Jesualdo Ferrei

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O novo treinador encarnado, que herdou o lugar do amigo e ex-chefe de equipa, desvalorizou o facto de poder estar a prazo na Luz. Segundo Jesualdo Ferreira, tudo depende dos resultados que conseguir. “Ninguém consegue acertar em tudo”, sublinha, para de seguida desvalorizar a forma como chegou ao lugar: “Por vezes, há soluções que se pensam a prazo e passam a definitivas e outras que se pensam definitivas e acabam por ser transitórias” JESUALDO Ferreira, que ontem falou pela primeira vez na nova condição de treinador principal do Benfica, lamentou a saída de Toni, mas assumiu que gostaria de encerrar de uma vez por todas a questão da solidariedade com o amigo e ex-colega no corpo técnico encarnado. Além disso, sublinhou que as condições actuais não se assemelham às de outras vezes em que estiveram juntos na Luz, quando sempre acompanhou o chefe de equipa no momento de partida. “Sinto mágoa e tristeza por ver o Toni partir. Não estava à espera desta situação, porque, ninguém duvida disso, gostaria que ele continuasse. Tudo foi muito rápido, houve uma grande agitação em torno do Toni, mas a SAD tomou uma decisão e a situação alterou-se. Pretendo ter a capacidade, e julgo que a tenho, para manter a esperança de que o futebol e a equipa possam ser mais fortes, consigam ganhar pontos, de forma a lutar pelo título até ao final do campeonato. Assumo esta situação de corpo inteiro, é com este espírito de missão que estou aqui. Quanto à solidariedade, o próprio já disse tudo o que havia a dizer. Ela foi manifestada ao longo dos anos, mostrada no dia-a-dia, no trabalho. Além disso, quando cheguei ao Benfica, frisei que também devia solidariedade à instituição, por isso não havia motivos para sair”, explicou. O novo técnico benfiquista, ainda que pretenda dar um cunho pessoal ao desempenho das suas funções, assumiu que deverá manter as linhas de actuação desenvolvidas desde o início da época. “As grandes ideias são as mesmas, até porque também tenho responsabilidades nos resultados que aconteceram. De qualquer modo, somos diferentes e poderá haver mudanças na forma de condução das coisas. Mas enquanto estiver nesta posição darei o máximo, colocando os interesses do clube acima dos meus pessoais, porque só há um caminho no Benfica: ganhar”, destacou, reconhecendo ainda estar perante um dos principais desafios da sua longa carreira no futebol: “Os desafios motivam-nos, tornam-nos mais fortes, mais capazes de enfrentar as crises, tiram-nos o comodismo, o que não é o meu caso.” Confirmado como novo treinador principal no sábado, após falharem as conversações com José Mourinho, Jesualdo Ferreira desvalorizou a questão de poder ser um técnico à prazo no Estádio da Luz. “Ninguém consegue acertar em tudo. Se estivesse preocupado com o que vai acontecer daqui a um, dois meses, não faria o meu trabalho. À medida que as coisas forem aparecendo irei tentar resolvê-las. Além disso, tempo é uma coisa que não existe no futebol, somos escravos dos resultados. Por vezes, há soluções que se pensam a prazo e passam a ser definitivas e outras que se pensam definitivas e terminam por ser transitórias.” ALCIDES GONÇALVES Data: Segunda-Feira, 31 de Dezembro de 2001 01:03:00