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O treinador encarnado admite que a boa fase do Sporting faz “a balança pender um pouco” para o velho rival lisboeta. Mas Toni, enquanto lembra os riscos de se atribuir favoritismos em jogos do género, assume que o objectivo benfiquista é conquistar o triunfo no “derby” de amanhã à noite, no Estádio da Luz. Quanto à equipa titular e o sistema táctico a utilizar frente ao conjunto leonino, nada de revelações
TONI é o primeiro a reconhecer o bom momento do Sporting, mas os elogios feitos ontem ao velho rival lisboeta não significam que o Benfica esteja disposto a ser um actor secundário no “derby” de amanhã à noite, no Estádio da Luz. “Estamos perante um adversário que é o líder do campeonato, que tem o melhor ataque e a melhor defesa; por isso um opositor forte, moralizado. Tudo isto são factores que fazem a balança pender um pouco para o Sporting. Mas penso que eles também não têm dúvidas de que nós vamos abordar este jogo para o ganhar”, afirmou o treinador benfiquista durante a conferência de Imprensa em que fez a antevisão do encontro com a formação leonina.
Com a experiência de quem já participou de vários “derbies” entre Benfica e Sporting, primeiro como jogador e, desde os anos 80, como treinador, Toni desvalorizou a clássica questão do favoritismo. “No campo, por vezes, esta história de favoritismo acaba por não ter reflexos. O ‘derby’ é sempre velho e sempre renovado, com as emoções e os sentimentos que são desencadeados pelos adeptos dos dois clubes. Na verdade, todos os intervenientes – jogadores, treinadores, dirigentes, adeptos, árbitros e a própria comunicação social – vivem-no de uma forma intensa, diferente”, observou.
O treinador benfiquista, ainda na comparação com o clube de Alvalade, admitiu que o Sporting poderá, eventualmente, retirar algum dividendo no aspecto físico, já que não precisou de disputar um prolongamento no seu jogo da Taça de Portugal, ao contrário do que aconteceu com o Benfica. “O Sporting jogou às seis horas, enquanto nós actuámos às nove. Eles jogaram 90 minutos e nós, 120. Tudo isto são pequenas coisas que, somadas, poderão ter aqui e ali alguma influência, mas não será determinante”, explicou.
Sobre a equipa titular, Toni manteve o habitual discurso reservado. Evitou confirmar nomes, apesar das ausências certas de Cabral e Júlio César e das dúvidas em torno da utilização de Argel e Miguel, e nada adiantou em relação à táctica que está a idealizar para o confronto com o Sporting. “Estamos ainda a 48 horas do ‘derby’, por conseguinte teremos de arranjar soluções dentro do plantel para suprir estas faltas. Hoje [ontem] fizemos um treino de recuperação, mas amanhã [hoje] faremos algum trabalho táctico e abordaremos esta questão”, explicou, reconhecendo a escassez de tempo até ao encontro com os rivais lisboetas. “O tempo é curto, mas também não nos tira o sono. Vamos, com certeza, arranjar soluções dentro do plantel para poder responder às ausências.”
"Sinto-me forte"
O treinador dos encarnados voltou ontem a desdramatizar um certo clima de contestação ao seu trabalho, surgido após a derrota com o Paços de Ferreira, na jornada anterior da I Liga. “Não tenho nem que vitimizar estas situações. São momentos que todos nós vivemos na condução das equipas, em relação aos períodos menos bons que elas atravessam e que não reflectem aquilo que são as expectativas dos sócios e adeptos. O que queremos é estar determinados para poder defrontar o eterno rival Sporting”, afirmou ontem Toni.
Questionado como se sentia em termos psicológicos neste momento, o técnico benfiquista resumiu tudo numa expressão: ”Sinto--me forte. É a palavra que pode sintetizar o meu estado de espírito.” Toni desvalorizaria ainda a chamada pressão. “Ela está sempre presente, é um chavão; já nos habituámos a conviver com esta pressão”, observou.
Anular pontos fortes
Toni não foi cauteloso apenas em relação à equipa encarnada. As tácticas que está a idealizar para conter as jogadas mais perigosas do Sporting também estão no segredo dos deuses.
“Como normalmente acontece, não trago os aspectos tácticos para estas conferências. Estas marcações ao Jardel, ao João Pinto e ao Niculae, tudo isto nós estamos a preparar para diminuir aqueles que são os pontos fortes do Sporting”, disse o técnico benfiquista, assumindo a iniciativa de citar os nomes dos três jogadores leoninos.
O técnico do clube da Luz, por outro lado, evitou comentar o suposto interesse no médio Bruno, do Marítimo. Toni, inclusive, não se mostrou disponível sequer para fazer uma análise do médio maritimista, que esteve em foco na última quarta-feira. “Não tenho comentários a fazer em relação aos aspectos técnicos do jogador em questão.”