TdL MF : SL Benfica 3 - 0 SC Braga, 08Jan. Qua. 19h45 *Sport TV 1*

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Benfica-SC Braga, 3-0 Afinal a 'morte' do Benfica não passou de 'fake news' (crónica)
Águia fez prova de vida com jogo intenso e autoritário e transformou a final de sábado num escaldante dérbi; Di María e Carreras (com ajuda de Pavlidis) atiraram o SC Braga ao tapete em dez minutos.




Convenhamos, foram manifestamente exageradas as notícias que pareciam fazer crer que o Benfica 2024/25, após as derrotas com Sporting e SC Braga na Liga, jazia sob um(a) Lage. Mas não culpem o mensageiro. antes as fontes: a própria equipa de Bruno Lage e os sinais (nefastos) que há muitas semanas vinha dando em termos exibicionais. O momento exigia resposta cabal, porque cair aos pés dos guerreiros do Minho pela segunda vez consecutiva poderia transformar as nuvens negras que pairavam sobre a Luz numa tempestade de consequências imprevisíveis, e o Benfica deu-a.

Bruno Lage fez a equipa reagir e voltar a mostrar a melhor face, muito por culpa da mentalidade que empregou em campo desde o apito inicial — e que não mostrou nas duas primeiras partes dos jogos anteriores e não só.

Deu irrefutável prova de vida com triunfo robusto, que até pecou por escasso, e transformou num dérbi de Lisboa a final de sábado!

Em Leiria, o adversário foi o mesmo de há dias, mas a receita de Lage teve condimentos diferentes em todos os setores: na defesa, desviou Tomás Araújo para o lado direito e fez regressar António Silva ao eixo; no miolo, devolveu Florentino ao onze e tirou Leandro Barreiro; e no ataque surgiu a maior novidade, a titularidade de Schjelderup, que surgiu no lugar do apagado Akturkoglu e fez a estreia a titular a quatro dias de se completarem dois anos sobre a sua contratação.

Do outro lado, Carvalhal quis adotar a máxima que diz que em equipa que ganha (ao Benfica) não se mexe e só não repetiu o onze da Luz porque o central Niakaté, que esteve em dúvida até perto do apito inicial, não foi opção e foi rendido por João Ferreira.

COM O 'CHIP' CERTO

Ainda assim, mais do que a troca de peças, o que fez diferença nos encarnados foi o chip com que entraram no jogo, que redundou numa 1.ª parte totalmente dominada e arrasadora na intensidade, na atitude e na capacidade de pressão. E que rendeu três golos (no espaço de 10 minutos) que arrumaram o jogo logo na 1.ª parte, que mostrou um SC Braga completamente manietado e sem conseguir gizar praticamente uma jogada com cabeça, tronco e membros até ao intervalo — a exceção foi o lance do golo anulado a Bruma aos 23'—, por culpa, reforce-se, da intensa pressão encarnada, também no momento da perda da bola, a contrastar com a pouca agressividade dos arsenalistas.

Depois de vários avisos do Benfica (5', 11', 21', 26'), o 1-0 chegou aos 27': Pavlidis lançou Di María sobre a esquerda, este combinou com Tomás Araújo, tirou Gorby da frente com finta de corpo já no interior da área e depois o pé esquerdo fez o resto.

O 2-0 chegou segundos depois, com Carreras a receber a bola de Kokçu na meia esquerda, a tirar Vítor Carvalho da frente, e a disparar para a área sem mais oposição, rematando cruzado para o 2-0, aos 28', que encostou os guerreiros às cordas.

O SC Braga esboçou ténue reação e pagou a fatura aos 37', quando a primeira linha de pressão da águia, encabeçada por Pavlidis, surtiu efeitos, com o grego a recuperar bola a meio-campo e a correr 30 metros para servir Di María para o bis com o pé esquerdo.

Carvalhal mudou o sistema após o intervalo, passou a defender com linha de quatro, mas foi o Benfica que continuou a dominar e a criar chances, ficando, até, a dever uma goleada aos adeptos com as ocasiões que desperdiçou para chegar ao 4-0 — incrível a sobranceria de Schjelderup a adornar lance aos 49' e ainda mais o golo monumental que Pavlidis tirou ao norueguês aos 59', tocando na bola em posição irregular.

A vitória já não escaparia, ainda mais quando Jónatas, aos 78', viu o vermelho direto por entrada duríssima sobre Carreras cinco minutos depois de ter entrado em campo.

Pedro Soares in A Bola

MrCobb

Quando se entra com fome de vitória, garra e ambição já se tem meio caminho andado, haja agora competência para continuar.

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Benfica-SC Braga, 3-0 Destaques do Benfica: equipa inteira à Benfica no génio de Di María e coração de Pavlidis.
Extremo argentino marcou dois golos, ponta de lança grego foi intratável e assistiu duas vezes. Houve ainda um fantástico Carreras e a (boa) surpresa Schjelderup.




MELHOR EM CAMPO - Di María (9)
Quando está inspirado, o que Di María faz de bem é mais que bem, resulta fantástico, delicioso, a fazer-nos lembrar que o argentino continua a ser um extraterrestre no futebol português. Neste jogo, em que toda a equipa do Benfica quis e fez muito para o vencer, Di María foi o artista maior. Aos 11' rematou com selo de golo, mas a bola foi bloqueada por um defesa; aos 16' fintou quatro e combinou para cruzamento de Tomás Araújo; aos 27' fez de novo gato e sapato da defesa do SC Braga, combinou com Tomás Araújo e marcou ele golo; aos 37' finalizou o terceiro com classe; aos 53' fez um passe enorme para Schjelderup; aos 51' rematou por cima da trave; aos 64' chegou centímetros atrasado a passe de Pavlidis que o deixaria de novo na cara do golo... O talento de Di María foi um farol que nunca se apagou.

(5) TRUBIN — Mostrou atenção e segurança no pouco trabalho que teve; sustos também se contaram pelos dedos de uma mão.

(7) TOMÁS ARAÚJO — Costuma ser mais que um central e ontem foi mais que um defesa-direito, foi ala. Defendeu com segurança o flanco e atacou muito e bem. Rematou de cabeça à trave num pontapé de canto, logo aos 5', combinou com Di María várias vezes e ofereceu ao argentino o primeiro da noite. Aos 74' cruzou para Pavlidis quase chegar ao golo.

(6) ANTÓNIO SILVA — Atento e com uma exibição competente. Resolveu bem problemas causados por Bruma e soube sair a jogar com critério.

(7) OTAMENDI — Quase sempre de frente para o adversário, esteve intransponível. Aos 23' foi muito inteligente e colocou Bruma em fora de jogo, num lance em que o bracarense ainda colocou a bola na baliza. Aos 50' teve chance para fazer golo, num canto, e aos 83' bloqueou lance criado por Roger.

(8) CARRERAS — Tão bom a atacar como a defender, um lateral-esquerdo da cabeça aos pés. Concentradíssimo nas tarefas defensivas, foi crescendo lá na frente. Aos 11' ofereceu remate perigoso a Di María, aos 21' rematou ele, para defesa de Matheus e, sete minutos depois, marcou um grande golo.

(6) AURSNES — Muito inteligente na pressão alta e na forma como se movimentou, ora cobrindo o espaço atrás de Di María e Tomás Araújo, ou mesmo de Florentino. Não teve nos pés a arte para desequilibrar, mas nunca deixou a equipa sozinha.

(6) FLORENTINO — Com ele em campo o Benfica é outra coisa. Mesmo não tendo sido brilhante, e até com algumas hesitações no passe, voltou a ser o guarda-costas ideal. Muito bem na ocupação do espaço e no desarme, permitindo a Aursnes e a Kokçu mais audácia à frente.

(6) KOKÇU — Muito bem na pressão alta e também junto à área do Benfica. Não teve espaço para criar muito, mas jogou simples e com poucos toques, acelerando o jogo e assim desbloqueando a forma de desposicionar a defesa contrária. Tentou o remate, sem sucesso, e aos 48' quase comprometeu a exibição com um mau passe em zona proibida que resultou num remate perigoso de Roger.

(8) PAVLIDIS — Procurou muito o golo, ele não apareceu mas bem o mereceria. O primeiro golo surge de um grande lance do grego, que recebeu a meio do meio-campo do SC Braga, rodou e descobriu Di María solto na direita; o segundo de uma recuperação e corrida do ponta de lança, que depois assiste de forma perfeita Di María. Aos 49' lançou Schjelderup num lance muito perigoso e aos 64' quase oferecia novo golo a Di María. Ainda rematou ao lado, aos 56' — seria um grande e merecido golo.

(7) SCHJELDERUP — Depois de uma primeira parte ainda tímido, apesar de intenso na pressão, o extremo norueguês, que se estreou a titular, entrou endiabrado na segunda. Aos 49' deixa Matheus pregado à relva e depois falha o golo com remate contra um defesa. Aos 59' passou por quem apareceu, cruzou e a bola entrou mesmo, mas rematada por um Pavlidis em fora de jogo. Mais um belo passe para Di María, aos 64', e um minuto depois saiu, esgotado.

(6) RENATO SANCHES — Entrou bem no jogo, com capacidade para o esticar, no passe longo a virar o flanco e com critério na hora de entregar a bola aos companheiros. Tentou o remate, sem sucesso.

(5) AKTURKOGLU — Dinâmico e intencional, não deixando nunca de ser um problema para a defesa adversária, mas definiu mal lances que prometiam ser mais perigosos.

(6) JOÃO REGO — Médio-ofensivo, 19 anos, mas muita maturidade no futebol que colocou em campo e em poucos minutos. Nada ansioso, segurou e entregou a bola com clarividência e teve dois lances muito interessantes pela direita, em particular um deles, já aos 90+2', quando sentou um defesa do Braga e ofereceu a Akturkoglu a chance de ser feliz na área.

(5) ARTHUR CABRAL — O ponta de lança brasileiro fixou-se na área, deu presença e mudou a ideia de jogo da equipa, mas não teve bola ou lances para deixar marca no jogo.

(4) BESTE — Entrou já aos 80' e de forma infeliz, pois foi ultrapassado por Roger num lance que causou algum sobressalto e terminou com corte de Otamendi. Procurou envolver-se no ataque e conseguiu, mas também lá na frente poderia ter medido melhor alguns passes.

Nélson Feiteirona in A Bola

lancadordedois


vhmr98

Foi um bom jogo. Não ando por aqui há muitos anos, mas sei o que pode resultar desta vitória. Isto porque sábado não vamos encontrar uma equipa fechada lá atrás. Vai ser uma equipa que nos vai pressionar e expor algumas das nossas principais fragilidades. Uma correção que terá de continuar a ser feita é a transição para momento defensivo. Nos primeiros quinze minutos das segunda parte de ontem o Braga conseguiu 2 ou 3 jogadas que nos colocaram em risco de sofrer golo - por exemplo, lance do Roger. Ganhamento sábado!