Javier Saviola

Avançado, 44 anos,
Argentina
Equipa Principal: 4 épocas (2009-2012), 122 jogos (8251 minutos), 39 golos

Títulos: Campeonato Nacional (1), Taça da Liga (3)

XHITA



«É muito fácil jogar com Cardozo»

Surpreendido por qualidade do plantel, equipa técnica, médica e a adesão dos adeptos.
Diz que é muito difícil ser avançado em Portugal.
Só ficará realizado se for campeão.

— Falámos em Madrid no dia em que viajou para Lisboa pela primeira vez. Nessa altura notava-se que ainda não tinha um conhecimento profundo do Benfica. Qual é a sua opinião agora?

— Não sabia para onde vinha. Sabia que o Benfica era um grande clube, até porque o Pablo [Aimar] tinha-me dado todas as informações. Mas surpreendeu-me ir à Suíça e ver 15 mil pessoas a ver um jogo nosso. Ir a qualquer estádio e dois quarteirões antes já estar muita gente na rua a apoiar-nos. Também nunca pensei que as instalações do clube fossem de primeiro nível mundial, desde o estádio ao centro de estágios. Tive a possibilidade de jogar em grandes clubes [Barcelona e Real Madrid] e o Benfica não fica nada atrás. E depois também me surpreendeu a qualidade e competência das pessoas que cuidam do nosso físico e que trabalham diariamente com a equipa. Também gostei muito de ver a qualidade técnica de muitos jogadores.

— Não conhecia a maior parte...

— É verdade.

— Quem o surpreendeu mais?

— Muitos. Weldon, a vontade de vencer que Nuno Gomes ainda demonstra passado este tempo todo e Fábio Coentrão tem um potencial muito grande. Se ele se mentalizar de que pode vir a ser um grande jogador, vai sê-lo com certeza. O treinador também me surpreendeu.

— Imagino que de início nem conseguia compreender bem Jorge Jesus...

— No futebol não há idiomas. Quando se quer falar, consegue-se. Nos primeiros dias, é verdade, não percebia nada do que ele dizia, mas fui-me adaptando, ouvindo e agora percebo tudo. Às vezes falo em espanhol e algumas palavras em português, vamo-nos entendendo.

«Admito: que arrancada!»

— Quando pegou na bola, com o Belenenses, imaginou toda a jogada que veio a dar em golo?

— Quando um jogador quer inventar uma longa jogada nunca consegue. É o momento, ver como vão sair as coisas, com espontaneidade. Quando fiz o golo pensei que tinha sido normalíssimo, que tinha arrancado muito mais à frente, que tinha fintado apenas um jogador. Mas depois quando vi na TV pensei: 'Que arrancada!'

— Gosta de apostas?

— Não. Quando chego a um lugar não digo quantos golos ou marcar ou se vou ser campeão.

— Mas se entrasse num casino e lhe perguntassem se apostava o seu ordenado em como iria ser campeão pelo Benfica: apostava?

— Apostava. Seria uma forma de demonstrar a nossa confiança. Mas será difícil. Há quatro ou cinco equipas que nos vão dar muita luta. A Liga portuguesa é muito difícil, principalmente para as equipas, como a nossa, que querem criar muito jogo. Em Portugal usa-se muito o físico, as equipas são muito competitivas, correm muito, lutam, têm uma mentalidade muito forte. É uma Liga que exige a nós, jogadores, uma grande condição física para mostrarmos o nosso futebol.

— Está ao mesmo nível do que apresentou em Barcelona?

— Estou melhor do que estava há uns meses, mas garanto que ainda posso melhorar muito, ainda não cheguei ao meu tecto. Em termos físicos e futebolísticos.

«O nosso balneário é muito unido»

— É fácil jogar com Cardozo?

— Muito fácil. É um avançado que está sempre bem posicionado, tem uma relação directa com o golo. Tanto eu como o Aimar ou o Di María somos beneficiados, porque temos uma referência, a cada momento ele pode marcar.

— Como caracteriza o balneário do Benfica?

— Muito unido. Diferente do Barcelona ou do Real Madrid. Quando há muitos jogadores de grandíssimo nível é diferente... ou quando há muitos países e línguas distintas. No Benfica não é assim: temos argentinos, brasileiros, uruguaios, um paraguaio, portugueses... no fundo falamos quase todos os mesmo idioma e isso é importante. Quando num balneário há gente a puxar cada um para o seu lado, isso nota-se no campo.

— O que precisa para se sentir realizado?

— Ter esta continuidade no Benfica, atingir o pico de forma e ser campeão. O melhor prémio que podemos ter no final de uma época é vermos que o nosso trabalho foi culminado da melhor forma. Levantar um troféu desses é a coisa mais bonita que pode haver.

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Breves

Aos 16 anos já era homem
Não gosta de dizer que era melhor que os outros mas o seu registo histórico não mente: o irrequieto avançado cedo mostrou ser um craque e aos 16 anos já jogava pela equipa principal do River Plate, sagrando-se campeão nacional. Aos 20 anos vence o Mundial da categoria pela Argentina e é considerado o melhor jogador da competição. Segue-se a transferência para o Barcelona, onde joga época e meia, emprestado posteriormente ao Mónaco e ao Sevilha — pelos andaluzes vence a Taça UEFA. O Real Madrid adquire o seu passe, mas joga pouco, preferindo mudar-se para Portugal, assinando um contrato de três anos pelo Benfica. No seu currículo já conta com três campeonatos, uma Taça UEFA, duas supertaças, um Mundial sub-20 e uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos (Atenas, 2004).

Adora cinema
Saviola gosta de passar muito tempo em casa e a ver filmes, uma «paixão». As conversas com amigos também. E regadas com um bom chá mate, a erva que é cultivada na Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. «É algo para beber socialmente, não sozinho. Gosto dele quente e amargo, mas reconheço que para um europeu, por exemplo, é algo desagradável», conta. A erva-mate não se encontra facilmente no supermercado, mas já tratou disso: «Há sempre um argentino em cada sítio. Já encontrei uma senhora em Portugal que me traz a erva a casa. E a carne argentina mando-a trazer de uns senhores argentinos... de Salamanca. »

BI

Nome completo: Javier Pedro Saviola Fernandez
Data de nascimento: 11-12-1981 (27 anos)
Naturalidade: Buenos Aires (Argentina)
Percurso: River Plate, Barcelona, Mónaco, Sevilha, Real Madrid e Benfica

TFFS


ScorpiO

Pessoal, alguem sabe o nome do video que está no youtube, da entrevista que o David Luiz fez no avião para a Benfica TV, em que entrevista o Saviola todo mocado dos comprimidos para dormir? :)

Far(away)

#6768
Citação de: Scorpio_86 em 28 de Setembro de 2009, 15:41
Pessoal, alguem sabe o nome do video que está no youtube, da entrevista que o David Luiz fez no avião para a Benfica TV, em que entrevista o Saviola todo mocado dos comprimidos para dormir? :)

Isso está na secção Multimédia.

http://www.youtube.com/watch?v=WB93KJ8Acuw

Toribas

Saviola está feliz e isso nota-se sempre que fala do Glorioso. Gostei da parte em que ele diz que há uma senhora que lhe leva erva a casa  :D

Hugo4eversl b

É a nossa mascote :)

trainmaniac

Outra bela entrevista, com o Saviola a mostrar a sua ambição, humildade e profissionalismo. Sabe bem ver profissionais deste nível a falarem assim :)

Golden

Li a entrevista agora na diagonal e reti os elogios para com o Coentrão. Que sirva de motivação para o jogador em questão. Saviola já treinou e jogou com grandes jogadores, logo ele sabe do que fala.

Ettelbreck

Adorei a entrevista...

Grande Javier Pedro... :metal:

pcnunes

eu da entrevista, e embora tenha gostado de TODA a entrevista, destaco a seguinte passagem:


"— Qual foi a primeira palavra portuguesa que aprendeu?

— Balneário."



Isto é importantíssimo. :dance:

Shoky

Grande entrevista!

franciscoafonso

As opiniões de todos os jogadores estrangeiros, provam uma coisa: a liga portuguesa só é fraca na cabeça dos portugueses, com a eterna mania das inferioridades. É uma liga bastante competitiva, onde mesmo jogadores com ritmo de grandes campeonatos têm dificuldades em adaptar-se.

Não havendo grandes requintes técnicos na generalidade das equipas, há muitas equipas aguerridas, que, mais em força do que em jeito, poderiam proporcionar bons espectáculos. Basta deixar-se de lado o anti-jogo, a cultura do "pontinho" e do "campeonato tranquilo".

Mr. 1904

Citação de: franciscoafonso em 28 de Setembro de 2009, 17:52
As opiniões de todos os jogadores estrangeiros, provam uma coisa: a liga portuguesa só é fraca na cabeça dos portugueses, com a eterna mania das inferioridades. É uma liga bastante competitiva, onde mesmo jogadores com ritmo de grandes campeonatos têm dificuldades em adaptar-se.

Não havendo grandes requintes técnicos na generalidade das equipas, há muitas equipas aguerridas, que, mais em força do que em jeito, poderiam proporcionar bons espectáculos. Basta deixar-se de lado o anti-jogo, a cultura do "pontinho" e do "campeonato tranquilo".

Sempre houve a mania de desvalorizar o que é nosso!

Maxell

Adora cinema
Saviola gosta de passar muito tempo em casa e a ver filmes, uma «paixão». As conversas com amigos também. E regadas com um bom chá mate, a erva que é cultivada na Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. «É algo para beber socialmente, não sozinho. Gosto dele quente e amargo, mas reconheço que para um europeu, por exemplo, é algo desagradável», conta. A erva-mate não se encontra facilmente no supermercado, mas já tratou disso: «Há sempre um argentino em cada sítio. Já encontrei uma senhora em Portugal que me traz a erva a casa. E a carne argentina mando-a trazer de uns senhores argentinos... de Salamanca. »



Ah granda maluco, não digas isso assim  :clap1:
porque se os pseudocomentadores da tv lerem isso vão começar a pedir controlo do doping.... :metal:   :tonge:

molotov

"Novo Amor"

Este ano não só formamos uma grande equipa como também é composta por grandes homens