Fonte
www.ojogo.pt
O misticismo do número oito foi recordado ontem pelo Benfica, numa partida quase sem história em Fátima que serviu, em termos gerais, para Jesualdo Ferreira fazer novas experiências e dar ritmo a unidades menos "activas" até agora. Oito foram os golos que os encarnados somaram neste "passeio", distribuídos irmamente pelas duas partes; oito foi o número que mais brilho trouxe à partida, coladinho nas costas de Roger.
O brasileiro foi, de facto, o quebra-cabeças mais indecifrável para os defensores do Fátima (em particular um certo central de nome Mamadi) e vincou bem, jogando livre na frente de ataque, que tem um génio invulgar. Contas feitas foram três golos, um dois quais resultado de um livre poderoso e outro após simulação felina entre vários defesas, para além de uma assistência para Drulovic no 1-6. Um bom prenúncio para os compromissos oficiais após uma exibição de samba que deixou os anfitriões de passos trocados e feitos num... oito.
Sem diversos elementos-chave no plantel, Jesualdo Ferreira apresentou uma equipa cheia de novidades. Tanto a nível de elenco, como no plano táctico. Na fase inicial uma novidade significativa, essencialmente gerada pelas limitações do técnico em relação a laterais: três centrais. Argel apadrinhou as estreias de Hélder e de Peixe na equipa do Benfica, sendo que as alas foram preenchidas por Miguel (direita) e Cristiano (esquerda), ambos com naturais liberdades ofensivas. No meio campo Andrade e Andersson davam o complemento defensivo ao sector recuado, sendo que o sueco foi sempre aquele elemento que mais se libertou. Quanto ao ataque ficou entregue a uma linha de três jogadores, com Carlitos e Drulovic bem abertos nas alas e com Roger a deambular pelo meio. A falta de ritmo e ligação entre alguns elementos ainda foi visível a espaços mas, quando Roger aos 4' começou a travar o natural ímpeto dos anfitriões num livre, o Benfica foi estabilizando o seu futebol, muito à conta da "fricção" entre o camisola oito e Carlitos. Em termos defensivos houve apenas um lapso mais grave, sobre o intervalo e quando a equipa da Luz vencia por 4-0 no qual foi permitido um lance envolvente do Fátima que terminou concluído por Bruno Brito numa zona na qual os centrais deviam ter estado mais atentos.
A hora dos novos
A segunda parte voltou a ser vincada pela supremacia benfiquista e alguma reacção (a possível...) do Fátima. De regresso a um esquema de quatro defesas, já com Ricardo Rocha no eixo, tudo continuou a funcionar sem sobressaltos para a equipa benfiquista. Foi, então, a hora de dar uma oportunidade aos jovens João Pereira, Filipe Falardo e, mais tarde, o guardião João Godinho e Francisco Cunha. Estes corresponderam às melhores expextativas e o resultado foi avolumando-se. Drulovic "acordou" as bancadas com um belo golo e Andersson, ainda mais solto após a passagem de Peixe para trinco, bisou. Já a terminar, a equipa da II Divisão B encerraria a contagem, com Mamadi a converter uma grande penalidade provocada por Peixe. O balanço deste particular é positivo, quanto mais não seja por ter servido para dar ritmo a jogadores que ainda poucos (ou nenhuns) minutos haviam tido em jogos.