Camacho feliz e aliviado

Fonte
www.abola.pt
A BOLA acompanhou também a saída de José Antonio Camacho da Galiza, depois de quatro dias de descanso num hotel de luxo, numa pequena ilha próxima de Vigo, que se transformaram na vitamina necessária para Camacho abrir os braços com entusiasmo ao novo projecto do Benfica. Na manhã seguinte ao encontro decisivo com Luís Filipe Vieira, e apenas com a esposa e os amigos íntimos por perto, o técnico fez as malas para partir para Madrid, onde A BOLA voltou a esperá-lo para a sua primeira grande entrevista depois da renovação. Camacho estava aliviado e feliz. Passavam poucos minutos das nove horas locais, menos uma em Portugal, quando José António Camacho abandonou o local escolhido para um curto período de repouso, que se revelaria frutífero e esclarecedor para o seu futuro profissional. O técnico espanhol regressou a casa, a Madrid, mas hoje estará já na Luz para conversar com António Simões e reforçar algumas linhas que tinham já sido traçadas antes de partir para férias. No seu horizonte está a próxima época, em concreto a participação na pré-eliminatória da Liga dos Campeões e o ataque à SuperLiga. Destronar o F. C. Porto é o seu grande objectivo, mas não promete o título. «Contrato terminava a 30 de Junho»... Nas curtas primeiras declarações aos jornalistas que o aguardavam à porta do Grande Hotel La Toja (a grande entrevista estava agendada para mais tarde, na capital, e em exclusivo para A BOLA), Camacho começou por dizer: «Vamos continuar a trabalhar mais um ano e tentar que o Benfica faça o melhor possível. Estamos já concentrados nisso». Para o técnico espanhol, a demora nas negociações não teve significado: «O meu contrato terminava no dia 30 de Junho e havia que encontrar soluções. Estivemos a tratar desse assunto e tudo está resolvido». Sobre eventuais exigências, Camacho sublinhou que «uma coisa é falar por falar, outra é saber do que se fala», comentando assim a tão falada questão de Rui Costa: «Ele veio? Está no Benfica? Se fosse exigência eu não estaria aqui. O Benfica está numa situação económica difícil e nós estamos a trabalhar para um projecto com seriedade, que possibilite que se cumpram todas as obrigações. Não estamos em condições de exigir jogadores desses, porque a situação económica não o permite». E reforços? «Diz-se muita coisa, falam-se de muito nomes... A verdade é que não gosto de contratar muitos jogadores, porque isso significa começar do zero. Além do mais, gosto de trabalhar com um plantel curto. Se houver dificuldades, entretanto, temos o período de Dezembro para proceder aos necessários ajustes.» «Não podemos contratar Beckham» «Uma coisa é o que eu quero – disse ainda Camacho - outra é o que o Benfica pode dar. Claro que gostava de ter jogadores da qualidade do Rui Costa, do Ronaldinho. Quem não gostaria? Mas não estamos, neste momento, com a disposição económica do Real Madrid. Não podemos contratar Beckham...» Objetivos: «A única coisa que posso dizer é que vou trabalhar ao máximo e tentar o melhor. Para o Benfica vencer é preciso destronar o F. C. Porto. Entretanto, há muito trabalho para organizar o plantel e para garantir que a equipa possa fazer uma boa época. Acima de tudo, espero trabalhar bem, mas não sei onde vamos chegar. Não sou pessoa de assegurar títulos. Só assumo uma responsabilidade: vamos trabalhar muito para o Benfica ser campeão.» Simão e Tiago seguros A garantia de permanência de duas das jóias portuguesas do Benfica, Simão e Tiago, parece ter sido um passo fundamental para a renovação de José António Camacho. Seria essa uma das exigências do técnico espanhol? Pelas palavras do treinador, ontem, manhã bem cedo, quando deixava finalmente La Toja, parece óbvio que sim... «Os jogadores portugueses não saem. Isso é seguro!». A convicção deixa poucas dúvidas...