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O Benfica apurou um resultado líquido de 4,6 milhões de euros em base individual na época passada, sendo o quinto ano consecutivo em que o clube da Luz apresenta lucros.
Levando em conta o resultado líquido com o método de equivalência patrimonial (MEP), que engloba as contas das restantes subsidiárias do universo benfiquista -- entre as quais a Benfica SAD -, o lucro ascende a 11,4 milhões de euros.
Estes indicadores constam do relatório e contas da época 2013/14 e foram hoje apresentados à imprensa pela vice-presidente "encarnado" Nuno Gaioso, na véspera de o documento ser submetido à votação dos sócios em reunião de assembleia geral ordinária.
Entre os principais destaques, nota para o total de rendimentos da atividade individual do clube, que recuou 3% face ao período homólogo, para 28,3 milhões de euros.
Tendo em conta os rendimentos em termos consolidados, este valor sobe 22%, o que se traduz em rendimentos totais de 35,6 milhões de euros.
Quanto aos gastos, em base individual, baixaram 16%, para 23,4 milhões de euros, ao passo que os consolidados caíram 36%, para 23,9 milhões de euros.
Assim, os resultados operacionais (diferença entre receitas e gastos) individuais do Benfica cresceram 265%, para quase cinco milhões de euros. Com a consolidação, via MEP, mais do que triplicaram, situando-se nos 11,8 milhões de euros.
Este montante implica uma melhoria de 20 milhões de euros face à época transata (2012/13), na qual os resultados operacionais consolidados foram de 8,2 milhões de euros negativos.
Na base deste desempenho está a melhoria dos resultados da SAD, aliada às receitas de quotização do clube, o qual diminuiu a percentagem de transferência para a SAD, de 75% para 25%.
"É o oitavo ano consecutivo em que o clube apresenta resultados operacionais positivos, em termos individuais", frisou Nuno Gaioso na apresentação das "contas".
Em 2011/12 estes resultados situavam-se nos 334 mil euros e na época seguinte, 2012/13, em 1,4 milhões de euros.
Dentro da rubrica dos rendimentos do clube, a quotização teve um decréscimo de 2%, para 13,4 milhões de euros, e os patrocínios e publicidade baixaram 25%, para dois milhões de euros, com Nuno Gaioso a apontar para os efeitos da crise económica nestes indicadores.
As receitas relativas ao 'merchandising' subiram 31 por cento, para 4,3 milhões de euros, mantendo a tendência de crescimento de dois dígitos dos últimos três anos e que os responsáveis do clube esperam manter na época em curso.
Os fundos patrimoniais, capitais próprios do clube, fixaram-se a nível individual nos 6,9 milhões de euros negativos, e em base consolidada nos 96,3 milhões de euros negativos.
"Isto significa uma melhoria de 10,6 milhões de euros ao nível dos capitais próprios do clube face ao ano passado, possível graças à incorporação do resultado líquido do período", explicou Nuno Gaioso.
Relativamente ao ativo, sem MEP, aproximou-se dos 54 milhões de euros, enquanto de forma consolidada ficou-se nos 11,2 milhões de euros.
Já o passivo do clube "encarnado" a nível individual ascendeu a 60,8 milhões de euros e em termos consolidados fixou-se nos 107,5 milhões de euros.
Nuno Gaioso destacou que deste montante total o passivo exigível externo é apenas de 15,7 milhões de euros e que o Benfica clube não tem qualquer endividamento bancário.
Isto significa que o passivo exigível se deve exclusivamente aos compromissos assumidos junto de fornecedores e prestadores de serviços.
Para o exercício atual, as apostas do clube centram-se nas campanhas de angariação e fidelização de sócios, do reforço nas áreas do 'merchandising' e na continuação do desenvolvimento das casas do Benfica.
O clube fechou a época passada com 289 casas, seis das quais novas, decorrendo o projeto de uniformização de imagem, já concluído em 58 casas e em curso em 21.
Em junho, o Benfica contava com 236.000 sócios e apesar do ligeiro recuo de 2% na quotização, uma tendência de baixa que vem desde há três anos, o dirigente "encarnado" fala de "um cenário de estabilização das receitas deste item".