Competições Nacionais Femininas 2019/2020

paulomaia1972

Citação de: anarcos em 08 de Abril de 2020, 19:09
Citação de: paulomaia1972 em 08 de Abril de 2020, 18:59
Citação de: anarcos em 08 de Abril de 2020, 18:56
Citação de: paulomaia1972 em 08 de Abril de 2020, 18:20
Citação de: anarcos em 08 de Abril de 2020, 17:34
Vai-se decidir quem é o representante de Portugal, não quem é o campeão.

E, enquanto a prova for a UEFA Women's Champions League, a última palavra é da... Pois...

Dados objectivos de 2019/2020 que a FPF (e/ou a UEFA) poderá (ou não) ter em conta:

Liga BPI: Braga 0 - 2 Benfica (+) Benfica com 8 pontos de vantagem sobre o Braga

Supertaça: Benfica 1 - 0 Braga

Taça da Liga: Braga 1 - 3 Benfica

Para já, acho que a FPF vai esperar para ver o que sucede nas outras ligas femininas europeias (Espanha/França/Inglaterra/Alemanha à cabeça).

Mas este post é apenas a minha modesta opinião. Aguardemos.

Quem apura para a Champions não é o Campeonato, Liga BPI?

O líder não tem os mesmos pontos que o 2º classificado, a 7 jornadas do fim?

O (ex-)líder (pois a Liga BPI 2019/2020 "nunca existiu", a partir de hoje) era o 1º classificado a 7 jornadas do fim, com os mesmos pontos do 2º. E com vantagem no confronto directo. (E, já agora, no GA.) Portanto, 1º. Seja na 15ª, seja na última jornada. O que agora interessa bola. (A não ser que o 2º resolva reivindicar o título, como fazem para aqueles lados.)
Quem se vai "apurar" para a Champions é quem for "convidado" pela FPF (com a reserva que já coloquei no post anterior).
(Tivéssemos posição melhor no ranking, e seria não apenas o campeão português a participar.)
Porquê? Porque a UEFA deixa que (apenas) o nosso campeão (que para eles é o vencedor da Liga BPI, porque a FPF assim o decide) participe na UWCL.
Ora, como não temos campeão em Portugal, e a situação não está regulamentada (segundo julgo saber), vai depender da opinião dos burocratas e dos "pareceres dos juristas" da FPF.
Que podem não ter critério uniforme com outras federações, e hipotéticamente não ser aceite pela própria UEFA, que pode entender não ser muito prestigiante para a SUA competição Portugal indicar como representante, entre 2 equipas, a que tem sido o "bombo da festa" em detrimento da outra que (objectivamente, porque os resultados dos jogos não vão ser apagados das actas da FPF) a tem arrasado, só porque em 2019... coiso...
Até pode haver justiça salomónica, e não ir ninguém. Quem sabe?
Insisto: vai haver uma indicação, não um apuramento.

seguindo a tua lógica é o porto nos homens...

A minha "lógica" nada tem a ver com qualquer competição profissional masculina. (Até porque aí é a Liga e não a FPF.)
Mas, já agora, quantos representantes tem (teria) Portugal na Champions masculina em 2020/2021? Julgo que 2. Ou é só o campeão da Liga NOS?
Só para ver onde encaixa o fócul (e exclui o SLB masculino) na minha lógica.

são decisores diferentes (Liga Vs FPF) mas creio que os princípios deveriam ser os mesmos. Portugal só coloca uma equipa diretamente na Champions e outra na pré-eliminatória ou play-off.

anarcos

#811
Citação de: paulomaia1972 em 08 de Abril de 2020, 19:17
Citação de: anarcos em 08 de Abril de 2020, 19:09
Citação de: paulomaia1972 em 08 de Abril de 2020, 18:59
Citação de: anarcos em 08 de Abril de 2020, 18:56
Citação de: paulomaia1972 em 08 de Abril de 2020, 18:20
Citação de: anarcos em 08 de Abril de 2020, 17:34
Vai-se decidir quem é o representante de Portugal, não quem é o campeão.

E, enquanto a prova for a UEFA Women's Champions League, a última palavra é da... Pois...

Dados objectivos de 2019/2020 que a FPF (e/ou a UEFA) poderá (ou não) ter em conta:

Liga BPI: Braga 0 - 2 Benfica (+) Benfica com 8 pontos de vantagem sobre o Braga

Supertaça: Benfica 1 - 0 Braga

Taça da Liga: Braga 1 - 3 Benfica

Para já, acho que a FPF vai esperar para ver o que sucede nas outras ligas femininas europeias (Espanha/França/Inglaterra/Alemanha à cabeça).

Mas este post é apenas a minha modesta opinião. Aguardemos.

Quem apura para a Champions não é o Campeonato, Liga BPI?

O líder não tem os mesmos pontos que o 2º classificado, a 7 jornadas do fim?

O (ex-)líder (pois a Liga BPI 2019/2020 "nunca existiu", a partir de hoje) era o 1º classificado a 7 jornadas do fim, com os mesmos pontos do 2º. E com vantagem no confronto directo. (E, já agora, no GA.) Portanto, 1º. Seja na 15ª, seja na última jornada. O que agora interessa bola. (A não ser que o 2º resolva reivindicar o título, como fazem para aqueles lados.)
Quem se vai "apurar" para a Champions é quem for "convidado" pela FPF (com a reserva que já coloquei no post anterior).
(Tivéssemos posição melhor no ranking, e seria não apenas o campeão português a participar.)
Porquê? Porque a UEFA deixa que (apenas) o nosso campeão (que para eles é o vencedor da Liga BPI, porque a FPF assim o decide) participe na UWCL.
Ora, como não temos campeão em Portugal, e a situação não está regulamentada (segundo julgo saber), vai depender da opinião dos burocratas e dos "pareceres dos juristas" da FPF.
Que podem não ter critério uniforme com outras federações, e hipotéticamente não ser aceite pela própria UEFA, que pode entender não ser muito prestigiante para a SUA competição Portugal indicar como representante, entre 2 equipas, a que tem sido o "bombo da festa" em detrimento da outra que (objectivamente, porque os resultados dos jogos não vão ser apagados das actas da FPF) a tem arrasado, só porque em 2019... coiso...
Até pode haver justiça salomónica, e não ir ninguém. Quem sabe?
Insisto: vai haver uma indicação, não um apuramento.

seguindo a tua lógica é o porto nos homens...

A minha "lógica" nada tem a ver com qualquer competição profissional masculina. (Até porque aí é a Liga e não a FPF.)
Mas, já agora, quantos representantes tem (teria) Portugal na Champions masculina em 2020/2021? Julgo que 2. Ou é só o campeão da Liga NOS?
Só para ver onde encaixa o fócul (e exclui o SLB masculino) na minha lógica.

são decisores diferentes (Liga Vs FPF) mas creio que os princípios deveriam ser os mesmos. Portugal só coloca uma equipa diretamente na Champions e outra na pré-eliminatória ou play-off.

São 2, então. SLB e fócul, independentemente de quem é campeão e de quem vai às pré-eliminatórias.
A polémica é quem é campeão. (É muito importante entrar logo na fase de grupos, lógico, mas a questão fulcral é o título).

Aqui no feminino já nem se põe a questão do campeão. E a entrada é só para 1 (que até tem de ir à fase prévia para chegar à competição principal).
Portanto, a polémica é quem vai à UWCL.

Conclusão:

Masculino - Campeão é A ou B? (A e B serão apurados os 2 na mesma.)

Feminino - (Não há campeão.) "Indicado" A ou B? (Apenas 1.)

Gradinni

Se a FPF (ou outra federação qualquer) indicar um clue para a representar em dada competição nao estaou nada a ver a UEFA dizer que nao é o clube x mas sim o y que vai. Nisso entregam a responsabilidade sempre as federações.
Posto isto, acho que so a ida do Braga a Champions como ultimo campeão faz sentido, nao ha outra forma minimamente justa de atribuir a vaga

Mjölnir

Citação de: Gradinni em 08 de Abril de 2020, 20:11
Se a FPF (ou outra federação qualquer) indicar um clue para a representar em dada competição nao estaou nada a ver a UEFA dizer que nao é o clube x mas sim o y que vai. Nisso entregam a responsabilidade sempre as federações.
Posto isto, acho que so a ida do Braga a Champions como ultimo campeão faz sentido, nao ha outra forma minimamente justa de atribuir a vaga
Por essa linha de pensamento, não faz sentido subir Vizela, Arouca ou Praiense...

20Nico Gaitan20

Tou triste... É nem é pelo Benfica em si... É sim por elas... Pois mereciam muito.


É uma merda isto.

anarcos

Sporting "já esperava" decisão da FPF e adianta o que acontecerá aos sub-23 e equipa feminina

[...]

Mais problemática afigura-se a situação da equipa de futebol feminino pois há uma disputa na Champions a decidir. "Vamos manter a equipa em actividade porque existem questões pendentes como o acesso à Liga dos Campeões. Não sabemos o que vai acontecer e, como tal, não podemos interromper a prática física. Vamos esperar por uma decisão, temos expectativas de estar presentes nessa competição porque o campeonato não tinha terminado e tínhamos possibilidades de lá chegar", acrescentou.

https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/sporting/detalhe/sporting-ja-esperava-decisao-da-fpf-e-diz-o-que-acontecera-aos-sub-23-e-equipa-feminina

DB4700

Citação de: anarcos em 08 de Abril de 2020, 18:56
Citação de: paulomaia1972 em 08 de Abril de 2020, 18:20
Citação de: anarcos em 08 de Abril de 2020, 17:34
Vai-se decidir quem é o representante de Portugal, não quem é o campeão.

E, enquanto a prova for a UEFA Women's Champions League, a última palavra é da... Pois...

Dados objectivos de 2019/2020 que a FPF (e/ou a UEFA) poderá (ou não) ter em conta:

Liga BPI: Braga 0 - 2 Benfica (+) Benfica com 8 pontos de vantagem sobre o Braga

Supertaça: Benfica 1 - 0 Braga

Taça da Liga: Braga 1 - 3 Benfica

Para já, acho que a FPF vai esperar para ver o que sucede nas outras ligas femininas europeias (Espanha/França/Inglaterra/Alemanha à cabeça).

Mas este post é apenas a minha modesta opinião. Aguardemos.

Quem apura para a Champions não é o Campeonato, Liga BPI?

O líder não tem os mesmos pontos que o 2º classificado, a 7 jornadas do fim?

O (ex-)líder (pois a Liga BPI 2019/2020 "nunca existiu", a partir de hoje) era o 1º classificado a 7 jornadas do fim, com os mesmos pontos do 2º. E com vantagem no confronto directo. (E, já agora, no GA.) Portanto, 1º. Seja na 15ª, seja na última jornada. O que agora interessa bola. (A não ser que o 2º resolva reivindicar o título, como fazem para aqueles lados.)
Quem se vai "apurar" para a Champions é quem for "convidado" pela FPF (com a reserva que já coloquei no post anterior).
(Tivéssemos posição melhor no ranking, e seria não apenas o campeão português a participar.)
Porquê? Porque a UEFA deixa que (apenas) o nosso campeão (que para eles é o vencedor da Liga BPI, porque a FPF assim o decide) participe na UWCL.
Ora, como não temos campeão em Portugal, e a situação não está regulamentada (segundo julgo saber), vai depender da opinião dos burocratas e dos "pareceres dos juristas" da FPF.
Que podem não ter critério uniforme com outras federações, e hipotéticamente não ser aceite pela própria UEFA, que pode entender não ser muito prestigiante para a SUA competição Portugal indicar como representante, entre 2 equipas, a que tem sido o "bombo da festa" em detrimento da outra que (objectivamente, porque os resultados dos jogos não vão ser apagados das actas da FPF) a tem arrasado, só porque em 2019... coiso...
Até pode haver justiça salomónica, e não ir ninguém. Quem sabe?
Insisto: vai haver uma indicação, não um apuramento.

só para acrescentar: o que acontecer aqui é o que provavelmente poderá acontecer no futebol profissional se a Liga não for retomada...

anarcos

O que se pode ler nos três diários desportivos de hoje, 9 de Abril:

A Bola



Record



O Jogo




anarcos

CitaçãoRegulamento de acesso ao fundo de apoio

FPF cria fundo de apoio às associações e aos clubes de futebol e futsal das competições nacionais não-profissionais de seniores masculinos e femininos, no valor de 4,7 milhões de euros.

A Direção da FPF decidiu criar um fundo de apoio às associações e aos clubes de futebol e futsal das competições nacionais não-profissionais de seniores masculinos e femininos, no valor de 4,7 milhões de euros.

O objetivo da iniciativa é garantir que os clubes cumprem com os compromissos estabelecidos para esta época com jogadores e treinadores.

Confira aqui as condições e os requisitos de acesso ao fundo

https://www.fpf.pt/News/Todas-as-not%C3%ADcias/Not%C3%ADcia/news/26674

Do "REGULAMENTO FUNDO DE APOIO ÀS COMPETIÇÕES DA FPF FACE AO COVID-19":


JM21

Isto de primeiro se cancelar tudo e, depois, deixar no ar a possibilidade de haver mais jogos, não faz sentido nenhum.

20Nico Gaitan20

Citação de: JM21 em 11 de Abril de 2020, 12:09
Isto de primeiro se cancelar tudo e, depois, deixar no ar a possibilidade de haver mais jogos, não faz sentido nenhum.
patético... Ou seja... Não vai haver jogos para se definir campeão.... Mas para ir a Champions já vai haver jogos? Qual a lógica disto mesmo?

darkwolf

Citação de: 20Nico Gaitan20 em 12 de Abril de 2020, 13:23
Citação de: JM21 em 11 de Abril de 2020, 12:09
Isto de primeiro se cancelar tudo e, depois, deixar no ar a possibilidade de haver mais jogos, não faz sentido nenhum.
patético... Ou seja... Não vai haver jogos para se definir campeão.... Mas para ir a Champions já vai haver jogos? Qual a lógica disto mesmo?
lógica

estávamos em 1º

RicardoSR

bastava se realizar um jogo à porta fechada em campo neutro, o benfica-sporting, lá para julho se fosse preciso, e pronto ficava decidido o campeao e que ia à champions.

anarcos

CitaçãoFundo de Apoio com valores atualizados

O fundo criado pela FPF para apoiar as competições não profissionais foi reforçado com o valor cedido pela Seleção Nacional.

A verba do Fundo de Apoio às Competições criado pela FPF no valor de 4,7 milhões de euros foi reforçada com metade do prémio de qualificação para o Euro 2020 cedido pelos jogadores da Seleção, equipa técnica, dirigentes de topo da FPF e staff da equipa nacional.

https://www.fpf.pt/News/Todas-as-not%C3%ADcias/Not%C3%ADcia/news/26708


anarcos

Dolores: Da 'praceta' aos grandes palcos

Dolores é uma referência do SC Braga e do futebol feminino nacional. A camisola 14 do clube arsenalista já vestiu por mais de 100 vezes a camisola da Equipa das Quinas, contabilizou mais de 100 jogos na Alemanha e conquistou a Liga Espanhola ao serviço do Atlético de Madrid. Dolores levou bem alto o nome de Portugal e, como podem imaginar, a sua história cativa qualquer pessoa que goste do mundo desportivo.



A paixão pelo futebol: "Desde muito pequenina que só queria ter a bola nos pés. Como os meus pais tinham uma mercearia em Queluz, eu ficava até muito tarde a jogar futebol na 'praceta' com os meus amigos. Chegámos a partir as janelas das casas, valia tudo. Lembro-me de chegar a casa sempre toda pisada porque jogava no alcatrão".

O início da carreira com os rapazes: "Comecei a jogar no Real Massamá. Joguei com o Abel Camará, foi o único que se tornou jogador profissional. Tenho muitas saudades dessa altura, os rapazes tratavam-me com muito respeito. Cheguei a ser capitã da equipa deles e tratavam-me super bem. Eram os primeiros a proteger-me dentro do campo".



Pai acompanhou toda a carreira até emigrar: "O meu pai sempre me acompanhou desde pequenina, ia a todos os treinos e a todos os jogos. Quando tinha 15 anos, o meu pai emigrou para Inglaterra para trabalhar. Custou-me muito porque perdeu uma altura importante da minha carreira. Estava a cumprir um sonho ao entrar na equipa das campeãs nacionais (1.º de Dezembro). Não viu os títulos que conquistei e isso custou-me muito".

Agradecimento ao pai em forma de prémio: "Eu queria mesmo muito que o meu pai me fosse ver no Europeu. Ajudei-o com a despesa dos voos, em tudo mesmo para lá estar. Era um sonho para mim ele estar lá, era a minha primeira vez num Europeu. Depois, foi a cereja no topo do bolo porque ganhámos à Escócia e eu fui eleita a melhor jogadora em campo. Mal vi o meu pai, dei-lhe logo o prémio e disse-lhe: 'isto é teu por tudo o que fizeste por mim'. Foi um momento muito especial".



A primeira oportunidade nas competições europeias: "O 1.º de Dezembro começou a preparar a época cedo por causa da Taça UEFA e chamou algumas juniores às seniores.  A professora Helena Costa gostou de mim e deu-me oportunidade de entrar na equipa. Tinha 15 anos, lembro-me que fui à Taça UEFA porque fazia anos no dia em que viajava porque se não fizesse, não podia ir... não tinha idade para jogar. Foi uma surpresa e um privilégio enorme ter a oportunidade de ir com aquela equipa à Croácia".

Jogar na equipa das estrelas portuguesas: "Lembro-me de uma final da Taça de Portugal frente ao Boavista que ganhamos 5-0 e marquei dois golos. No segundo golo, lembro-me que veio toda a equipa abraçar-me. Eu só pensava: que maravilha poder partilhar estas emoções com estas jogadoras. Tinha a Carla Cristina que foi a melhor capitã que tive na vida. Ter jogadoras ao meu lado como a Carla Couto, como a Sónia Matias e como a Edite Fernandes que eram referências do futebol feminino nacional. Eu admirava-as tanto, mas tanto".



A oportunidade de ir para Alemanha: "Fui desviada dos Estados Unidos para a Alemanha. Estava a preparar há alguns meses a minha ida para os Estados Unidos, ia jogar para uma universidade com a Laura Luís e com a Mónica Mendes. Entretanto, tive a oportunidade de ir fazer testes ao FC Duisburg, uma equipa de topo na Alemanha, que tinha ganho a Liga dos Campeões. Tentei a minha sorte, as coisas correram bem e fiquei. Pedi desculpa aos responsáveis pela Universidade dos Estados Unidos (Brownsville), mas era impossível rejeitar a oportunidade de jogar naquela equipa".

Faltou a um treino por não perceber a língua: "Na pré-época, eu e uma colega minha italiana (Laura Neboli) não percebemos que o treinador disse que tínhamos treino bidiário no dia seguinte. Foi muito engraçado porque chegámos ao treino à tarde com a maior das naturalidades e ficámos surpreendidas quando nos disseram que já tinham treinado de manhã. Perdoaram-nos a multa, mas ficámos um bocado envergonhadas (risos)".



A lesão no início da carreira na Alemanha: "Tudo estava a correr bem no clube, já tinha conquistado o lugar na equipa e de repente tive uma lesão mesmo muito grave. Não tive visitas de nenhum familiar nessa altura, foi muito duro, até pensei em desistir. Durante essa lesão aproveitei para estudar alemão e para dominar a língua. Felizmente regressei bem e fiz praticamente todos os jogos até à minha despedida da Alemanha".

Uma camisola especial:  "O meu jogo número 100 foi contra o FC Duisburg, curiosamente. A direção do USV Jena ofereceu-me uma camisola com o número 100, foi muito especial para mim. Consegui fazer 100 jogos numa das melhores ligas do mundo. No momento, pensei que toda a minha dedicação nos treinos e nos jogos valeu a pena. Pensei ainda em todas as pessoas que me ajudaram na Alemanha, que nunca me pediram nada em troca e que ficarão para sempre no meu coração. Na Alemanha fiquei conhecida como 'Dori', foi um nome querido que me deram quando lá cheguei".


Lieke Martens (à esquerda), melhor jogadora do mundo em 2017, jogou com Dolores no FC Duisburg

As primeiras impressões do SC Braga: "A maneira como o SC Braga me acolheu foi muito especial. Fiquei impressionada com a forma como apostavam no futebol feminino. Já disse em muitas entrevistas, mas volto a sublinhar, no SC Braga qualquer atleta se sente em casa".

Final da Taça de Portugal frente ao Sporting CP: "Foi o jogo que mais me custou perder na minha carreira. Sabia que ia ser o meu último jogo pelo SC Braga naquela época. Queria muito ganhar um título pelo SC Braga e entrar na história do clube. A Taça de Portugal é uma competição muito especial e aquela final vai ficar para sempre marcada na minha história. Fizemos um grande jogo e merecíamos muito mais. Ver os adeptos do SC Braga que foram incansáveis connosco ao longo do ano a chorar partiu-me o coração".



Lágrimas em Madrid com a conquista da Supertaça das Gverreiras: "Quando fui para o Atlético de Madrid, disse para mim mesmo que se algum dia voltasse a Portugal ia regressar para o SC Braga. Continuei a acompanhar o clube, lembro-me que na final da Supertaça que o SC Braga venceu, pedir a uns amigos para me irem informando do resultado do jogo. Eu não consegui ver porque fico mesmo muito nervosa. De repente, recebo uma mensagem dos meus amigos a dizer que o jogo ia para pénaltis. O meu coração quase não aguentava, mas liguei a televisão. Quando ganhamos comecei logo a chorar ao ver a alegria dos adeptos e de toda a equipa. O presidente António Salvador mandou-me uma mensagem no final do jogo e disse que aquela Taça também era minha. Fiquei muito emocionada e nunca mais me vou esquecer".

No meio de estrelas mundiais no Atlético de Madrid: "Já tinha jogado com atletas de topo no FC Duisburg, joguei com a Lieke Martens que já foi considerada a melhor jogadora do Mundo. Mas no Atlético de Madrid praticamente todas as jogadoras já tinham estatuto a nível internacional. Lembro-me que só eu e uma colega minha australiana é que não éramos patrocinadas. Sentia-me noutro mundo, numa realidade completamente diferente".



Participou no jogo com mais assistência entre clubes de futebol feminino: "Esse jogo bateu o recorde mundial a nível de clubes de futebol feminino. Lembro-me que estava a ir a pé para o Estádio e já via imensas pessoas, fiquei impressionada parecia um jogo da equipa principal masculina. Às 11 da manhã já estavam a vender cachecóis na rua, carros a passarem com bandeiras do Atlético de Madrid, simplesmente impressionante. Quando entrámos para o aquecimento vimos tanta gente, tínhamos uma claque a puxar por nós, fiquei boquiaberta. Depois, ter o privilégio de nos equipar no balneário da equipa principal do Atlético de Madrid, ver todas aquelas regalias, sentias-te uma atleta de topo. Tinha uma coluna incorporada no balneário, tudo personalizado, tinha uma fotografia minha no meu lugar com o meu nome, até me arrepiei. Quando fui para o jogo e ouvi todos a cantarem o hino do Atlético de Madrid fiquei muito emocionada. Entrei aos 60 minutos e ainda consegui desfrutar do jogo. Correu-me muito bem, o treinador deu-me os parabéns. Foi um momento muito especial na minha carreira, nunca mais me vou esquecer".

Gverreiras marcaram presença no Wanda Metropolitano: "Não estava à espera. Fiquei muito feliz de as ver na bancada, foi uma demonstração de amizade muito grande. Fizeram muitas horas de viagem para me verem jogar. Para além de minhas colegas são minhas amigas e vão ficar para sempre no meu coração".

                         



Jennifer Hermoso: "É a melhor jogadora do mundo atualmente. A nível técnico é uma jogadora incrível, é muito inteligente, não tem defeitos em campo. Foi um privilégio ter jogado com ela e como pessoa é maravilhosa. Vou-te contar uma história: a Jenni reparou que eu estava a fazer uma encomenda de umas chuteiras e disse-me: 'Tu és parva? Não voltas a encomendar chuteiras!'. Levantou-se foi ao cacifo dela e ofereceu-me umas chuteiras novas da Adidas que lhe tinham oferecido no mesmo dia. Fiquei sem palavras. Quando estava a ver as chuteiras que me ofereceu ela ainda me disse: 'a partir de hoje não compras mais chuteiras, sempre que precisares eu ofereço-te'. Nunca mais me vou esquecer daquele gesto e ainda hoje tenho vários pares de chuteiras da Jenni".

O sentimento de ser campeã espanhola: "Quando fui para o Atlético de Madrid, fui em busca de títulos. Ser campeã da Liga Espanhola foi o concretizar de um sonho. Sinto que ajudei para aquilo acontecer e é algo que irá ficar sempre gravado na minha memória.".





O regresso ao clube arsenalista:  "Era um desejo do clube e do presidente o meu regresso. Não podia ter regressado melhor, pois mal cheguei conseguimos o apuramento para a fase final da Liga dos Campeões. Este já é o meu clube do coração e regressar ao SC Braga foi a melhor coisa que me aconteceu, tenho a certeza".

O susto com uma abelha: "Estava num estágio com a Seleção Nacional de Sub-19 e quando entrei no autocarro fui picada por uma abelha. Foi assustador, depois levei com um balde de gelo nas costas e tive de levar uma injeção de voltaren. Fiquei bastante assustada, mas felizmente ficou tudo bem".



O significado de ouvir "A Portuguesa": "Quando ouvi o hino a tocar pela primeira vez vieram-me as lágrimas aos olhos. Hoje já ouvi mais de uma centena de vezes 'A Portuguesa' e é sempre especial. Representar o nosso país a nível internacional é o que qualquer atleta sonha e eu não sou diferente".

O penálti na Bélgica aos 96′: "O golo que mais me marcou foi contra a Bélgica de penálti. Estavam mais de 7 mi pessoas no Estádio, estávamos a perder 1-0 e aos 96 minutos foi assinalado um penálti a nosso favor. Se marcasse, Portugal ficava com mais esperança de ir ao Mundial. Quando ia bater o penálti, lembro-me que pensei: esta guarda-redes conhece-me melhor que ninguém porque jogou comigo no USV Jena, por isso tenho de a enganar. A baliza ficou pequenina, mas correu bem. Foi golo!"





Treinadoras que mais deixaram marca na sua carreira: "Helena Costa porque foi quem apostou muito em mim e a Inka Grings que foi minha treinador no FC Duisburg".

Laura Luís como um braço direito no seu percurso: "Tem sido uma chata, estou a brincar (risos). Ajudou-me muito na minha carreira e na minha vida. É sempre bom teres na tua vida uma pessoa em quem podes sempre confiar e que está sempre pronta para te ajudar".

Metas para o resto da carreira: "Faltam-me títulos pelo SC Braga e quero voltar a estar numa fase final de um Campeonato da Europa por Portugal. São os meus principais objetivos".



https://scbraga.pt/dolores-da-praceta-aos-grandes-palcos/