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Jesualdo Ferreira deixou entender que o Benfica vai mesmo alinhar com dois avançados frente ao U. Leiria. Não abriu o jogo, é certo, escusando-se a dizer quem sairia para dar lugar à entrada de Fehér, mas a «qualidade» dos seus jogadores e a capacidade de «partir para outras soluções» são indícios claros de uma alteração na estrutura encarnada. «Uma equipa como o Benfica, particularmente no nosso campeonato, tem de correr riscos», justificou.
Foi numa atitude defensiva mas igualmente pedagógica, através de uma linguagem virada para os conceitos do futebol e sobre a formação de uma equipa, que o treinador do Benfica encarou a conferência de Imprensa, realizada ontem, ao final da manhã, no estádio da Luz.
A utilização de Fehér no onze inicial, a par de Nuno Gomes, foi o principal tema de conversa, mas também as análises feitas, ao longo da semana de trabalho, sobre o que correu mal na última jornada, ante o Moreirense. «De todos os jogos que fizemos até agora, o último foi o menos conseguido. Mas conquistámos os três pontos, que é o mais importante. Discutimos ao longo destes dias a atitude demonstrada na primeira parte desse jogo e foi muito positivo registar que quer os jogadores quer a equipa técnica assumiram as responsabilidades, publicamente. Isso é um sintoma de honestidade profissional», começou por dizer.
Já foram utilizados 17 jogadores
Durante toda a conferência de Imprensa, Jesualdo Ferreira nada anunciou de concreto, como é seu apanágio. Mas pelo discurso foi possível concluir que, efectivamente, os encarnados vão defrontar o U. Leiria com uma dupla de avançados e com três defesas centrais, depois do trabalho de preparação feito nos últimos dias.
«Até ao momento já passaram três jornadas e foram utilizados 17 jogadores. Temos um plantel de qualidade, com jogadores de características muito próximas e com rendimento positivo nos treinos, que podem ser utilizados em qualquer momento. Nos jogos anteriores fizemos cinco golos sem a utilização de Nuno Gomes e Fehér. São situações distintas, mas em nenhuma circunstância vamos abandonar aquilo que é a base da equipa», sublinhou, para depois explicar que o grupo está preparado para a mudança: «Uma coisa é jogar com um homem na área e jogar com três, quatro, cinco jogadores móveis no meio-campo, outra é jogar com dois jogadores na frente. Isso provoca não só da parte do adversário como da própria equipa adaptações que têm de ser realizadas com algum tempo. E à medida que vamos trabalhando, sentimos que já podemos chegar mais rapidamente a outras soluções, tendo de correr riscos.»
Terá de sair um
Os treinos realizados ao longo desta semana também foram elucidativos: «Para se jogar a um sábado ou a um domingo, é preciso que o treino retrate essas situações.»
A entrada de Fehér deverá obrigar à saída de Roger. Pelo menos foram as indicações recentes. Mas, mais uma vez, o treinador benfiquista resguardou-se e pediu a todos para esperarem por amanhã. «Enquanto as coisas não forem alteradas vamos continuar a jogar com onze. Se entrar o Fehér, alguém vai ter de sair. Mas não vou dizer quem é», concluiu. À defesa também se ganha.