Adeus Madeira

"O defesa-central Paulo Madeira acertou ontem a rescisão contratual com o Benfica. Hoje, num notário de Lisboa, o atleta formaliza uma desvinculação que lhe havia sido negada anteriormente pelos responsáveis do clube. Paulo Madeira tinha um vínculo contratual com o Benfica válido até final da presente temporada e, nos últimos dias, insistiu na quebra da ligação ao clube encarnado. A última vez que havia proposto a rescisão aconteceu no final da temporada passada. Durante o dia de ontem, as duas partes voltaram a reunir-se para analisar o futuro do jogador, chegando-se a um comum acordo para a rescisão contratual. Um entendimento a contento de Paulo Madeira e do Benfica. O defesa fica detentor do seu passe, podendo-o negociar livremente com qualquer clube, muito embora não possa ser inscrito já em Portugal ou nos principais campeonatos europeus, uma vez que o período reservado para o registo de jogadores reabre só em Dezembro. Para o Benfica, o acordo com o jogador significa menos um activo na SAD, mas com a desvinculação o clube encarnado poupa uma verba significativa que estava destinada ao pagamento das remunerações mensais. Solucionado um caso que se arrastava há dois anos, Paulo Madeira acaba por sair a custo zero do Benfica, que, no início desta temporada, tentou utilizar o jogador como moeda de troca na aquisição de reforços, baixando o valor da transferência. No entanto, até porque o defesa não quis em algumas situações, a intenção não passou de hipótese. Ascensão e queda na Luz Formado no Benfica, Paulo Madeira chegou à equipa principal do Benfica em 1989/90. Foi Eriksson que promoveu a sua estreia na I Divisão, a 15 de Janeiro de 1990, na recepção do Benfica ao E. Amadora (2-0). Nessa temporada, realizou sete jogos, somando mais um na seguinte, sagrando-se campeão nacional. Em 1991/92 afirma-se na defesa encarnada, mas acaba por ser emprestado ao Marítimo, em 1993/94. Regressa, mas com Artur Jorge no comando técnico em 1994/95, é dispensado ao Belenenses. Renascer para voltar a cair Depois de uma conturbada transferência do Belenenses, com passagem pelo Burgos, Paulo Madeira regressa à Luz pela porta grande em 1997/98. Mas, após três épocas que lhe mereceram a chamada à selecção nacional (com Humberto Coelho, foi titular na campanha de Portugal na fase de apuramento para o Euro-2000), o defesa, que chegou a ser capitão da equipa benfiquista, entrou numa fase de declínio, fazendo uma travessia no deserto. Com Toni, no final da época de 2000/01, foi relegado para a equipa B, onde recusou jogar."