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Joaquim Santana Silva Guimarães. Lobito, Angola. 22 de Março de 1936-1989. Avançado.
Épocas no Benfica: 12 (56/68). Jogos: 163. Golos: 79. Títulos: 2 (Taça dos Campeões), 7 (Campeonato Nacional) e 3 (Taça de Portugal).
Outros clubes: Sport da Catumbela, Salgueiros e Freamunde. Internacionalizações: 5.


"O Quim? É duas vezes pior que as cobras". Era o que diziam aos amigos mais chegados os pais de Joaquim Santana, um dos geniais jogadores que passaram pelo Benfica. Com fama de mau na infância, dócil se tornou na adolescência, adulto exemplar e não menos esclarecido seria pela vida fora.

Nasceu no Lobito, na então província ultramarina de Angola, em Março de 1936. Iniciou-se como federado no Sport Clube de Catumbela, com fama de individualista e alcunha de Molengão. Era daqueles que queriam a bola só para si, fazendo ouvidos não poucas vezes moucos a quem pedia um passe, um centro.

Já no Benfica, para onde foi transferido, no defeso de 54/55, outro remédio não teve senão corrigir alguns egoísmos, mas concomitantemente aprimorou as suas melhores faculdades. Fez duas temporadas nos escalões jovens, aspirantes e juniores, marcando à média de quase um golo por desafio.

Na equipa principal, Santana estreou-se a 21 de  Outubro de 1956, na vitória, por 1-0, sobre o Caldas. Mas quase entrou em sabatina, devido à qualidade e quantidade do elenco vermelho. Sem se trigar, prosseguiu a fase de aprendizagem, com algumas aparições esporádicas na equipa de honra. No termo de 58/59, finalmente, conquistou o estatuto de titular. As exibições na Taça de Portugal, com a eliminação do Belenenses e do Sporting, bem como a derradeira vitória, frente ao FC Porto, protagonizando uma exibição de arregalar os olhos, permitiram descobrir o verdadeiro Santana. O jogador inteligente, mais incisivo e não menos inventivo.


No inicio da década de 60, revelou-se fundamental na conquista da primeira Taça dos Campeões Europeus. No ano seguinte, já não jogou a final, porque havia... Eusébio, mas participou na campanha e teve direito à faixa. Na Taça Intercontinental, frente ao Santos, marcou os dois golos do Benfica, na derrota tangencial. Só que no jogo da segunda mão, Pele esteve diabólico e nem outro golo de Santana e um de Eusébio seriam suficientes.

A partir de 63/64, experimentou grandes dificuldades para continuar a impor-se. O quarteto José Augusto, Torres, Eusébio e Simões mostrava-se intocável. Só por essa razão um futebolista da sua qualidade poderia ser relegado para plano secundário. Era o tempo do dream team benfiquista. Mesmo assim, deixa um registo de 225 jogos e 93 golos. Com o triunfo em sete Campeonatos, três Taças de Portugal e duas dos Campeões. Pela Selecção, esteve presente em cinco desafios.

Foi uma das relíquias africanas do Benfica. Encantou a exigente association encarnada. Joaquim Santana ou o futebolista que não deveria ter sido contemporâneo de Eusébio.

Tópico: Memorial Benfica, Glórias
Autor: Ednilson
Link: http://serbenfiquista.com/forum/index.php?topic=22362.180

E o bigodinho inconfundivel...;D
Grande Santana...uma glória do Benfica!

gd jogador..belissimo...tecnico e elegante...

Só o conheço por alguns videos, jogar exemplar e com grande classe!!

Já ouvi dizer que este jogador era brilhante e que, simplesmente, não jogou, a partir de certa altura, tanto quanto devia, porque, apareceu, simplesmente, Eusébio...

Alguém sabe explicar o porquê de não ter tanta notoriedade como outros grandes jogadores, mesmo do seu tempo, que passaram pelo Benfica?

É que mesmo não o tendo visto jogar, tem "números" óptimos.

Ser contemporâneo de Eusébio numa altura em k não havia substituições, explica esse menor protagonismo.

com a chegada de Eusébio, fazia parte da equipa principal, mas passou de titular a suplente e como não havia substituições na altura, ele chegava ao domingo e jogava pelas reservas.

Mesmo assim, nunca teve nenhuma atitude de indisciplina, k se conheça, e sempre k chamado a ser titular na equipa principal, jogava mto bem, marcava golos e assistia.

Segundo o meu pai, foi um crime não haver substituições na altura, pois só não jogava por causa de Eusébio.

Segundo ele diz, era um jogador refinado tecnicamente e elegante. Inteligente e com bom sentido de baliza.

O Santana tinha ganda estilo, aquele bigode era brutal   :coolsmiley:

Citação de: acns em 10 de Fevereiro de 2011, 17:17
Alguém sabe explicar o porquê de não ter tanta notoriedade como outros grandes jogadores, mesmo do seu tempo, que passaram pelo Benfica?

É que mesmo não o tendo visto jogar, tem "números" óptimos.

Foi dos heróis da caminhada de 60-61 ao título europeu..julgo que, terá feito grandes exibições contra os hungaros do Upjest...

(http://a6.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/321543_10150884767460716_212504785715_21502123_2006934245_n.jpg)

CRAQUE

Faria hoje 76 anos.
Esteja onde estiver, parabéns!

É imortal e portanto faz hoje 76 anos.

Parabéns, Santana!

(http://i44.tinypic.com/33vf68h.jpg)
(http://i42.tinypic.com/r9ftp5.jpg)
(http://i43.tinypic.com/5lvu5x.jpg)
:bow2: :bow2: :bow2: :bow2: :bow2: :bow2: :bow2:

Estreia: 21 de Outubro de 1956, na Luz
(S.L.Benfica 1 - Caldas S.C. 0) - Com Otto Glória

Último jogo: 24 de Março de 1968, na Luz
(S.L.Benfica 2 - Sanjoanense 1) - Com Otto Glória

Primeiro golo: 22 de Junho de 1957, na Luz
(S.L.Benfica 7 - Oriental 0) - Marcou o 1-0 aos 5'

Último golo: 30 de Outubro de 1966, em Ovar
(S.L.Benfica 6 - Ovarense 0) - Marcou o 1-0 aos 41'

Curiosidades:

- Em 14 anos de S.L.Benfica disputou um total de 226 Jogos e marcou 96 Golos.
- Estreou-se a marcar nas competições europeias no dia 6 de Novembro de 1960, dia da inauguração do mítico 3º Anel do Estádio da Luz. Aos 16' fez o 4-0 !!! numa vitória por 6-2 frente ao Ujpesti.
- Despediu-se das competições europeias, onde deixou bem vincada a sua marca, na temporada 1965/66. No dia 30 de Setembro de 1965, na ausência de Mário Coluna, foi o capitão de equipa e o seu golo aos 85' selou o resultado final: 8-0 ao Dudelange!

Fonte: Vedeta ou Marreta (http://vedetaoumarreta.blogspot.pt/2007/12/n93-joaquim-santana-silva-guimares.html)

Obrigado por tudo.

"Sacrificado" pela entrada de Eusébio no onze campeão europeu do Benfica... Alguém tinha de sair e calhou a Santana.
Caso para dizer "Viva Santana"...

Joaquim Santana Silva Guimarães. Lobito, Angola. 22 de Março de 1936-1989. Avançado.
Épocas no Benfica: 12 (56/68). Jogos: 163. Golos: 79. Títulos: 2 (Taça dos Campeões), 7 (Campeonato Nacional) e 3 (Taça de Portugal).
Outros clubes: Sport da Catumbela, Salgueiros e Freamunde. Internacionalizações: 5.


"O Quim? É duas vezes pior que as cobras". Era o que diziam aos amigos mais chegados os pais de Joaquim Santana, um dos geniais jogadores que passaram pelo Benfica. Com fama de mau na infância, dócil se tornou na adolescência, adulto exemplar e não menos esclarecido seria pela vida fora.

Nasceu no Lobito, na então província ultramarina de Angola, em Março de 1936. Iniciou-se como federado no Sport Clube de Catumbela, com fama de individualista e alcunha de Molengão. Era daqueles que queriam a bola só para si, fazendo ouvidos não poucas vezes moucos a quem pedia um passe, um centro.

Já no Benfica, para onde foi transferido, no defeso de 54/55, outro remédio não teve senão corrigir alguns egoísmos, mas concomitantemente aprimorou as suas melhores faculdades. Fez duas temporadas nos escalões jovens, aspirantes e juniores, marcando à média de quase um golo por desafio.

Na equipa principal, Santana estreou-se a 21 de  Outubro de 1956, na vitória, por 1-0, sobre o Caldas. Mas quase entrou em sabatina, devido à qualidade e quantidade do elenco vermelho. Sem se trigar, prosseguiu a fase de aprendizagem, com algumas aparições esporádicas na equipa de honra. No termo de 58/59, finalmente, conquistou o estatuto de titular. As exibições na Taça de Portugal, com a eliminação do Belenenses e do Sporting, bem como a derradeira vitória, frente ao FC Porto, protagonizando uma exibição de arregalar os olhos, permitiram descobrir o verdadeiro Santana. O jogador inteligente, mais incisivo e não menos inventivo.


No inicio da década de 60, revelou-se fundamental na conquista da primeira Taça dos Campeões Europeus. No ano seguinte, já não jogou a final, porque havia... Eusébio, mas participou na campanha e teve direito à faixa. Na Taça Intercontinental, frente ao Santos, marcou os dois golos do Benfica, na derrota tangencial. Só que no jogo da segunda mão, Pele esteve diabólico e nem outro golo de Santana e um de Eusébio seriam suficientes.

A partir de 63/64, experimentou grandes dificuldades para continuar a impor-se. O quarteto José Augusto, Torres, Eusébio e Simões mostrava-se intocável. Só por essa razão um futebolista da sua qualidade poderia ser relegado para plano secundário. Era o tempo do dream team benfiquista. Mesmo assim, deixa um registo de 225 jogos e 93 golos. Com o triunfo em sete Campeonatos, três Taças de Portugal e duas dos Campeões. Pela Selecção, esteve presente em cinco desafios.

Foi uma das relíquias africanas do Benfica. Encantou a exigente association encarnada. Joaquim Santana ou o futebolista que não deveria ter sido contemporâneo de Eusébio.

Tópico: Memorial Benfica, Glórias
Autor: Ednilson
Link: http://serbenfiquista.com/forum/index.php?topic=22362.180

Golo do 3-0.
Jogada do Simões.

Shoky, cheira-me que aquele lance que meteste no tópico das competições (pontapé de bicicleta) é dele (Santana)

Citação de: SonicYouth em 31 de Julho de 2013, 00:54
Shoky, cheira-me que aquele lance que meteste no tópico das competições (pontapé de bicicleta) é dele (Santana)

É bem capaz...vou colocar aqui já que é impossivel ter certezas.

A facilidade com que dominava qualquer bola era fabulosa.

Pôs o Benfica em vantagem logo a abrir, após jogada de José Augusto (quem mais?). Depois foi resistir ao sufoco e manter a vantagem no agregado.

Que fabulosa TCCE fez o José Augusto.

(http://www.portugalferroviario.net/ohnoffris/slb/recortes/890424-santana.png)
Fonte: "Diário de Lisboa" de 24 de Abril de 1989.

Citação de: Saïd Old Roof em 02 de Fevereiro de 2014, 15:05
(http://www.portugalferroviario.net/ohnoffris/slb/recortes/890424-santana.png)
Fonte: "Diário de Lisboa" de 24 de Abril de 1989.

Tens a certeza que é Abril e não março?

É mesmo Abril, Shoky. Está aqui:

http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06889.206.31433#!15 (http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06889.206.31433#!15)

Da Catumbela a Freamunde. Um texto evocativo da carreira de Santana.

http://serbenfiquista.com/forum/index.php?topic=53816.msg1082664361#msg1082664361 (http://serbenfiquista.com/forum/index.php?topic=53816.msg1082664361#msg1082664361)

(http://i68.tinypic.com/14pdhh.png)

O Molengão da Catumbela.Santana é um dos nossos grandes heróis das conquistas europeias nomeadamente na vitoria da primeira taça dos campeões onde marcou golos decisivos ao longo das eliminatórias que nos levaram ao jogo com o Barcelona.Foi talvez o jogador mais prejudicado com o aparecimento do Rei Eusébio pois a partir de 62 passou de titular para uma das opções na frente de ataque.Dizem que era um jogador fino e com excelente qualidade técnica para além de goleador.Chegamos a ter José Augusto Torres Eusébio Coluna Águas Santana e Simões como opções para a linha ofensiva.Apesar de não ser um indiscutivel construiu um palmarés fantástico.Descansa em paz imortal.

Citação de: Alexandre1976 em 25 de Abril de 2016, 16:08
O Molengão da Catumbela.Santana é um dos nossos grandes heróis das conquistas europeias nomeadamente na vitoria da primeira taça dos campeões onde marcou golos decisivos ao longo das eliminatórias que nos levaram ao jogo com o Barcelona.Foi talvez o jogador mais prejudicado com o aparecimento do Rei Eusébio pois a partir de 62 passou de titular para uma das opções na frente de ataque.Dizem que era um jogador fino e com excelente qualidade técnica para além de goleador.Chegamos a ter José Augusto Torres Eusébio Coluna Águas Santana e Simões como opções para a linha ofensiva.Apesar de não ser um indiscutivel construiu um palmarés fantástico.Descansa em paz imortal.

Tínhamos numa primeira linha José Augusto (59-70), Torres (59-71), Eusébio (60-75), Coluna (54-70), Águas (50-63), Santana (56-68) e Simões (61-75).

E como não chegava ainda fomos buscar uma segunda linha que seria primeira em qualquer outro lugar: Pedras (62-66) ao Guimarães, Iaúca (63-68) ao Belenenses e Serafim (63-66) ao FCP.

Depois uma terceira linha com jogadores que quase não jogavam na primeira categoria e que ao longo dos anos iam jogando pelas reservas e só quando saíram do Clube fizeram alguma (boa) carreira: Vieira Dias, Nartanga, Guerreiro, Arcanjo, Angeja, Cesarino, Mendes, Praia, Nélson, Moreira, entre outros. Pouco falharam aos nossos quadros embora só os seis primeiros tenham sido estrelas de primeira grandeza.

Eram muitos e bons. Do melhor que alguma vez tivemos.

Próximo disto tivemos a colheita dos anos 70: Eusébio e Simões que restavam e depois Néné, Jordão, Vitor Baptista e Artur Jorge.

Bonita evocação do nosso Museu

Santana, um génio do nosso futebol, afinal sorria!

(http://cdn.record.pt/images/2017-05/img_970x545$2017_05_28_21_18_59_1270783.jpg)

Talvez um dos jogadores mais subvalorizados do Benfica campeão europeu dos anos 60.