Pedro Pablo Pichardo


Rei


Bekambol

Citação de: Messi87 em 26 de Abril de 2017, 14:10

Nome: Pedro Pablo Pichardo
Modalidade: Triplo Salto
Recorde Pessoal: 18.08 | 17.32 p.c.
Data de Nascimento: 30/06/1993
Nacionalidade: Cubana


Parabéns Campeão.

Sequel

Citação de: Wiz em 05 de Agosto de 2021, 09:45
Merecia uma recepção da nossa parte em peso. Deveria ser recebido como herói. Sem excepção. Pelo Ouro, e especialmente, pela perseguição constante do qual é alvo é constante descriminação.

És o maior!

Quando é que está previsto o regresso?

Poborsky7

Citação de: Messi87 em 26 de Abril de 2017, 14:10

Nome: Pedro Pablo Pichardo
Modalidade: Triplo Salto
Recorde Pessoal: 18.08 | 17.32 p.c.
Data de Nascimento: 30/06/1993
Nacionalidade: Cubana

Alterar a nacionalidade :)

Vitor84


TÓQUIO 2020

"Em Cuba sou um traidor, mas eu já não sou cubano, sou um dos cinco campeões olímpicos portugueses"

Pedro Pablo Pichardo conquistou a medalha de ouro numa final que dominou por completo, e ajudou a fazer destes Jogos Olímpicos os melhores de sempre para Portugal.



Um certo dia de Abril em 2017, Pedro Pablo Pichardo entrou num carro em Estugarda para uma viagem de 30 horas rumo à Suécia. Naquele momento, Pichardo estava a renunciar ao país onde nascera e onde se tornara um atleta de elite. Já não podia lá voltar. O caminho que não tinha volta conduziu-o a Portugal, que passou a ser o seu país. Sabe o hino, gosta de bacalhau à Brás, tem uma filha que nasceu em Portugal e a sua família mais próxima junto dele em Pinhal Novo. E, nesta quinta-feira, Pedro Pablo Pichardo tornou-se no quinto campeão olímpico português, dominando por completo a final do triplo salto nos Jogos de Tóquio, 13 anos depois de Nelson Évora (que este ano falhou a qualificação) ter sido ouro nesta mesma disciplina em Pequim.

A Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nelson Évora, junta-se agora o nome de Pedro Pablo Peralta Pichardo, nascido em Santiago de Cuba a 30 de Junho de 1993, no grupo dos cinco portugueses que foram campeões olímpicos – continuam a ser todos no atletismo. E o seu ouro elevou a participação portuguesa em Tóquio para a posição de melhor de sempre. Nunca tinha havido mais do que três medalhas na mesma edição dos Jogos (Los Angeles 1984 e Atenas 2004), mas em Tóquio já são quatro: o ouro de Pichardo, a prata de Patrícia Mamona (triplo) e os bronzes de Fernando Pimenta (canoagem) e Jorge Fonseca (judo).


Em mais uma manhã quente e húmida em Tóquio, Pichardo foi dominador do primeiro ao último ensaio e ninguém entre os 12 finalistas se aproximou dele. Numa final que não tinha Christian Taylor, o grande dominador da disciplina nos últimos anos (bicampeão olímpico e tetracampeão mundial), Pichardo marcou 17,61m nos dois primeiros saltos e disparou para 17,98m no terceiro — que é recorde português, mas não recorde pessoal para ele, ainda com 18,08m que valem como recorde cubano. Depois, fez um nulo à quarta tentativa, com uma pequena ferida num dos pés, e abdicou do quinto salto. Ficou a ver os restantes sete saltadores a fazerem os seus últimos saltos e foi para o último ensaio já como novo campeão olímpico — foi nulo.


Zhu Yaming, da China, acabou por ficar com a medalha de prata, graças a um novo recorde pessoal de 17,57m. Um dos principais candidatos, Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso, que não tinha impressionado na qualificação, ficou com a medalha de bronze, graças a um terceiro ensaio a 17,47m — foi a primeira medalha para o seu país. Sem Taylor, o eterno segundo Will Claye (duas vezes prata nos Jogos) tinha em Tóquio uma oportunidade de chegar ao ouro olímpico mas nem ao pódio foi, fazendo o seu melhor ao terceiro salto (17,44m), que lhe valeu um quarto lugar.

"Estava à espera que fizessem uma melhor competição, pelo menos contra mim. Entre eles fizeram uma competição, mas esqueceram-se de mim, deixaram-me sozinho lá em cima. Pelo menos do Zango e do Claye, não sei, alguém que me fizesse concorrência. Pronto, não aconteceu, ainda melhor", foi a análise que Pichardo fez da concorrência, onde não estavam os outros dois portugueses que fizeram a viagem para Tóquio, mas que se ficaram pelas qualificações, Tiago Pereira e Nelson Évora.



O "traidor"
Pichardo não pode voltar a Cuba, que é uma das grandes escolas nos saltos horizontais. Nem o seu pai, que é o treinador. Mas Cuba, diz, já não é o seu país, e a medalha que ganhou tem outra bandeira. "Eu saí de Cuba, para eles sou um traidor. Eu sou o primeiro campeão olímpico do triplo nascido em Cuba, mas eu já não sou cubano. Agora faço parte do grupo dos cinco portugueses campeões olímpicos. Cuba está esquecido, eu não tenho documentos cubanos, não tenho nada, só a família", contou o triplista.

Foi, aliás, pelo pai, Jorge Peralta Pichardo, que Pedro Pablo quis deixar de ser cubano. Os responsáveis do atletismo do país não queriam Pichardo sénior a treinar o filho e, em conjunto, os dois tomaram a decisão de sair. "Este título significa mais para ele do que para mim porque em Cuba disseram que não sabia treinar, que não fazia parte da Federação de Treinadores, tentaram tirar o título de licenciado, mandaram-no embora de treinador, ainda foi para treinador de beisebol... Fizeram tanta coisa que o meu pai teve de sair para morar na Suécia três anos porque em Cuba não podia treinar. É um bom treinador e um bom pai, o título deixa-o muito feliz."


Ser um traidor em Cuba impediu-o, entre outras coisas, de estar perto da avó quando esta morreu. E foi nela que Pichardo pensou quando garantiu o título olímpico na sua primeira participação nos Jogos. "A minha avó já morreu há alguns anos... Eu não posso entrar em Cuba, era a mãe do meu pai. Eu saí de Cuba e continuei no desporto por ela, antes de sair de Cuba falei com a minha avó e ela deu-me autorização e sabia que eu não ia voltar mais e que poderia acontecer o que aconteceu, que ela morresse e eu não a visse mais."

Pichardo já era um saltador de elite quando competia pelo país onde nasceu, um dos poucos a ultrapassar os 18 metros (18,08m, recorde cubano) e vice-campeão mundial (atrás de Taylor e à frente de Évora), mas a mudança de nacionalidade não o abrandou. Ficou à porta do pódio nos Mundiais de Doha, foi campeão europeu de pista coberta em Tosun e elevou o recorde português nesta final em Tóquio com 17,98m. Por isso, não compreende quando duvidam do seu empenho com as cores portuguesas.

"É um bocado ingrato. Eu sentia-me feliz se um português chegasse a Cuba e se sentisse mais cubano do que eu. Eu moro em Portugal há quatro anos, a minha filha nasceu lá, e eu sempre vou dizer, vou continuar a morar aqui, não vou voltar para Cuba, estou a representar o país. E, mesmo assim, alguns portugueses não se sentem felizes porque um atleta como eu goste do seu país, viva lá e represente o país", considera o atleta.

É um bocado ingrato. Eu sentia-me feliz se um português chegasse a Cuba e se sentisse mais cubano do que eu
É, no entanto, verdade que o seu processo de naturalização foi acelerado por o pai ter estatuto de refugiado político e que houve um esforço em conjunto de várias entidades para que Pichardo fosse português. E o atleta tem todo o gosto em colocar os seus talentos à disposição de Portugal. "Ainda hoje não posso voltar a Cuba e o meu pai também não. Se moro em Portugal, onde poderia ficar? O que ia ser da minha vida? Antes de ser português tinha outras opções, ainda hoje tenho. De Cuba também! Se sou um campeão olímpico... O Azerbaijão dava-me muito mais do que o Benfica e do que Portugal. Não foi uma escolha feita assim... As pessoas acham que foi uma questão por causa do Nelson Évora mas não foi."

Nelson Évora, o grande campeão português do triplo (mundial em 2007 e olímpico em 2008), estava nas bancadas a assistir de perto à final, parecendo mais interessado na prova de Zango, que foi seu parceiro de treino nas últimas duas semanas, do que na de Pichardo, dando até algum incentivo ao saltador do Burkina Faso. Já antes, após a qualificação, Évora tinha dito, a propósito de todos os adversários o cumprimentarem na despedida olímpica, que Pichardo "há-de aprender muito na vida".

Pichardo não se mostrou indiferente à situação, mas só quer deitar tudo para trás. "Eu não falo nada do Nelson e era bom acabar com isso, para não levar os problemas para a parte pessoal. Há anos que fala de mim e eu não respondo nada. Inveja? Não sei. É como ele diz, já ganhou tudo, porque não me deixa agora fazer a minha carreira? O tempo dele passou, eu não falo nada, deixe-me fazer a carreira em paz. Apoio ao Zango? Todo o mundo está a ver, não sou eu... Para mim tanto faz, não faz diferença nenhuma."

Évora acabaria por divulgar uma mensagem de parabéns a Pichardo pelo título olímpico. E Pichardo diria que esperava mais de si próprio nesta final, em que queria um recorde (fosse olímpico ou mundial) que seria sempre acima dos 18 metros (uma meta que Évora nunca alcançou) e que não gosta de ganhar finais com marcas de 17,60m.

Mas o português que nasceu em Santiago de Cuba, vive em Pinhal Novo e treina em Setúbal e que tinha uma enorme vontade de comer bacalhau à Brás ainda em Tóquio, já nem pensa na medalha que ganhou, mas nos títulos que irá ganhar pelo seu país. "Não sou uma pessoa muito emotiva, sou campeão olímpico mas amanhã é um dia normal. Na minha cabeça já estou a pensar em Setembro ganhar a liga diamante. Eu não paro, gosto de continuar sempre a trabalhar, quero levar tudo para casa, sou muito ambicioso."

https://www.publico.pt/2021/08/05/desporto/noticia/cuba-traidor-ja-nao-cubano-cinco-campeoes-olimpicos-portugueses-1973114

Lurgee

Realço:

Nelson Évora, o grande campeão português do triplo (mundial em 2007 e olímpico em 2008), estava nas bancadas a assistir de perto à final, parecendo mais interessado na prova de Zango, que foi seu parceiro de treino nas últimas duas semanas, do que na de Pichardo, dando até algum incentivo ao saltador do Burkina Faso. Já antes, após a qualificação, Évora tinha dito, a propósito de todos os adversários o cumprimentarem na despedida olímpica, que Pichardo "há-de aprender muito na vida".

Rei



Camisola_20

Citação de: Lurgee em 05 de Agosto de 2021, 11:38
Realço:

Nelson Évora, o grande campeão português do triplo (mundial em 2007 e olímpico em 2008), estava nas bancadas a assistir de perto à final, parecendo mais interessado na prova de Zango, que foi seu parceiro de treino nas últimas duas semanas, do que na de Pichardo, dando até algum incentivo ao saltador do Burkina Faso. Já antes, após a qualificação, Évora tinha dito, a propósito de todos os adversários o cumprimentarem na despedida olímpica, que Pichardo "há-de aprender muito na vida".

Alguem aqui duvida que o Evora estava mortinho por ver o Pichardo falhar?

Sim, fez uma story no Insta, tambem esperavam outra coisa?

O homem sabe bem que ja passou o limite neste caso do Pichardo e não ia ignorar o feito. Mas sinceramente, alguem acredita que ele estava feliz? O quis apenas parecer bem?

JJ SLB

Muitos Parabéns!!
Que madrugada épica: ainda por cima, ganhar "3 medalhas" numa final olímpica. Ouro, prata e bronze de uma só vez. E, muito a bem, a dar a prata ao chinês e o bronze ao atleta do País do comentador da rtp2. Estive a ver a entrega das medalhas, que azia épica a do comentador, parecia estar num velório.


Em frente, Pedro, o nosso alentejano de gema. Que tudo continue a correr bem: ser obrigado a sair do próprio país, saber que enquanto aquele regime durar não pode voltar a var a família, recomeçar num país estranho e que quiseram abraçar, foram eles (o pai e o Pedro) que escolheram, não foram os tugas nem outros. E ainda por cima com a perseguição da pandilha do nelson évora e o ostracismo de muitos.


Hoje, já fala português melhor que muitos naturais, sabe e canta o hino. É reservado e tímido, até parece um crime. Enfim, de mim tem a admiração, tal como tenho pelos restantes atletas olímpicos, tirando a erva daninha do ressabiado.


Em frente, Pedro, o futuro e a glória são teus  O0

FaithNoMore

Monstro,Gigante,Histórico,Atleta de outra galáxia,

Tudo é pouco para adjectivar este homem,parabéns enorme Pichardo...


JJ SLB

É impressionante mas o évora consegue manter-se nas luzes da comunicação social... à custa do Pedro.

Detesto injustiças, espero que o Pedro tenha um futuro brilhante.

bellamy

Vamos grande campeão! Merece uma enorme receção no aeroporto. Já se sabe quando chega?