Fonte
Expresso
Walter Marques à frente do conselho fiscal e Fonseca Santos como número dois da direcção são as principais novidades da candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica, cujas linhas gerais serão divulgadas na próxima semana.
Num clube cercado pela crise financeira e desportiva, as eleições marcadas para 31 de Outubro afiguram-se fundamentais para o futuro do clube. Dois dos candidatos anunciados - Jaime Antunes e Guerra Madaleno - já deram a conhecer o programa e a lista de nomes que os acompanham às eleições, para os principais cargos. Luís Filipe Vieira também já formulou os convites para os postos-chave da sua lista.
Assim, o candidato a presidente da actual assembleia geral é o actual «vice» de Manuel Vilarinho, Tinoco de Faria, enquanto a lista do conselho fiscal será encabeçada por Walter Marques, ex-secretário de Estado dos governos de Francisco Balsemão, antigo vice-governador do Banco de Portugal e actual presidente da ANA (Aeroportos de Portugal).
Marques é sócio do Benfica desde 1953, tendo presentemente o número 3557.
Fonseca e Santos, actual presidente do conselho fiscal, será o homem de confiança de Vieira na direcção, caso a lista de continuidade ganhe as eleições. Enquanto vice-presidente, será o representante do clube na sociedade que gere o seu futebol (a SAD) e terá também acesso ao conselho de administração da S.L. Benfica Estádio.
De resto, este dirigente não se limitou, durante a gestão de Manuel Vilarinho, ao exercício da presidência do órgão fiscalizador, tendo assumido um papel importante na resolução dos caso mais complicados que Vilarinho e Vieira tiveram pela frente nos últimos anos. Já Tinoco Faria, vice-presidente na direcção de Manuel Vilarinho, passa para a mesa da assembleia geral, afastando-se assim da gestão diária.
A solução dos complicados dossiers da Olive[irinha]desportos, SIC e Euroarea e, sobretudo, a construção do novo estádio são os argumentos-chave a invocar por Filipe Vieira, fundamentais à sua promoção de presidente da SAD à cúpula hierárquica do Benfica.
O tabu desta candidatura, alimentado até agora, ameaçava tornar-se numa novela quase idêntica proporcionada por Camacho, durante a pré-época. Nessa altura, Vieira satisfez as reivindicações essenciais do seu treinador: os ordenados dos jogadores passaram a ser pagos pontualmente, até ao dia cinco de cada mês, e o grupo de trabalho, sem grandes alterações, foi poupado à euforia do defeso. Porém e mesmo com a manutenção do técnico espanhol à frente da equipa, os resultados desportivos não têm ajudado à confirmação desta candidatura.
Humberto Costa