Mantorras

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A Bola
Mantorras regressou, ontem, radiante de Barcelona. O jogador ouviu da boca do especialista Ramon Cugat aquilo por que tanto ansiava e, muito provavelmente, regressará aos relvados no próximo mês. Foi o próprio a dar a notícia, no aeroporto da Portela, com o médico Pedro Magroa seu lado. «Como sabem, desloquei-me a Barcelona para levar a última injecção e em Janeiro já vou poder jogar», revelou o jogador, visivelmente aliviado. Uma vez mais, alegria e mágoa misturaram-se nas palavras de Pedro Mantorras, que se mostrou pouco preocupado com a data em que se dará o seu regresso aos relvados: «Não sei em que jornada irá acontecer, provavelmente na última ronda da primeira volta. Mas a garantia do regresso foi-me dada pela pessoa que está a tratar de mim. Estive sempre calmo, tranquilo. O que as pessoas diziam nunca me preocupou e aí está uma grande prenda de Natal para a minha família, todos os benfiquistas e o povo de Angola. Faço falta à minha selecção e quero ajudar o Benfica a ir longe na Taça UEFA.» Após reforçar que os treinos sem limitações estão a um simples «piscar de olho» de distância, Pedro Mantorras continuou em tom de desabafo, desfiando o seu rosário de lamentações. «Foram mais de dez meses de sofrimento. Só tenho a agradecer a pessoas como António Gaspar, que foram muito importantes para mim. A ele e à equipa médica do Benfica. O dr. Pedro Magro acompanhou-me em todas as deslocações a Barcelona», referiu. «Sou forte e imbatível» Dirigindo-se aos que duvidavam da sua recuperação, Mantorras reafirmou: «Provei a minha grandeza. Sou muito forte e provei junto da minha família que sou imbatível.» Tendo bem presentes na memória todos os maus momentos que passou desde que foi obrigado a suspender a participação nos trabalhos do plantel, o jogador lembrou ainda: «No próximo dia 17 de Dezembro, faz exactamente um ano que deixei de jogar. Foram meses de muito sofrimento, luta, muita gente pensou que eu estava acabado. Mas também digo, ainda não acabou a guerra. Terminei uma fase e vou começar outra. Vou ter oportunidade de recuperar a confiança e o prazer de jogar à bola, que perdi há um ano.» Num último aceno aos benfiquistas, que não se cansaram de incentivá-lo na Portela Mantorras tratou então de pôr uma pedra sobre o seu passado recente. «Não foi fácil arranjar motivação, mas o pesadelo acabou...»