelentes palavras, está certo.

O presidente da Federação faz ainda um aviso à navegação: "Temos uma seleção feita de harmonia e amizade, atletas que aqui esquecem os clubes que representam. Eu não gostaria que num futuro breve exista uma seleção desequilibrada".

Isto é evidente que foi um aviso a todos incluindo o Nelson Évora.