David Novais vem embora do Europeu com 3º lugar

Submetida por Anónimo (não verificado) em
A selecção portuguesa de hóquei em patins do escalão de juniores ficou em terceiro lugar no Campeonato Europeu que decorreu em Itália.
Em 1º lugar ficou a Espanha, em 2º a Itália.
Como já havia sido noticiado pelo SL-Benfica.com, David Novais, jogador do Benfica, foi um bom destaque nessa prova.
O infordesporto.pt entrevistou o jovem jogador, vejamos o conteúdo da entrevista:
«Temos uma equipa que se equipara à Espanha»
É hoquista do Benfica e é um dos dez seleccionados da geração de juniores que está a lutar pelo título europeu em Follonica (Itália), no europeu da especialidade.

Jogador de explosão e querer, David Novais, têm-se revelado como um dos valores mais seguros desta selecção, imitando os passos de um dos seus ídolos do hóquei actual, Filipe Gaidão.

Infordesporto- O que é que correu mal com a Itália?
David Novais- Há jogos assim, nós começamos bastante bem e conseguimos marcar um golo. Depois o jogo correu-lhes bastante bem e, apoiando-se num desnorte nosso, começamos a sofrer os golos. Nós tivemos uma hipótese para o empate, num livre directo quando estávamos a perder por 2-1, e os italianos acabaram por ter depois alguma sorte no jogo, marcando um golo que nasce na parte de trás da baliza. Na segunda parte, a nossa equipa tentou recuperar, mas mais com o coração do que com a cabeça. A Itália mereceu a vitória.

P- Agora a selecção portuguesa vai ter de ganhar à Espanha. Acreditas que Portugal é capaz?
R- Mesmo que Portugal, Espanha e Itália fossem desiguais, o que eu não acredito, pois acho que elas se equivalem, nestes tipo de encontros elas crescem. Temos uma equipa que se equipara perfeitamente à Espanha, por isso acho que há 50% de hipóteses para cada lado. A ver vamos para que lado vai pender.

«Espanha tem ganho porque sublimou fraquezas»

P- Se olharmos para o ranking dos campeonatos europeus, neste escalão, vemos que Portugal tem 12 títulos e a Espanha 20. Afinal, o que é que nos falta para chegar ao nível dos espanhóis?
R- Nos últimos anos é a Espanha que tem levado a vantagem. Com tantas gerações e com tantos campeonatos europeus haverá sempre gerações mais fortes de um lado e de outro. Como os hóqueis se equiparam muito, talvez a Espanha tenha mais títulos pelo facto de terem sublimado melhor as suas fraquezas. Vamos tentar inverter essa situação já a partir deste momento.

P- Na tua opinião, e pelo que viste até agora, quem está a ser o melhor jogador deste torneio?
R- Nós temos vários bons jogadores na nossa equipa, que já actuam na I Divisão do nosso campeonato. Tendo visto os jogos de Itália e Espanha, tenho tirado uma ou outra nota de um jogador italiano e espanhol. No entanto, as equipas têm-se valido pelo colectivo.

P- Que comentários te merecem estas guerras e confusões com a legalidade dos equipamentos?
R- Nós sabemos que temos uma direcção forte atrás de nós e que consegue tratar desses problemas. Para problemas já bastam os nossos que é ganhar aos italianos e espanhóis. Temos que nos concentrar apenas nestes pontos. Eles saberão [direcção] o que estão a dizer.

P- Não achas estranho o mesmo árbitro, a espanhola Teresa Martinez, ter apitado todos os jogos de Portugal neste europeu, tirando este último da Inglaterra?
R- Não há muito por onde escolher. Na minha opinião, este árbitro é a melhor que está neste torneio, por isso acho que a organização pensou que nós somos uma selecção mais evoluída, logo escolheu-nos esse árbitro. Ela pode ter tido algumas decisões infelizes, como todos, mas isso não servirá de desculpa para algum resultado nosso.

«Identifico-me com o Filipe Gaidão»

P- Alguma vez já jogaste nos séniores do Benfica?
R- Já estive convocado algumas vezes, mas não, ainda não joguei. Quando fui para o Benfica tinha essa secreta esperança, porque o meu objectivo é evoluir o mais possível para, quando tiver essa oportunidade, agarra-la. Ainda sou júnior, e serei por mais dois anos, e vou ter oportunidade para agarrar um lugar na equipa sénior do país.

P- Nos últimos anos assistimos à vinda de muitos estrangeiros para o nosso Campeonato, muitos deles de grande nível. Como jovem que és que leitura fazes desta situação? É benéfico ou prejudicial?
R - Esta situação tem dois pontos distintos. Há estrangeiros que vêm para Portugal que fazem aumentar o nível de competitividade no nosso campeonato. Apoio a vinda desses jogadores, até porque os há no meu clube. Mas também há a situação dos estrangeiros que vêm para cá porque acabam de custar menos dinheiro, acabando por roubar lugares aos jovens que poderiam ser bastante melhores.

P- Queres nomear os nomes dos jogadores que não acrescentam nada de novo?
R- Não, não vale a pena. Se me pedissem para nomear os bons, esses eu conheço bem, como é o caso dos jogadores do Benfica: o Panchito e o Mariano Velasques, os casos do Orlando, do Porto. Isso sim, são jogadores que trazem uma mais-valia ao hóquei.

P- Qual é o teu ídolo do hóquei mundial?
R - Neste momento, o jogador com o qual eu me identifico mais talvez seja o Filipe Gaidão. Gosto dele como jogador e identifico-me com ele. Outro jogador que eu aprecio muito é o Panchito Velasques. Criticam-no pelo facto de que ele não trabalha, mas ele faz coisas que mais ninguém faz e, só por isso, é um ídolo do hóquei.

«Hóquei em Patins continuará a ser o principal desporto sobre os patins»

P- Numa frase: o que são para ti os patins em linha?
R - É um pouco desconhecido. Parece-me uma mistura de hóquei no gelo, com hóquei em patins. É bom porque é mais uma modalidade do hóquei.

P- Temes a concorrência que este desporto pode ser, no futuro, para o hóquei em patins?
R - Julgo que não, porque se formos ver as camadas jovens, verificamos que as crianças estão mais interessadas em praticar o hóquei em patins, do que o hóquei sobre patins em linha. Na minha opinião, o hóquei continuará a ser o desporto principal sobre patins.

Bilhete de Identidade
Nome completo: David Miguel Alves Novais
Clube: Benfica (júnior)
Clube do coração: Benfica e Hóquei de Sintra.
Data de nascimento: 13/01/1984
Internacionalizações: 17
Currículo: Começou "brincar" com o hóquei com cinco anos e meio. Sagrou-se campeão júnior pelo Hóquei de Sintra, no último ano neste clube, em 1998, e transferiu-se depois, em 2000, para o Benfica.
Em selecções nacionais: Campeão Europeu, em Vasto (1998), e em Valsom (2000).

Entrevista retirada do InforDesporto.pt