FC Porto SAD pode ter de fechar

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O conselho de administração do Futebol Clube do Porto – Futebol SAD vai ter de convocar em breve uma assembleia geral (AG) extraordinária para reduzir e/ou aumentar o capital social da empresa, de forma a cobrir os prejuízos registados. Esta é a conclusão óbvia do relatório da auditoria promovida pela Deloitte & Touche e que integra o Relatório & Contas (R&C) consolidado de 2002/2003, tornado público esta quinta-feira. Segundo o estipulado por Lei no «Código das Sociedades Comerciais», esta AG terá de ocorrer de forma a permitir a tomada de medidas até 30 de Junho do próximo ano. Os auditores são claros na sua leitura e mesmo o parecer do conselho fiscal da SAD indicia esse cenário: cerca de metade do capital social da empresa está perdido e os auditores avisam que se nada for feito a SAD pode ser dissolvida. De acordo com o R&C, em Junho de 2003 a SAD do FC Porto possuía um passivo estimado em 74 milhões de euros, sendo o activo líquido de 89,98 milhões de euros e o capital próprio de 16,16 milhões de euros. A leitura que se faz desta situação face ao contido no artigo 35º do «Código das Sociedades Comerciais» (artigo citado por inúmeras vezes no documento) é que a SAD do FC Porto terá de promover um encontro com os seus accionistas, em assembleia geral extraordinária, para discutir a redução de capital para cobertura dos resultados negativos acumulados, ponderar a entrada de accionistas que permitam manter pelo menos a dois terços a cobertura do capital ou a eventual conjugação das duas alternativas. Uma das outras hipóteses em aberto é a extinção da empresa, referida pela Deloitte & Touche. «Caso se mantenha a situação de perda de metade do capital social no final do exercício de 2004, considera-se a sociedade imediatamente dissolvida a partir da data de aprovação das contas desse exercício». O ano fiscal terminou, no entanto, com proveitos de 54 milhões de euros, dos quais 27% decorreram de operações de transferências e empréstimos de atletas; 20% são relativos a publicidade e patrocínios; 18% decorrentes da venda de bilhetes; 16% provenienes da participação em provas da UEFA; e 12% vindos da venda de direitos das provas a canais televisivos. Por seu lado, o valor contabilístico dos atletas sob contrato passou de 39 milhões de euros no final de 2001/2002 para os 35 milhões de euros no final de Junho deste ano. Mas tal não invalidou que a SAD findasse o exercício de 2002/2003 com um prejuízo de 18,05 milhões de euros, superior aos 16,05 milhões de resultados líquidos negativos registados em 2002. Face a esta realidade, os consultores colocam o poder de decisão nos accionistas: «A continuidade das operações da empresa, a realização dos seus activos e a liquidação dos seus passivos dependem da concretização pelos seus accionistas de suporte financeiro e/ou do sucesso das suas operações nos próximos exercícios.» _____________________________ Devia era fechar já hoje. Viva o BENFICA, é o MAIOR.