Presidentes do Sport Lisboa e Benfica

SLB É O REI DO MUNDO

Citação de: Dandy em 06 de Novembro de 2012, 23:31
Citação de: Dixi em 27 de Maio de 2012, 00:55
Títulos por Presidente (em relação a Taça dos Campeões Europeus, Taça Latina, Campeonato Nacional, Taça de Portugal, Taça de Liga e Supertaça Nacional):

1.º Duarte António Borges Coutinho - 9 títulos (6 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal);

2.º Luís Filipe Vieira - 8 títulos (2 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal, 4 Taças da Liga e 1 Supertaça Nacional);

3.º Maurício Vieira de Brito - 6 títulos (1 Taça dos Clubes Campeões Europeus, 3 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal);

3.º Fernando Martins -  6 títulos (2 Campeonatos Nacionais, 3 Taças de Portugal, 1 Supertaça Nacional);

5.º Augusto da Fonseca Júnior - 5 títulos (2 Campeonatos Nacionais, 3 Taças de Portugal);

5.º Adolfo Vieira de Brito - 5 títulos (4 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal);

5.º José Ferreira Queimado - 5 títulos (2 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 1 Supertaça Nacional);

5.º João Maria dos Santos Júnior - 5 títulos (3 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal, 1 Supertaça Nacional);

9.º Mário Lampreia de Gusmão Madeira - 4 títulos (1 Taça Latina, 1 Campeonato Nacional, 2 Taças de Portugal);

9.º Joaquim Ferreira Bogalho - 4 títulos (1 Campeonato Nacional, 3 Taças de Portugal);

11.º António Carlos Fezas Vital - 3 títulos (1 Taça dos Clubes Campeões Europeus, 1 Campeonato Nacional, 1 Taça de Portugal);

12.º Manuel da Conceição Afonso - 2 títulos (2 Campeonatos Nacionais);

12.º Manuel Damásio - 2 títulos (1 Campeonato Nacional, 1 Taça de Portugal);

14.º Félix Bermudes - 1 título (1 Campeonato Nacional);

14.º Vasco Rosa Ribeiro - 1 título (1 Campeonato Nacional);

14.º Jorge Artur Rego de Brito - 1 título (1 Taça de Portugal).





   Hoje percebi porque é que o Vieira ainda não deixou o poder: quer fazê-lo quando superar o número de títulos aparatosos do Borges Coutinho.






essa listagem tem muito que se lhe diga..


se retirarem a taça da liga e supertaça ao vieira, algo que o Sr. Borges Coutinho não teve, dá uma listagem mais verdadeira.


mas mesmo assim não seria totalmente justo porque seria uma mera contagem absoluta, ou seja, o vieira tem vantagem sobre praticamente todos porque esteve no SLB 10 anos e vai estar mais 4, logo, teve muito mais hipóteses para ter mais títulos.

vieira vai estar no mandato mais longo de sempre da nossa história.

façam uma contagem das competições perdidas de cada um e perceberão o que estou a dizer.


por outro lado, há que atender ao contexto em que cada presidente esteve e o SLB hoje bem como o desporto português, é muito diferente daquilo que era o SLB e o desporto tuga nos anos 70.


por tudo isto acho que a melhor maneira de avaliar seria fazer o quociente das competições ganhas com as competições disputadas, e multiplicar por 100 para dar a percentagem.

Dixi

Hoje 3 de Dezembro de 2012, o Presidente Luís Filipe Vieira iguala o recorde de Bento Mântua, com 3321 dias na Presidência do Sport Lisboa e Benfica.

Dandy

Citação de: Dixi em 03 de Dezembro de 2012, 11:59
Hoje 3 de Dezembro de 2012, o Presidente Luís Filipe Vieira iguala o recorde de Bento Mântua, com 3321 dias na Presidência do Sport Lisboa e Benfica.




   Isso faz do Sr. Bento Mântua um buitre garotão.




RedVC

Enormes presidentes:

1.º Duarte António Borges Coutinho - 9 títulos (6 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal);

3.º Maurício Vieira de Brito - 6 títulos (1 Taça dos Clubes Campeões Europeus, 3 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal);

5.º Adolfo Vieira de Brito - 5 títulos (4 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal);

5.º José Ferreira Queimado - 5 títulos (2 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 1 Supertaça Nacional);

9.º Joaquim Ferreira Bogalho - 4 títulos (1 Campeonato Nacional, 3 Taças de Portugal);

12.º Manuel da Conceição Afonso - 2 títulos (2 Campeonatos Nacionais);

14.º Félix Bermudes - 1 título (1 Campeonato Nacional);



Pelo que li e ouvi, Duarte Borges Coutinho e Ferreira Bogalho muito difícilmente serão destronados como os maiores presidentes da história do Sport Lisboa e Benfica e principalmente como as figuras que estarão para sempre no coração dos Benfiquistas. Pelo menos dos Benfiquistas que procuram ter um conhecimento da história do cluve a adicionar a isso um sentido crítico e reflexivo da obra feita. Existe, claro uma única figura que está acima deles mas que nunca foi presidente por vontade própria: Júlio Cosme Damião, o maior de todos nós pelo seu acto de co-fundador e pela obra feita durante mais de vinte anos.

Não tenho dúvidas que Luis Filipe Vieira ficará na história do nosso clube. Pelos anos e pela obra feita goste-se ou não. Com ele vieram transformações substânciais na vida do SLBenfica. Resta saber quais as consequências financeiras das opções dos últimos anos e aquilo que representarão de condicionante para os anos que virão. Mas de outra coisa não tenho dúvidas, nunca ficará no coração dos Benfiquistas. A sua personalidade e conduta jamais o permitirão.

Dixi

Citação de: cristao69 em 21 de Abril de 2014, 15:03


Nono título oficial de Luís Filipe Vieira.  O0
Este sim, é dos mais importantes.

Pancho Lopes 67

#35
Citação de: RedVC em 13 de Setembro de 2013, 01:15Não tenho dúvidas que Luis Filipe Vieira ficará na história do nosso clube. Pelos anos e pela obra feita goste-se ou não. Com ele vieram transformações substânciais na vida do SLBenfica. Resta saber quais as consequências financeiras das opções dos últimos anos e aquilo que representarão de condicionante para os anos que virão. Mas de outra coisa não tenho dúvidas, nunca ficará no coração dos Benfiquistas. A sua personalidade e conduta jamais o permitirão.

Até podes ter razão, mas a verdade é que o Vieira ressuscitou o Benfica, e eu apesar de não ser um mega fã dou-lhe mérito... Primeiro pelo trabalho nas modalidades, o Vieira ainda antes de ser presidente segundo sei foi um das razões da criação do Futsal, ao qual dominamos durante um bom tempo e fomos campeões da Europa. O Basket é dominado por nós actualmente depois de um período de 14 anos sem ser campeão em que foi quebrado na era Vieira, o Andebol esta magro em títulos mas a quebra do jejum foi em 2008 também na era Vieira, o Hóquei demorou-se a investir mas agora que se investiu fomos campeões da Europa, algo que nunca tinhamos sido com jogadores bem superiores ao que temos agora. E porque fomos??? Porque investiu-se e deu-se algo que as grandes equipas do passado nunca tiveram, um GRANDE BANCO... O Voleibol já teve mais campeonatos ganhos na era Vieira, do que antes dele vir em toda história do Benfica... No futebol ganhou a taça de Portugal em 2003-04 na época de estreia como Presidente frente a um SUPER PORTO que foi campeão da Europa dias depois, e quebrou o jejum de 11 anos sem campeonato na sua 2ªepóca. Depois disso tivemos uma fase menos boa, mas Vieira nunca parou de investir e tentar encontrar a solução certa, encontrou-a em Jesus, e teve o mérito de aguentar o barco quando tudo queria o JJ na rua, porque as pessoas são de memória curta e esquecem-se que JJ deu algo ao futebol do Benfica que não tinha desde 1994, ESTABILIDADE...

Quer se goste ou não de Luís Filipe Vieira, ele ressuscitou o Benfica, o Pinto da Costa não faz farinha com ele como fez com outros bananas que tivemos no poder...As modalidades somam títulos e já fomos campeões da Europa em duas delas desde que ele é Presidente... Em relação a ter sido sócio do Porto, Benfica e Sporting ao mesmo tempo e dizerem que estava a espera de tentar ser Presidente de um deles, tou-me nas tintas!!! Sabem que mais? Ele até podia ser portista, desde que sirva o Benfica com intenções de sucesso não me queixo...o Ricardinho é tripeiro assumido e não vi ninguém a critica-lo por isso quando marcava os seus golos mágicos e dava-nos títulos, tal como o Livramento que foi o melhor do mundo quando teve no Benfica e ninguém se queixa do seu sportinguismo até hoje...

faneca_slb4ever


Pancho Lopes 67

Citação de: faneca_slb4ever em 26 de Fevereiro de 2015, 11:18
Um jogador não é um Presidente.

Ok, mas repito, Campeão europeu em duas modalidades diferentes, não há muitos presidentes que se possam gabar disso....

Dandy







   Obrigado, Comandante Vieira.

   Patria o muerte!





Glorioso2017

Anda a circular na net um vídeo do nosso ex presidente manuel vilarinho, num restaurante ja bêbado a cantar uma música dos sapos, instigado por os que la tavam...

Que vergonha, meu deus... :estrelas:

Como é possivel este tipo de figuras

Serdeira23

Citação de: Glorioso2017 em 22 de Agosto de 2019, 00:44
Anda a circular na net um vídeo do nosso ex presidente manuel vilarinho, num restaurante ja bêbado a cantar uma música dos sapos, instigado por os que la tavam...

Que vergonha, meu deus... :estrelas:

Como é possivel este tipo de figuras

É uma bubadeira com lagartos atrasados à mesa... Uma brincadeira sem extremismos. Já nos lagartos com o anti benfiquismo que tem isto ia ser uma doença para muitos

BC

Até nos, já cantamos pelos lagartos em Alvalade no 1-4 para a Taça da Liga.

É o Sporting, ninguém leva a mal.

É puro gozo.

JPE

Manuel Vilarinho nunca escondeu a sua fraqueza nem fez disso segredo.


Pancho Lopes 67

#43
Vieira fez muito de bom pelo Benfica e eu elogiei quando mereceu ser elogiado, mas está na hora da mudança, o sucesso fez dele um mini-ditador e neste momento está acomodado, além ter mudado constantemente a ideologia da direcção que o clube devia tomar, precisamos de quem queira sempre mais mesmo quando estamos no topo...

Ginkgo

Maravilhoso artigo na Visão desta semana:

https://visao.pt/atualidade/sociedade/2022-12-12-quando-o-presidente-do-benfica-foi-um-operario-antifascista-que-pos-as-contas-e-as-vitorias-em-dia/

Quando o presidente do Benfica foi um operário antifascista que pôs as contas e as vitórias em dia

Anarcossindicalista e tipógrafo, Manuel da Conceição Afonso liderou o Benfica em seis mandatos, nos quais amortizou dívidas, pôs o clube a dar lucro e deixou encaminhada a construção do Estádio da Luz. Como se não bastasse, ainda é dono do primeiro "tri" benfiquista na I Liga de futebol

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" Presidente assim, como o Benfica teve, ninguém tinha tido, ninguém mais teve "

Filho da pobreza e, depois, do sindicalismo anarquista contrapoder, a cuja liderança cedo ascendeu, o operário Manuel da Conceição Afonso foi um dos melhores presidentes que o Benfica teve. Ao longo dos seis mandatos que exerceu, nos anos 1930 e 1940, amortizou dívidas tidas por "assustadoras", pôs o clube a dar lucro, levou o Benfica à primeira conquista de três campeonatos consecutivos na I Liga de futebol e deixou encaminhada a construção do Estádio da Luz – uma das fintas que fez à ditadura do Estado Novo salazarista, contra a qual conspirou.

A figura de Manuel da Conceição Afonso fascinou o jornalista (grande repórter do diário A Bola) e escritor António Simões, que a investigou. "Presidente assim, como o Benfica teve, ninguém tinha tido, ninguém mais teve", diz. Manuel da Conceição Afonso nasceu em Lisboa, em 1890, e António Simões irá encontrá-lo, ainda jovem, como encadernador na Imprensa Nacional. Logo a partir daqui é possível descortinar um Conceição Afonso autodidata, empenhado na aquisição de conhecimentos: ao mesmo tempo que subia degraus profissionais na Imprensa Nacional (chegaria a tipógrafo), "envolveu-se na União Operária Nacional [UON]", organização sindical de inspiração anarquista, de que seria secretário-geral, apurou António Simões.
"Em 1919, a UON transformou-se em Confederação Geral do Trabalho [CGT], que criou a A Batalha, jornal de alta tiragem que, por sugestão de Manuel da Conceição Afonso, era lido em voz alta nas cantinas das fábricas para que os operários analfabetos pudessem apanhar as mensagens", conta o jornalista e escritor. Quatro anos depois, "a CGT aderiu à Associação Internacional de Trabalhadores [AIT] e os sindicalistas ligados ao PCP rebelaram-se", acrescenta. A AIT reunia demasiadas ideologias de extrema-esquerda e de esquerda para o gosto comunista. "Alexandre Vieira e Manuel da Conceição Afonso tentaram evitar a cisão, mas não conseguiram", diz António Simões. A corda da acesa rivalidade entre anarquistas e comunistas partiu-se mesmo, e os militantes do PCP saíram para fundar a Comissão Intersindical.

Apesar do radicalismo da sua ideologia (o anarquismo rejeita o conceito de Estado, contrapondo-lhe uma sociedade libertária com livre associação dos indivíduos), Manuel da Conceição Afonso mostrar-se-ia um surpreendente homem de diálogo, tanto na direção sindical como na presidência do Benfica.

Tribuno arrebatador



Manuel da Conceição Afonso fez-se sócio do Benfica, com o número 4595, no princípio dos anos 1920, quando o clube abriu uma campanha para financiamento da construção do Campo das Amoreiras (inaugurado em 1925). "Com as parcas poupanças que tinha, comprou todos os títulos que pôde para a 'ajuda ao empreendimento'", diz António Simões.
E o sócio n.º 4595 levaria para as assembleias-gerais do Benfica a robustez de tribuno arrebatador que adquirira como dirigente sindical, a que se juntaria, mais tarde, a valiosa experiência de gestão organizativa. "Era notável pela fluência e pela flama dos seus discursos", nota o jornalista e escritor. Em 1926, subiu à vice-presidência da Assembleia-Geral do Benfica e, pouco tempo depois, chegou a presidente da Associação de Atletismo de Lisboa.

O clube, esse, é que andava numa instabilidade diretiva interminável, até que Félix Bermudes, figura importante na oposição republicana à ditadura salazarista, e o anarquista Manuel da Conceição Afonso acertaram uma candidatura conjunta, para presidente e "vice", respetivamente. Abra-se aqui um parêntesis para dizer que, à época, os mandatos na direção do Benfica eram anuais e que os nomes das listas concorrentes às eleições eram alvo de votações individuais. Aconteceu, assim, que Félix Bermudes recolheu apenas 275 votos e Manuel da Conceição Afonso colheu 409.
"Félix Bermudes achou que a votação que tinha tido era uma expressão de desconfiança e recusou-se a tomar posse", conta António Simões. Por isso, em agosto de 1930, subiu o anarcossindicalista à presidência do Benfica, que teve como problema prioritário para resolver as dívidas resultantes da construção do Campo das Amoreiras. "Havia mais de 650 contos de dívidas, e letras além dos 43", diz o jornalista e escritor. Em setembro de 1931, Manuel da Conceição Afonso seria reeleito "por aclamação e braço no ar", e quando terminou a sua primeira passagem pela presidência do clube, em agosto de 1933, "tinha a dívida esquartejada: era apenas de 944$18, apesar dos 60 contos que gastou em benfeitorias nas Amoreiras, dando-lhe duches de água quente e até telefone nos balneários", nota António Simões.

Entre o combate à ditadura e o Benfica

Em 1934, o País entrou em convulsão contra a intenção de Salazar de tornar os "sindicatos em dóceis corporações", como diz o jornalista e escritor. Manuel da Conceição Afonso seria rápido a fintar a ditadura: transformou o Sindicato do Pessoal da Imprensa Nacional em Grupo Desportivo e Recreativo da Imprensa Nacional. "Assim, ao menos, não perdiam a sede e os haveres", relata António Simões. Mas fez muito mais – "Criou uma secção desportiva com ginástica, natação, tiro, futebol, basquetebol, andebol e xadrez, e outra cultural, que, por exemplo, fez palestras com figuras como Alves Redol, quando o escritor estava já proscrito pelo regime", acrescenta.
Depois, em novembro de 1936, voltou a ser eleito presidente do Benfica e levou o clube à conquista do primeiro "tri" na I Liga de futebol. O segredo esteve no acolhimento do treinador austro-húngaro Lippo Hertzka, que conduzira o Real Madrid ao seu primeiro título nacional e que queria fugir da Guerra Civil espanhola. Como treinador do Benfica, Lippo Hertzka ganhou a I Liga nas épocas de 1936/37 e de 1937/38. O presidente anarquista, esse, "tinha amortizado as dívidas em mais de 117 contos, e o clube colhera pela primeira vez mais de 800 contos em quotas", diz António Simões. Que faz as contas que apurou: "As despesas com o futebol foram de 300 788 escudos e as receitas de 327 854 escudos e 30 centavos."

Ou seja, Manuel da Conceição Afonso terminou a sua segunda passagem pelo Benfica, em julho de 1938, deixando em caixa um lucro de mais de 27 contos. Depois, relata o jornalista e escritor, "o governo de Salazar mandou destruir o Campo das Amoreiras, para que por lá passasse o viaduto da autoestrada para Cascais". Resultado: "Era no Campo Grande – cedido pelo Sporting... – que o Benfica jogava quando, a 19 de janeiro de 1946, Manuel da Conceição Afonso voltou à presidência do clube."
Sem perder tempo, pediu uma audiência ao ministro das Obras Públicas, o benfiquista (e monárquico) Augusto Cancela de Abreu, para a resolução do problema do estádio. O regime "tinha sugerido ao Benfica fazer o campo nas cercanias do Hospital Júlio de Matos", conta António Simões. Não era o que Manuel da Conceição Afonso queria – e deixou-o bem claro ao ministro. E Augusto Cancela de Abreu respondeu-lhe, segundo o jornalista e escritor: "Não tenha receio. O Benfica é de Benfica e, logicamente, é para Benfica que deve voltar."
Em janeiro de 1947, "com o Benfica já de caminho garantido para a Luz" (estádio inaugurado em 1954), Manuel da Conceição Afonso passa a presidência a Tamagnini Barbosa e afasta-se do clube. "Para mim, é claro que, quando ele percebe que o seu passado político seria prejudicial para o Benfica, larga a liderança do clube", diz António Simões. Na verdade, Conceição Afonso, ao mesmo tempo que negociava com o regime a localização do futuro Estádio da Luz, aceitou integrar a componente civil do chamado "golpe da Mealhada", levado a cabo, em outubro de 1946, por oficiais milicianos, para derrubar a ditadura salazarista, mas frustrado quase à nascença.

Afastado da Imprensa Nacional por razões políticas (e, como consequência, da Função Pública), Conceição Afonso, desvalido, viu Cândido de Oliveira, um dos fundadores de A Bola (e também ele envolvido no "golpe da Mealhada"), chamá-lo para organizar o arquivo fotográfico do jornal, conta António Simões. "Foi das últimas devoções da sua vida", acrescenta. E quando a idade e a saúde o impediram de continuar a trabalhar, nota o jornalista e escritor, o envelope com o salário d'A Bola nunca deixou de chegar a sua casa todos os meses – até à sua morte, em maio de 1966, aos 76 anos.