Braçadeira entregue a Simão

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José Antonio Camacho teve muitas dificuldades em aceitar a forma como a sua equipa saiu derrotada das Antas. Para o técnico espanhol, essa terá sido, porventura, a derrota mais difícil de digerir desde que assumiu o comando da equipa e, ainda no relvado, conforme se pôde ver no final do jogo, pelas imagens televisivas, atribuiu responsabilidades a Miguel, autor do passe errado que deixou Moreira à mercê de Derlei. Desde então, o lateral-direito nunca deixou de ser visado nas palestras dadas pelo treinador nos dias que se seguiram e o ponto alto da sua irritação foi a atribuição da braçadeira de capitão a Simão, no jogo com o La Louvière. Na ausência de Zahovic, caberia a Miguel desempenhar essa função, mas Camacho interveio na véspera e pôs fim ao reinado deste último como subcapitão. Aparentemente o recente episódio da saída nocturna, após o jogo com o Belenenses, também terá contribuído para este cenário. A decisão do treinador apanhou completamente de surpresa o grupo de trabalho e engendrou opiniões para todos os gostos no balneário, consoante o grau de afectividade de cada jogador com os protagonistas desta estória. Mas algumas das interrogações que se levantam mostram que a tão propalada união do grupo de trabalho já foi mais coesa. E quando regressar Nuno Gomes? O treinador já fez saber que Simão será o capitão de equipa sempre que Hélder não jogar, mas não explicou se a sua decisão terá carácter definitivo, mesmo depois do regresso de Nuno Gomes, eleito subcapitão por votação dos companheiros ainda em Jerez de la Frontera. Conhecer a reacção do ponta-de-lança, que se encontra momentaneamente afastado da equipa, a esta aparente despromoção, subsiste como um dos pontos de maior interesse neste episódio no ninho das águias. Ontem, os jornalistas aguardaram pacientemente que o (ainda) subcapitão aparecesse no complexo desportivo do Real Massamá, onde se soprou a vela comemorativa do 27º aniversário de Petit, mas o jogador não apareceu. Teria sido uma boa oportunidade para registar a sua posição sobre este assunto. O ressurgir desta novela, que já parecia enterrada, surge numa altura em que as exibições da equipa oscilam de forma acentuada e os resultados não aparecem. O nervoso miudinho nos jogadores é indisfarçável, apesar dos sorrisos e brincadeiras no treino, e mais um tropeção no próximo jogo pode desencadear uma verdadeira crise, de consequências imprevisíveis. Por tudo isso, o jogo com o Nacional assume uma importância extrema, que ninguém imaginaria, decerto, no início da época...