Nome: Cosme Damião
Data de nascimento: 02/11/1885, em Lisboa
Posição: Médio
Épocas no Benfica como jogador: 9 (07-16)
Primeiro jogo: 17/11/1907 (Carcavelos, 1-4 em Carcavelos)
Treinador: Manuel Gourlade (português)
Último Jogo: 23/01/1916 (Lisboa FC, 3-0 em Sete Rios)
Treinador: Cosme Damião (português)
Primeiro Golo: 08/12/1907 (Cruz Negra, 3-0 no Campo Grande)
Último Golo: 28/02/1915 (Império, 6-1 no Lumiar)
Títulos como Jogador: 4 CL
Outros Clubes: não tem
Internacionalizações: não tem
1907-08: 8J 2G
1908-09: 7J 2G
1909-10: 10J 3G
1910-11: 6J 0G
1911-12: 6J 0G
1912-13: 7J 0G
1913-14: 10J 0G
1914-15: 8J 1G
1915-16: 5J 0G
Total: 67J 8G
Como treinador:
Épocas: 18 (08-26)
Primeiro jogo: 04/10/1908 (Ajudense, 5-0 em Lisboa)
Último jogo: 18/03/1926 (Vit. Setúbal, 2-2 nas Amoreiras)
Títulos: 8 CL
Balanço: 157 jogos, 102 vitórias, 21 empates e 34 derrotas
Pequena biografia by Almanaque do Benfica, edição centenário:
Foi fundador, jogador, técnico, dirigente, capitão geral e jornalista: Cosme Damião fez quase de tudo pelo Benfica (só não foi presidente e porque não quis) e é justamente reconhecido como o homem mais importante da instituição no primeiro quarto de século. Como disse Ribeiro dos Reis: "Ele foi o Benfica nos primeiros 25 anos". Está explicado.
Ex-aluno do Casa Pia, foi um dos 24 fundadores do Sport Lisboa, em 1904, mais tarde Sport Lisboa e Benfica. Como jogador, foi médio centro de bons recursos técnicos. Quando completou 30 anos, na época 1915-16, optou pelo abandono. Escolheu o particular com o Fortuna de Vigo (derrota por 2-0) para se despedir de uma forma discreta. Sem medalhas, louvores ou aplausos. Simplesmente arrumou o equipamento e foi para o campo, já vazio, apreciar a paisagem.
Como dirigente, dedicou-se de corpo e alma ao projecto clubístico e ficou intimamente ligado à continuação da colectividade nos momentos mais críticos, como a deserção de oito jogadores para o Sporting, em 1907. Com grande capacidade de liderança e persuasão, resolveu sempre os maiores problemas com inteligência e discrição. Ajudou ainda à implementação de desportos 'esquisitos', como o hóquei em campo.Pequena biografia by Benfica os primeiros 100 anos, edição especial visão 2004:
Cosme Damião
A alma do Benfica
Mais do que um nome, um símbolo do Sport Lisboa e Benfica, o seu primeiro Capitão-Geral foi a alma do clube durante os primeiros vinte cinco anos de vida. Nesse período, «ele foi o Benfica», como disse uma vez Ribeiro dos Reis. Fez tudo, desde jogar (a médio-centro até Fevereiro de 1916) até treinar a equipa (de 1908 a 1926!). financiando não poucas vezes o clube, abrindo secções e formentando o eclectismo (foi guarda-redes de hóquei em campo, fixou as regras do hóquei em patins e arbitrou o primeiro desafio desta modalidade, em 1917), presidindo (foi o primeiro director de cena!) ao Grupo Dramático fundado em 1916 e contribuindo para encontrar as primeiras instalações na Baixa de Lisboa. Como treinador, levou a equipa de primeiras categorias à conquista de oito títulos de campeão de Lisboa. Foi um dos fundadores do Sport Lisboa, em 1904, fazendo parte do grupo de 24 homens que estiveram na reunião da Farmácia Franco. Mas a acta da reunião, manuscrita por Cosme, não incluía o seu nome.
Em 1907, quando da primeira crise, que levou oito jogadores benfiquistas a saírem para o Sporting, foi ele que assumiu a permanência do clube, relançando-o e construindo rapidamente um conjunto que, três anos depois, seria a primeira equipa portuguesa a vencer o Campeonato de Lisboa. Foi o grande obreiro da fusão com o Sport Clube de Benfica, e em 1911 apresentou o primeiro plano de expansão do clube, que levaria à prática nos anos seguintes. Foi, a partir do início dos anos vinte, o maio entusiasta da construção do Estádio das Amoreiras, inaugurado em 1925.
Em 1926, no entanto, protagonizaria uma dramática ruptura, ao recusar-se a aceitar o cargo de presidente do clube, para o qual acabara de ser eleito. Tinha organizado o Benfica à sua maneira e não aceitava a contestação ao seu longo consulado, que se começara a esboçar. Afastou-se da direcção e nunca mais fez parte dos corpos dirigentes do clube, até à sua morte, em 1947.
Foi fundador, estratega, praticante, treinador, encenador, organizador e dirigente. Nenhum outro benfiquista merece mais do que ele que, um dia, alguém se lembre de dar o seu nome a um estádio, a um pavilhão, a um campo de treinos. Um grande clube não pode ignorar quem o fez crescer.