Daiane Rodrigues (Futebol Feminino)

Defesa, 38 anos,
Brasil
Estatísticas: 2 épocas, 50 jogos, 22 golos

Títulos: Taça de Portugal (1), Taça da Liga (1), Supertaça (1), Campeonato Nacional II Divisão (1)

seqmad

O melhor elogio é constatar que pouco se falou dela nestes 2 anos, ou seja o lugar de DD sempre foi de confiança.
Foi das mais importantes para o projeto: experiência, regularidade, entrega e competência. E desde o início. Ainda me lembro do jogo de apresentação na Luz, na ausência da Darlene foi quem mais deu nas vistas, e por todo o campo, principalmente no ataque.
Obrigado e tudo de bom para o futuro.

Cyb3rNeo

Obrigado por tudo e boa-sorte!

anarcos

#107


anarcos

Citação de: BlankFile em 27 de Junho de 2020, 00:01
Citação de: anarcos em 26 de Junho de 2020, 23:52


Muita classe na despedida  :slb2: :slb2:

Já no Brasil, ao ser entrevistada, e de certeza com esta decisão tomada, fez os maiores elogios ao nosso Clube.
Muita pena em a ver sair. Como já disse, gostaria que voltasse noutras funções.
Ao seu jeito discreto mas determinado, continuaria a ser um exemplo de profissionalismo, sobriedade e liderança, e um compêndio de experiência e conhecimento do jogo.


Mikaeil

Muito obrigado por tudo e boa sorte para o futuro.



anarcos



Daiane de volta a casa e grata ao Benfica

Entre as saídas verificadas no Futebol Feminino do Benfica existe uma que se destaca pelo simbolismo: Daiane Rodrigues, uma das primeiras jogadoras a integrar o projecto, termina a sua ligação ao clube encarnado.
Já no Brasil, onde seguirá a sua bem-sucedida carreira, Daiane fez junto do Lado F um balanço da sua passagem pelo Benfica, um clube sobre o qual apenas deixa palavras positivas e um sentimento de eterna gratidão.

A Daiane deixa o Benfica ao fim de duas épocas de projecto. A saída foi consensual? Acha(m) que foi um ciclo que se fechou?

Foram 2 anos de muita aprendizagem ao lado de grandes profissionais, não houve nenhuma conversa sobre renovação mas acredito que por conta do covid19 isso talvez tenha atrapalhado uma possível conversa, mas não o posso afirmar.  Guardo um carinho enorme pelo clube, acredito que era para ser assim, o meu ciclo com o Benfica encerra-se mas a minha gratidão, respeito e amor pelo clube continuarão comigo.

A Daiane foi uma das primeiras jogadoras a integrar o projecto do Benfica, a integrar de raiz o Futebol Feminino. Que balanço faz da sua passagem pelo clube?

Balanço super positivo, conquistámos todos os títulos em disputa até então e com grandes chances de conquistar mais uma vez tudo nesta época se não fosse a pandemia. O clube investiu muito em contratações, sempre deu todo o suporte em treino, alimentação, em tudo. Acredito que o Benfica tem tudo para ser um dos principais clubes da Europa, o trabalho é a longo prazo mas o principal já está a ser feito.

Menciona essa situação de a pandemia ter cancelado precocemente uma temporada em que o Benfica liderava o Campeonato, em igualdade pontual com o Sporting.  Isso fez com que a Daiane abandone Portugal sem conquistar a Liga BPI, o único título que falta no seu currículo em Portugal. Custou perder essa hipótese?

Sim, era um título para o qual todos nós estávamos a trabalhar muito para conquistar até porque umas das prioridades era uma vaga na Champions. Gostaria muito de ter conquistado esse título e os outros em disputa. Infelizmente não foi possível, agora é torcer para o título vir na próxima época, só que dessa vez comemoro como 'torcedora' (risos).


Daiane Rodrigues em Outubro passado, quando ainda jogava pelas encarnadas, no dérbi contra o Sporting CP.

Na época anterior a Daiane teve um papel importantíssimo para a conquista da II Divisão e da Taça de Portugal. 18 golos em 34 jogos. Tendo em conta que actua maioritariamente como lateral, são números de destaque. Essa foi a sua melhor época na carreira?

Foi uma época muito importante na minha carreira até pelos números, acredito que em 2015, jogando pela Ferroviária, alcancei números parecidos, em termos de golos. Acredito que não foi a melhor época da minha carreira, mas claro que foi importante.

Na altura em que se abate a pandemia, cancelando a Liga, o Benfica discutia o título com o maior rival, o Sporting. Pelo Sporting, a Daiane defrontou a Raquel Fernandes, que foi sua colega de equipa ainda no Brasil. Chegaram a comentar essa disputa?

A Raquel é uma grande amiga minha, jogámos juntas no Brasil, tanto pela Ferroviária como pelo Corinthians. Sempre falávamos sobre quem iria conquistar a Liga, rolavam umas brincadeiras mas sempre tivemos muito respeito uma para com a outra apesar de toda a rivalidade que os clubes têm.

Para além da Raquel, no Brasil dividiu balneário com várias das compatriotas com quem jogou no Benfica. Tudo isso facilitou a adaptação? Sentiu-se imediatamente em casa no Benfica?

Sim, ajudou muito na minha adaptação, senti-me em casa desde o primeiro dia, sempre tive uma boa relação com as meninas. Além disso, amei o país, a cultura, as pessoas e principalmente conhecer de perto a grandeza do clube. Era como se estivesse a viver um sonho.

Durante a sua estada, o Benfica valorizou a sua experiência ao nível de títulos conquistados. Com efeito, a Daiane tem um currículo vasto. Antes de ingressar no Benfica, conquistou duas Libertadores e um Brasileiro. Acha que contribuiu para a evolução do futebol português?

Acredito que cada jogadora tem contribuído um pouco para que o futebol feminino em Portugal cresça cada vez mais, fico feliz de poder ter feito parte desse projeto e deixado o meu nome gravado no clube. Cada atleta hoje em Portugal percebe o crescimento e o aumento da procura pelo 'produto futebol feminino' , isso faz com que cada uma se consciencialize da sua importância nisso e cada vez mais vemos jogadoras e clubes a investir tanto na atleta como na estrutura, dando melhores condições de trabalho. Isso é fundamental na evolução do futebol feminino em Portugal.

Agora de fora, como vê a sua sucessão? No plantel do Benfica a sua concorrente directa pela lateral direita foi a Catarina Amado. Há quem defenda que no Benfica o protótipo de lateral seria um misto com a sua experiência e a capacidade atlética da Amado. O lugar está bem entregue?

Vejo muito potencial na Amado, jogadora jovem, grande visão de jogo, ótimo remate e com uma capacidade atlética invejável, tem tudo para ser a melhor na posição em Portugal. Acredito que isso se concretize pois é uma atleta muito profissional e fico a torcer por isso.

A partir do momento em que se confirmou a sua saída criou-se o rumor de que poderia permanecer em Portugal e reforçar o Famalicão. Essa possibilidade chegou a acontecer? Voltar a trabalhar com João Marques, seu treinador no primeiro ano de Benfica, foi hipótese?

Não houve nenhum contacto do Famalicão comigo. Sou grata ao João Marques pois foi ele quem me trouxe para o Benfica, admiro-o como profissional e pessoa mas, como falei, não houve nenhum contacto.

O seu futuro passará pelo Brasil. Apesar de não ter grande historial no sector masculino, a Ferroviária tem tradição no Feminino. Foi um clube no qual conquistou uma Libertadores. Era importante para si voltar a um local onde já foi feliz?

A Ferroviária tem um grande projeto há anos no futebol feminino, tornou-se referência no Brasil hoje, cada vez mais o clube vem investindo tanto no feminino como no masculino. Tenho uma história muito marcante pelo clube, as minhas maiores conquistas foram com a Ferroviária, então tenho um carinho enorme e boas lembranças. Vamos ver o que acontece.


Daiane no Ferroviária.

Assinou pela Ferroviária, clube que capitaneou até sair. Como está a correr o regresso até agora?

Está a ser super positivo, a equipa está em evolução e estamos a trabalhar forte para poder estar num ritmo de jogo ideal. Tenho gostado bastante deste retorno, todos me receberam super bem, é um lugar em que me sinto em casa e isso facilita muito a minha adaptação novamente.

O jogo de estreia do Brasileirão, com o Corinthians, não teve o resultado desejado, assim como a jornada que seguiu frente ao Internacional. Acredita que a equipa vai dar a resposta adequada?

O jogo com o Corinthians foi de reestreia, não conseguimos mostrar o nosso melhor futebol e o Corinthians conseguiu um ritmo de jogo maior que o nosso mas acredito que vamos evoluir sim, a cada jogo a tendência é melhorar e evoluir tanto taticamente como fisicamente.

Nestes dois confrontos a Daiane jogou como médio centro, apesar de no Benfica ter jogado enquanto lateral direito. Será essa a sua posição?

Acredito que aqui vou desempenhar essa função, mais no meio campo, mas é uma função em que gosto de jogar, estou a adaptar-me bem e a procurar melhorar cada dia mais para fazer o meu melhor nos jogos.

https://ladof.pt/2020/09/01/daiane-de-volta-a-casa-e-grata-ao-benfica/