Empresário de Júnior desloca-se a Itália

Fonte
www.abola.pt
Inicialmente, os contornos da contratação de Júnior por parte do Benfica pareciam indicar um caminho mais fácil e rápido do que aquele que foi percorrido para a transferência de Geovanni, por exemplo. Sobretudo porque a abertura negocial do Parma ficou desde logo bem clara. Contudo, e como A BOLA ontem referiu, surgiram bloqueios de última hora que têm dificultado a conclusão do processo e originado os sucessivos adiamentos. Tais problemas não se situam ao nível do entendimento entre Benfica e Parma (esse é total), mas sim no que diz respeito à relação negocial do clube da Luz com o empresário do jogador, Oliveira Júnior. O elo que neste momento impede o sucesso da operação terá a ver com uma questão de comissões, mas o braço-de-ferro é perfeitamente ultrapassável. A prová-lo o facto de o representante de Júnior ter já viagem agendada para Itália, onde deverá chegar na segunda-feira. Um sinal de clara evolução. Era intenção dos responsáveis do Benfica concluir as negociações entre segunda e quarta-feira (ontem), mas tal acabou por não se verificar. Foram, contudo, conseguidos alguns avanços, o que levou os dirigentes das águias a encarar o dossier de uma forma muito optimista e a alargar mesmo o prazo de conclusão do negócio até ao próximo fim-de-semana. Prazo esse que seria sempre fictício, tendo em conta que o mercado de transferências só encerra no último dia do corrente mês. Uma vez que a transferência está praticamente concluída, o Benfica entende que seria prematuro recuar nesta fase, em vez de procurar resolver os detalhes de última hora. O facto de os dois clubes estarem empenhados no sucesso da operação pressiona e fragiliza, naturalmente, a posição de Oliveira Júnior, fazendo crer ao mesmo tempo que os actuais condicionalismos têm resolução. Se assim não fosse, os encarnados já teriam baixado as armas, partindo para outra alternativa. Pelo contrário, o negócio está de pé e no limiar da conclusão. Garantia de qualidade a preço muito acessível As qualidades de Júnior – sobejamente elogiadas pela Imprensa italiana e já testemunhadas in loco por A BOLA — resolveriam um dos problemas com que se debate José Antonio Camacho: o lado esquerdo da defesa. Apesar de o jogador ter preferência por um sistema de três defesas, pelo facto de poder atacar com maior liberdade, mostra igualmente bons atributos defensivos num esquema de quatro homens. Certamente não será obra do acaso a sua chamada à selecção brasileira, para o Mundial, como suplente de Roberto Carlos. Seria, aparentemente, o complemento ideal para Simão, na perspectiva de um corredor esquerdo que ofereça garantias. Os responsáveis encarnados têm consciência do valor do jogador, apesar dos seus 29 anos, assim como dos contornos extremamente favoráveis da sua contratação, tendo em conta as actuais possibilidades financeiras do clube. Júnior rumaria à Luz por empréstimo, até final da época, com a opção de compra fixada em aproximadamente 2 milhões de euros (400 mil contos). No caso de agradar e o Benfica pretender avançar para a sua aquisição definitiva, esta verba seria repartida por prestações, a pagar num período de dois a três anos, com início apenas em 2004. Relativamente à cedência, o clube da Luz pagaria 40 por cento dos ordenados (qualquer coisa como 8 mil contos mensais), ficando o restante a cargo do Parma.