Fonte
A Bola
Esteve próximo de estalar uma crise nos altos comandos do Benfica. Fernando Fonseca Santos, figura número dois do clube, forte apoio do presidente Luís Filipe Vieira, primeiro dos seus vice-presidentes e Administrador da SAD causou surpresa ao não marcar presença no derby de domingo. A BOLA sabe que a atitude de Fonseca Santos constituiu um verdadeiro alerta vermelho para a coesão da estrutura dirigente da Luz, mas que, entretanto, foi possível alcançar-se um entendimento que, a perdurar, pode tornar-se decisivo para garantir um clima de estabilidade.
A BOLA soube que o vice presidente do Benfica assumiu, de forma aberta, uma atitude muito crítica em relação a alguns convites que foram feitos para a tribuna presidencial, recusando-se, por isso, a comparecer no jogo como Sporting realizado neste domingo, na Luz. Mas o nosso jornal também apurou que Fonseca Santos se mostrou particularmente agastado com a ausência de reacção cabal, por parte do Benfica, naquilo que considerou ter sido uma campanha orquestrada na imprensa contra o jogador Tiago (os dirigentes do Sporting chegaram a assumir publicamente a estranheza por o jogador não ter sido punido na sequência de lance polémico com Juba no desafio com o Estrela da Amadora); a incapacidade de resposta demonstrada perante o já célebre comunicado do Sporting, que explicava em sete pontos a recusa dos dirigentes leoninos em aceitarem o convite benfiquista, e, por fim, a ausência de reacção e a forma passiva como o Benfica teria assistido ao que Fonseca Santos considerou ter sido «uma grosseira forma de condicionar o árbitro do jogo com o Sporting», Pedro Proença, acusado de ser simpatizante do clube da Luz.
A importância do sector de comunicação
Todos estes factos se juntaram, no entanto, a uma outra questão essencial na discordância de Fonseca Santos. Nos últimos tempos, tem vindo a circular no clube a informação de que António Cunha Vaz e Camilo Lourenço , elementos que trabalharam na candidatura da lista de Luís Filipe Vieira ao último acto eleitoral, poderiam vir a ter um papel preponderante e oficial na área de comunicação do Benfica. Ora Fonseca Santos considera que se trata de dois sportinguistas e entende que essa filiação os torna incompatíveis com o desempenho de uma missão que considera de fulcral importância no Benfica. Não terá sido fácil, pois, o reencontro com Filipe Vieira, regressado do Brasil dia 2 de Janeiro, mas A BOLA sabe que acabou por haver uma clarificação recíproca das posições de cada um, que obstou ao deflagrar de uma crise que poderia ter tido efeitos drásticos.