Fonte
www.abola.pt
Eram 19.41 horas. Pelos ecrãs gigantes era possível ver grandes planos. E Camacho teve-os. E Camacho sorriu. Bastante. Ele, habituado a ver grandes palcos, a saber o que é ser grande, pareceu sentir-se pequeno. E quando se sente pequeno é porque se admira alguma coisa, se submete. A sua expressão dizia tudo. Álvaro Magalhães é que foi mais explosivo. Mal entrou, sentiu os adeptos, cerrou o punho direito e colocou o braço em riste. Jogadores e elementos do departamento médico esgotaram os rolos e os cartões das máquinas fotográficas. O momento exigia-o. O tempo foi passando. E a festa a aumentar. Com as luzes distribuídas aos espectadores, à entrada, das bancadas emergia um efeito bonito. Mais bonito ficou quando do relvado surgiram mais luzes: um milhão, cento e sessenta mil luzes (1.160.000!) colocadas numa rede, exactamente os minutos que demorou a construção do estádio. Depois, o habitual nos grandes eventos: muito fogo-de-artifício — os intensos relâmpagos que rasgavam o céu de Lisboa terão passado despercebidos — muitas coreografias das dezenas de bailarinos, que culminaram com a formação de três letras: S, L e B, pois então. Chegou finalmente a altura de as equipas entrarem no relvado. Antes, porém, o momento mais simbólico. Uma águia, de nome Vitória, voou da bancada Centenário para ao centro do campo. O objectivo era aterrar sobre o enorme emblema do clube. Primeiro pousou no chão. Assustou-se como enorme ruído, certamente. Mas bateu as asas e cumpriu o objectivo, aceitando com agrado os pedaços de carne que lá a aguardavam. Foi o êxtase.