Em dia de sorteios relativos às principais competições europeias, o Benfica conheceu o adversário da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Os turcos do Fenerbahçe são os senhores que se seguem na agenda encarnada.
Na verdade, trata-se de um velho conhecido para o emblema da Luz e o histórico comprova-o. Quatro jogos no total, para provas europeias, e duas vitórias para cada lado, sendo que o Benfica levou sempre a melhor no cômputo geral das eliminatórias. O último confronto entre ambos, remonta para a edição 2012/13 da Liga Europa, onde as águias atingiram, precisamente, a final da prova.
Ora, de modo a analisar e perceber o paradigma atual do Fenerbahçe, o zerozero falou com o jornalista Onur Dicer, do jornal turco Milliyet, que começou por enfatizar o início de uma nova era na presidência do clube.
Ali Koç, o rosto da mudança
«O Fenerbahçe sofreu, recentemente, uma grande remodelação. No mês de junho, as eleições para a presidência do clube tiveram um desfecho surpreendente e ditaram o fim do mandato de Aziz Yildrim que esteve no cargo durante 20 anos consecutivos», começou por dizer.
Respiram-se novos ares no seio do Fenerbahçe ©Getty / EuroFootball
A nova página na história de um dos maiores clubes do futebol turco tem como principal rosto Ali Koç, empresário de renome, que promete criar novas bases para atingir o sucesso.
«O novo presidente, Ali Koç, é um dos homens mais ricos da Turquia. A sua era voltou a trazer muito entusiasmo e muita expetativa em torno do clube. É um empresário de sucesso. A sua empresa, a Koç Holding, é dona de uma marca chamada 'Beko' que patrocina o FC Barcelona», revelou Dicer.
Novo presidente, novo treinador
Há já quatro épocas consecutivas sem vencer o título de campeão nacional, o Fenerbahçe tem vivido tempos conturbados no plano desportivo. Constantes mudanças no banco de suplentes, várias aquisições pagas a peso de ouro e alguma instabilidade diretiva que terminou numa larga seca de títulos. Como seria de esperar, a chegada de Koç implicou uma mudança radical na primeira equipa.
«Com a chegada do novo presidente, foi contratado um novo treinador. Aykut Kocaman foi despedido e Philip Cocu chegou do PSV para assumir o leme da equipa. Com Cocu, o Fenerbahçe realizou apenas três transferências até ao momento e todas foram de jovens jogadores: Berke Ozer e Baris Alici do Altinordu e Ferdi Kadioglu do NEC Nijmegen», assinalou.
'Fair play' financeiro não retira o foco no mercado
O menor investimento levado a cabo no plantel prende-se, essencialmente, com questões económicas, mas atenção: o Fenerbahçe vai continuar a apostar no mercado. Resta saber, no entanto, se os eventuais reforços vão chegar a tempo e horas... do embate frente aos encarnados.
Philip Cocu espera novos reforços para atacar o título de campeão ©Getty / Chris McGrath
«O Fenerbahçe chegou a acordo com a UEFA e esse continua em vigor. O clube continua a movimentar-se com muita cautela no mercado devido ao 'fair play' financeiro. Por esse motivo não foram contratados novos jogadores», revelou Onur Dicer, acrescentando de seguida: «Ainda assim, devem chegar alguns futebolistas de topo. A equipa necessita, pelo menos de dois ou três novas aquisições. Falta muito pouco tempo para a eliminatória contra o Benfica e não sei se eles vão conseguir chegar a tempo».
Jovens como virtude, ataque como defeito
Ainda assim, a juventude na formação treinada por Cocu tem-se destacado na pré-temporada e os apontamentos retirados pelo técnico holandês são muito positivos.
1975/76
Época em que Benfica e Fenerbahçe se enfrentaram pela primeira vez num jogo a contar para a primeira ronda da Taça dos Campeões. Os encarnados levaram a melhor e seguiram em frente
«No último jogo frente ao Feyenoord, há dois dias atrás, o Fenerbahçe deu sinais de grande desenvolvimento. É uma equipa que prima pela rapidez e pela dinâmica. Os jovens trouxeram muita energia», sublinhou.
Por fim, há uma lacuna por preencher: o ataque. A falta de opções para a posição de avançado tem gerado alguma preocupação e esse vai ser, muito provavelmente, um dos setores mais bem reforçados no presente defeso.
«Há um problema no ataque que se prende com a falta de poder de fogo. Fernandão foi vendido, Vincent Janssen terminou o empréstimo e regressou ao Tottenham, e o único avançado que se encontra à disposição de Cocu é Roberto Soldado que foi recentemente operado a uma fratura na mão. Pode ser opção contra o Benfica, mas a dúvida continua no ar», disse.
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