Mantorras sofre de atrofia muscular

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Mantorras sofre de atrofia muscular em ambas as pernas. Está explicada, assim, a razão pela qual o avançado do Benfica tem sentido enormes dificuldades para se impor neste início de temporada. O angolano vai continuar a fazer trabalho específico durante algum tempo e, por via disso, é natural que necessite de mais algum tempo para recuperar completamente. A 25 de Fevereiro deste ano, aproveitando breve paragem no campeonato, a equipa médica do Benfica entendeu submeter Pedro Mantorras a uma intervenção cirúrgica ao menisco interno do joelho direito, operação que decorreu no Hospital da Cruz Vermelha. O tempo de internamento foi curto e, nos dias seguintes, pudemos ver o avançado angolano a recuperar no Estádio da Luz. Primeiro de muletas, depois em passo lento, mais tarde em corrida lenta, finalmente a todo o gás. O prazo estipulado pelo médico Bernardo Vasconcelos para o regresso à competição (entre quatro e seis semanas) foi, claramente, cumprido e, a 30 de Março, Mantorras actuou nos últimos 26 minutos do jogo frente ao Sp. Braga, no Estádio da Luz, a contar para a ronda 29. Depois cumpriu as derradeiras cinco jornadas da I Liga. Plano de recuperação Em Maio, depois de cumprida uma curta digressão a Angola, os jogadores do Benfica foram de férias. Mantorras também. Com uma diferença: o avançado levava consigo um plano de recuperação para cumprir durante o defeso. Era essencial que o jogador dedicasse parte substancial dos seus dias de férias a reforçar a zona operada e, consequentemente, a consolidar a recuperação. Acontece, porém, que Mantorras é, como se sabe, um enormíssimo ídolo em Angola e, durante o período de paragem, foi convidado para diversas cerimónias oficiais e solicitado para imensas actividades de índole social. E, como pessoa humilde que é, sentiu dificuldades em dizer que não. E foi aceitando. E, à medida que ia aceitando, ia descurando o plano de recuperação. Ou seja, involuntariamente, Pedro Mantorras acabou por não cumprir o escrupuloso plano de recuperação que o departamento médico lhe tinha indicado, ao contrário, por exemplo, de Simão, o qual, mesmo de férias na República Dominicana, foi acompanhado pelo fisioterapeuta António Gaspar, satisfazendo o plano de recuperação. Menos massa muscular Quando regressou aos trabalhos, Mantorras nunca deu mostras de estar a cem por cento. Nada a ver com a capacidade técnica de controlar a bola, antes pela incapacidade de arranque, a sua mais forte característica. E sabe-se como o angolano, com problemas de explosão ao nível da velocidade, fica amputado daquela que é, talvez, a sua mais impressionante qualidade. Fez os primeiros jogos de pré-época, mas nunca deu mostras de estar a cem por cento. E parou. Ou quase. Tem-se limitado a passar pelo ginásio e a cumprir etapas seguras da sua recuperação. Sabe-se, agora, que o problema de Mantorras é de atrofia muscular em ambas as pernas. Mais debilitado numa que em outra, o avançado continua a sentir dificuldades para arrancar e para explodir. Tem feitos testes numa máquina especial (Biodex) que avalia a potência muscular e só quando estiver a cem por cento Mantorras deverá regressar para voltar a ser, em princípio, o jogador do início da temporada passada: explosivo, empolgante, criativo e velocíssimo.