Dois russos a falar português. Foi assim que os jogadores da equipa B do Benfica, Vitali Lystcov e Ivan Zlobin, contaram o seu percurso no mundo do futebol e partilharam impressões sobre a adaptação ao Clube e a Portugal, numa entrevista à BTV.
Principiemos pelo percurso de ambos os jogadores, que em muito se assemelha. Vitali Lystcov e Ivan Zlobin começaram a jogar em clubes das suas terras quando eram pequenos. Mais tarde, ambos passaram pelo CSKA e pela União de Leiria, atuando agora pelo Benfica B.
O central Vitali Lystcov começou a jogar aos sete anos de idade no mesmo clube que o seu irmão, onde permaneceu quatro anos e meio. Aos 12 anos foi chamado para treinar no Lokomotiv de Moscovo (onde permaneceu durante oito anos) e, ainda antes de se estrear pela equipa principal em 2012, quando tinha 17 anos, foi chamado à seleção russa, que o ajudou bastante a crescer como jogador.
Já Ivan Zlobin iniciou o seu percurso por incentivo de um amigo no clube da sua cidade natal, o Tyumen, onde imediatamente soube que iria ser guarda-redes. Aos 12 anos saiu de casa para ir jogar pela Academia de Futebol “Kronoplyov”, umas das academias mais conceituadas da Rússia, onde permaneceu até aos 16 anos. Aos 18 anos foi chamado à seleção russa.
O primeiro a ingressar no Benfica foi Vilati Lystcov, em 2015. Ivan Zlobin chegou em 2016. Ambos muito nervosos por irem representar “o melhor clube português”.
“Fiquei muito nervoso, mas quando cheguei ao estágio no Caixa Futebol Campus vi logo tudo: excelentes condições, tudo novo. Depois de estar no CSKA, cheguei ao Benfica e senti muita diferença, porque aqui senti-me em casa, por isso quis muito ficar”, disse Ivan Zlobin.
“Na primeira noite que dormi no Caixa Futebol Campus estava muito nervoso, pensei muito no primeiro treino, como iria falar com o treinador... Mas senti-me tranquilo, porque me ajudaram”, confessou Vilati Lystcov.
Sempre a apoiarem-se um ao outro, os jogadores russos chegaram a Portugal e ficaram encantados, com o clima, com as pessoas, com o Benfica… Tudo era diferente.
“Portugal é muito bonito, o tempo é muito bom todo o ano, muito diferente da Rússia. É muito bom para jogar, os campos estão sempre bons todo o ano e eu gosto muito”, confessou Vilati Lystcov.
Num país diferente e sem a família por perto, os jogadores russos tentam agarrar-se às coisas boas que o Benfica lhes proporciona.
“Quando cá cheguei deparei com um clube top, com muitos adeptos a apoiarem, a cantarem, a abordarem-me na rua, e isso é muito bom, motiva-nos”, comentou Ivan Zlobin.
“Gosto muito de todos os jogadores, dos treinadores; gosto muito do nosso treinador de guarda-redes, o míster Fernando ajuda-nos muito em tudo, é muito boa pessoa”, vincou o guarda-redes.
Também Vilati Lystcov só vê vantagens em vestir a camisola do Benfica, atuando de momento pela equipa B.
“É uma equipa boa, que me ajudou muito a ganhar forma e confiança. A II Liga não é muito fácil, os jogos são sempre muito difíceis, e isso é bom para ganharmos experiência”, frisou.
Nesta época, Vitali, que se caracteriza como um jogador "alto, forte fisicamente e rápido", conta com 23 jogos e três golos pelo Benfica B. Quanto a Ivan Zlobin, esta é a 3.ª época que atua pelos encarnados e já soma 27 jogos na II Liga, sendo o jogador mais utilizado pelo Benfica B na corrente edição da prova.
Texto: Márcia Dores
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